A fisioterapia tem um papel bem importante em relação à saúde da mulher gestante desde o descobrimento da gravidez até o pós parto e puerpério. A gestação causa mudanças significativas no corpo da mulher em todos os sistemas.
No pré-natal a fisioterapia atua com o objetivo de prevenir e minimizar os transtornos biomecânicos advindos da gestação, fazer a preparação para o pré-parto e favorecer a recuperação no pós-parto. É indicada para as gestantes que tem capacidade de realizar atividades físicas de intensidade moderada.
O parto humanizado é muito mais do que um parto na banheira, a humanização trata-se de um procedimento em que a mulher tem o total controle de como será o nascimento do seu filho.
É a própria gestante quem escolhe o lugar, o tipo de parto (normal ou cesárea), a iluminação do local entre outras coisas. Ao contrário do que muitos pensam o parto cesariano também pode ser humanizado, desde que a equipe médica seja totalmente treinada para realizar esse procedimento.
O parto humanizado tem como principal vantagem a redução do nível de estresse e ansiedade da gestante, pois esta tem a possibilidade de esperar pacientemente pelo nascimento do seu filho, sem qualquer tipo de pressão da equipe de saúde.
Neste momento são utilizados recursos como, por exemplo: música, caminhada, ginástica, banho de piscina ou banheira que ajudam na redução das dores das contrações, uso da bola suíça para ajudar no descolamento da placenta e mobilidade pélvica.
A humanização vai além do momento do parto, ela traz benefícios à longo prazo tanto para a mãe quanto para o bebê que não sofre durante o nascimento com nenhum desconforto. O fato de não afastar o bebê da mãe contribui para o aumento do laço afetivo entre eles, o que facilita na amamentação que é essencial para o recém-nascido.
Como parte integrante da equipe obstétrica, o fisioterapeuta tem a função de conscientizar a gestante sobre as mudanças que ocorrerão em seu corpo desde a gravidez até o puerpério, contribuindo para o relaxamento no momento do parto, posicionamento da gestante e respiração lenta.
O uso de métodos não farmacológicos auxilia no alívio da dor, a massagem na região lombar nos momentos de contração uterina gera efeitos analgésicos. Além disso, o uso do TENS alivia a tensão e diminui a dor no pré-parto e pós-parto. O fisioterapeuta leva em consideração a queixa da paciente, respeitando seu limiar de dor e fazendo um atendimento individualizado e especializado.
A assistência fisioterapêutica no trabalho de parto tem uma importância bem relevante. Para isso, o profissional deve ser especializado na área da Fisioterapia Obstétrica. Esta não atua somente no trabalho de parto, mas também no pré-natal e no puerpério trazendo como benefício a melhora da qualidade de vida da mulher.
No pré parto a fisioterapia auxilia a gestante com exercícios que induzem o parto normal, como por exemplo exercícios na bola suíça para descolamento de placenta, alongamentos, uso de eletroterapia para alívio da dor, principalmente na lombar por conta do peso da barriga, além do uso de aromaterapia e banhos com água morna que são procedimentos não farmacológicos.
No puerpério também são feitos exercícios fisioterápicos que contribuem para a alta médica da gestante, também são feitos exercícios que estimulam o fortalecimento de membros superiores e inferiores que serão muito importantes posteriormente para que a puérpera possa cuidar do seu bebê.
Matérias relacionadas:
- Sequelas da Covid-19 e aplicação da fisioterapia na reabilitação
- Síndrome pós-covid e reabilitação
- O uso da ventilação não invasiva durante a pandemia de COVID-19
REFERÊNCIAS
Santos M L. Humanização da Assistência ao Parto e Nascimento, B. Vendrúscolo CT, Kruel CS. A história do parto: do domicílio ao hospital; das parteiras ao médico; de sujeito a objeto. Disciplinarum Scientia. Série: Ciências Humanas [Internet]. 2015 [cited 2017 Dec 22]; 16(1):85- 107. Available from:
https://www.periodicos.unifra.br/index.php/disciplinarumCH/article/view/1842/1731
Helman G C. Cultura, Saúde e Doença. 2009 Porto Alegre (RS): Artes Médicas;.p.431 3 Madeira A M F et al. Vivenciando o Parto Humanizado: Um Estudo Fenomenológico sob a ótica de Adolescentes. Rev. Esc. Enferm USP, 2002v. 36, n. 2, p 133-49.
