A tão esperada vacinação contra a Covid-19 teve início e, em meio à euforia, uma nova preocupação: mutações do SARS-CoV-2 que deixam o vírus ainda mais contagioso. Por isso, o cenário mudou e estudos apontam que será preciso mais do que as duas doses já preconizadas. Saiba aqui sobre a terceira dose da Vacina Covid-19 e fique por dentro do assunto!
A variante Delta é mais transmissível e pode escapar da resposta de proteção dada pela vacinação. Recomenda-se, principalmente aos idosos, cuidados redobrados a fim de evitar o contágio por essa variante, uma vez que eles têm mais chances de hospitalização e óbito.
No Brasil, a terceira dose já está sendo aplicada para reforço da imunização. A orientação é de que, num primeiro momento, ela seja ministrada em idosos e em imunossuprimidos, segundo informações do Governo Federal.
3º dose da vacina contra a covid-19 no Brasil
No dia 2 de outubro, o Brasil já registrava mais de um milhão de brasileiros com a imunização reforçada. Na etapa atual, devem receber dose de reforço: idosos acima de 60 anos, pessoas imunussuprimidas e profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate ao vírus.
De acordo com informações do Governo, o reforço contra a Covid-19 é, preferencialmente, feito com o imunizante da Pfizer, independentemente da vacina usada no primeiro ciclo de imunização.
De maneira alternativa, poderá ser aplicada a vacina de vetor viral Janssen ou AstraZeneca. A dose de reforço deve ser ministrada em pessoas que tomaram a segunda dose há mais de seis meses.
A Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à pandemia da Covid-19 (Secovid), Rosana Lei, dá mais detalhes: “o recomendado é aplicar após seis meses e em grupos que começam a perder a resposta imune. Já a dose adicional nós aplicamos em alguns grupos que precisam de uma dose a mais para completar o esquema vacinal, como é o caso de imunossuprimidos.”
Estudos comprovam necessidade da 3ª dose contra a covid-19
O laboratório Pfizer pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alteração na bula da sua vacina contra a Covid-19 no último dia 28 de setembro, solicitando que a posologia indicada seja de três doses. Hoje, ela prevê apenas duas doses. A Agência tem 30 dias para analisar os estudos e conceder uma resposta – o prazo se encerra no final de outubro.
O pedido contempla a aplicação da dose complementar nas pessoas que receberam a vacina feita pelo laboratório há pelo menos 6 meses e envolve todas as faixas etárias – pessoas com 12 ou mais anos de idade.
Como justificativa da solicitação, a Pfizer apresentou dados obtidos por meio de um estudo feito pelo próprio laboratório e que comprovam a necessidade da terceira dose para maior eficácia e segurança no combate ao vírus. A pesquisa contou com a participação de voluntários brasileiros, americanos e sul-africanos.
É importante destacar que é normal ocorrer a diminuição na resposta de proteção do sistema imunológico em idosos e imunossuprimidos. Até em jovens é comum a queda ao longo do tempo em títulos de anticorpos e de células T.
O Jornal da Unicamp traz uma entrevista sobre o tema com Luiz Carlos Dias, Professor Titular do Instituto de Química da Unicamp, membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico e membro da Força-Tarefa da UNICAMP no combate à Covid-19.
Na publicação, o especialista frisa que a terceira dose traz benefícios: “uma dose extra da vacina pode fazer com que as células B produtoras de anticorpos se multipliquem, elevando os níveis de anticorpos contra o patógeno. Com o tempo, seu número diminuirá novamente, mas o conjunto gerado de células B de memória será maior do que antes, levando a uma resposta mais rápida e mais forte às futuras exposições.”
O conteúdo destaca estudos que dão base para a necessidade da terceira dose contra a Covid-19. Entre eles está um artigo publicado na revista Science no dia 12 de agosto deste ano.
Ele mostra, entre outros pontos, que os níveis de anticorpos caem com o tempo contra as variantes B.1.1.7 (Alfa), B.1.351 (Beta), P.1 (Gama), B.1.429 (Epsilon), B.1.526 (Iota) e B.1.617.2 (Delta) – o que reforçaria a importância da terceira dose.
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