Quantas vezes você já entrou em um consultório médico e o profissional estava mexendo no celular antes de lhe atender? Acredito que ao menos uma vez esse episódio já foi experienciado por você.
Uma pesquisa realizada no hospital pediátrico em Sidney, na
Austrália, mostrou que de 109 profissionais da saúde, 88% usavam o celular para fins de auxílio ao tratamento do paciente.
Esse número não me impressiona pois em 2018 lancei um aplicativo chamado “Anestesia do bem”, um software odontológico que auxilia dentistas e estudantes a aplicarem anestesia local de forma rápida e segura, levando em consideração a individualidade de cada paciente, a partir de seu peso, idade e suas comorbidades. Foram anos de estudo do mercado de aplicações para poder afirmar com
propriedade: o uso de softwares já é nossa realidade!
Ao contrário do que se pensava, o uso do celular para fins terapêuticos é exatamente um respeito grande para com seu(sua) paciente. Mostra que nos preocupamos em nos manter atualizados, utilizando de todas as formas de tecnologia disponíveis para um atendimento seguro e eficaz.
Dessa forma, fiz uma lista para ajudar você a escolher os melhores apps para o uso no dia a dia clínico. Os critérios de escolha se basearam na fidedignidade do conteúdo, na interface intuitiva e na velocidade da informação ao ser gerada, afinal, desejamos um software rápido e seguro, concordam?! Então vamos lá:
1. Odontologia medicamentosa
Um guia prático de prescrição medicamentosa para o(a) dentista ficar 100% seguro(a) no momento de propor o tratamento. É atualizado, está de acordo com as referências mais importantes da academia, é vasto de opções e bastante intuitivo. Existe uma versão gratuita e outra paga, porém a diferença é que a última apenas não contém nenhuma propaganda durante o uso do app.
2. Bucal
Um software desenvolvido pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, o Bucal é um excelente aplicativo para consultar as principais patologias que estão na rotina na clínica do dentista. É um programa completo, recheado de fotos e conteúdos científicos para ajudar a sanar quaisquer dúvidas perante o diagnóstico e o tratamento.
3. Anestesia do bem
Com a função “anestesie já”, o app calcula a quantidade máxima de tubetes que devem ser utilizados para cada paciente específico (a), levando em consideração a idade, peso e condição ASA do(a) paciente, além de detalhar anatomicamente como aplicar a anestesia de acordo com o dente ou região a ser anestesiada, sendo portanto muito útil também ao recém formado(a).
4. Simples dental
Em um congresso que fui durante a graduação me lembro que foi a primeira vez que percebi como o mercado de softwares já era uma realidade.
Em um dos estandes estava o pessoal da “simples dental”, uma aplicação muito interessante que funciona como um secretário(a) para seu ambiente de trabalho. Envia mensagens para seus pacientes, faz agendamentos e até diz o que está em falta e precisa ser comprado para seu consultório. É uma ferramenta para quem quer valorizar seu tempo de trabalho e entrar para o meio digital de vez.
Agora aqui vão algumas dicas para o uso dos apps:
A) Informe ao paciente que está usando o celular para fins de tratamento, dessa maneira o mesmo(a) estará ciente que você está priorizando o seu atendimento e não apenas respondendo mensagens do WhatsApp, por exemplo.
B) Higienize o aparelho. Existem formas de se proteger e proteger o paciente. Além de degermar o celular com álcool 70% em gel, também pode ser utilizado papel filme em volta do dispositivo, mas lembrando: não utilize o mesmo quando estiver com as luvas de procedimento.
C) Utilize filtro de luz azul durante o uso. O celular ao ser utilizado por muito tempo pode acabar sendo prejudicial, então reduza os danos utilizando um filtro de luz azul
em seus óculos ou então no próprio aparelho.
Vejo vocês no(a) digital! Espero que tenham gostado, então até a próxima coluna <3
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Referência:
Nerminathan A, Harrison A, Phelps M, Alexander S, Scott KM. Doctors’ use of mobile devices in the clinical setting: a mixed methods study. Intern Med J. 2017 Mar;47(3):291-298. doi: 10.1111/imj.13349. Erratum in: Intern Med J. 2017 Aug;47(8):978. PMID: 27925381.