Secretaria de saúde do estado de Pernambuco. Parto humanizado. Recife – Série Saúde da Mulher e do Adolescente, Cadernos De Textos, 1997.
Côrtes C T et al. Metodologia de implementação de práticas baseadas em evidências científicas na assistência ao parto normal: estudo piloto. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2015 [cited 2018 Jan 15]; 49(5):716-725.Available from: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v49n5/pt_0080-6234 -reeusp-49-05-0716.pdf).
Lanuez F V et al. Physiotherapeutic View in Prenatal Perineal Massage. ConScientiae Saúde, 2009. v. 8, n. 2, p. 339-344.
Silva H C F et al. Contribuição da Fisioterapia no Parto Humanizado. Alumni-Revista, 2015 v. 3, n. 6, p. 25-32.
Hodnett et al. Alternative versus conventional institutional settings for birth. Cochrane Database Syst Ver, 2010. v. 8, n, 9.
Almeida N A M et al. Utilização de técnicas de respiração e relaxamento para alívio de dor e ansiedade no processo de parturição. Rev Latino-am Enfermagem. 2005;13(1):52-8.
Gallo R B S et al. Recursos não-farmacológicos no trabalho de parto: protocolo assistencial. Femina. 2011;39(1):41-8.
Cooper H M. The integrative research review: a systematic approach. Beverly Hills: Sage; 1984.
Castro A S et al. Abordagem fisioterapêutica no pré-parto: proposta de protocolo e avaliação da dor. 2011.
Abreu N de S et al. Atenção Fisioterapêutica no trabalho de parto e parto. Revista Interdisciplinar de Estudos Experimentais, 2013. v. 5, n. único, p. 7-15.
Canesin K F et al. Atuação fisioterapêutica para diminuição do tempo do trabalho de parto: revisão de literatura. 2010. FEMINA. Vol 38, nº 8.
Bavaresco G Z et al. O fisioterapeuta como profissional de suporte à parturiente. 2011. Ciência & Saúde Coletiva, 16(7):3259-3266.
Angelo P H M et al.Recursos não farmacológicos: atuação da fisioterapia no trabalho de parto, uma revisão sistemática. 2016. Fisioterapia Brasil 2016;17(3):285-292
Lowe N K. The nature of labor pain. Am J Obstet Gynecol. 2002; 186(5 Suppl Nature):S16-24.
Silva F M B et al. O efeito do banho de imersão na duração do trabalho de parto. Rev Esc Enf USP. 2006;40(1):57-63.
Bio E et al. Influência da mobilidade materna na duração da fase ativa do trabalho de parto. Rev. Ginecol Obstet. 2006; 28 (11): 671-9
Baracho E. Fisioterapia Aplicada à Obstetrícia. Disponível em:
<http://paginas.terra.com.br/saude/elzabaracho/gineco/index.htm>. Acessado em: 29 jul. de 2008.
Domenico D et al. Técnicas de massagem de Beard. 4.ed. São Paulo: Manole; 1998. p. 48- 52.
Knobel R et al. Utilização de estimulação elétrica transcutânea para alívio da dor no trabalho de parto: um modo possível para o cuidado à parturiente. Texto Contexto – Enferm. 2005;14(2):229-36.
Orange F A et al. Uso da eletroestimulação transcutânea para alívio da dor durante o trabalho de parto em uma maternidade-escola: ensaio clínico controlado. Rev Bras Ginecol Obstet. 2003;25(1):45-52.
Telles E R et al. Estimulação elétrica transcutânea (TENS) em ginecologia e obstetrícia: alternativa nas síndromes dolorosas. Femina. 2007; 35(11):697-702.
Kitchen S. Eletroterapia Baseada em Evidências. 11ª ed. São Paulo: Manole; 2003.
Michel S C et al. MR obstetric pelvimetry: effect of birthing position on pelvic bony dimensions. AJR Am J Roentgenol. 2002; 179(4): 1063-7
Diniz C S G. Humanização da assistência ao parto no Brasil: os muitos sentidos de um movimento. Ciên Saúde Coletiva. 2005; 10(3): 627-37
Porto A M F et al. Assistência ao primeiro período do trabalho de parto baseada em evidências: [revisão]. Femina. 2010; 38(10)527-37.
Zamataro V O. O papel da fisioterapia no preparo para o parto de cócoras. Fisioter mov. 1996; 8(2):48-53.
Nakano M A S et al. O cuidado no resguardo: as vivências de crenças e tabus por um grupo de puérperas. Rev Bras Enf. 2003; 56(3):242-7.
