Terapia Comportamental Dialética: o que você precisa saber

Pós-graduação: Terapia Comportamental Dialética e o que você precisa saber
Pós-graduação: Terapia Comportamental Dialética e o que você precisa saber

É da área da Psicologia? Seja você estudante ou profissional da área, deve saber que são muitos os tipos de abordagens, e um deles é a Terapia Comportamental Dialética (DBT).

A DBT é bem disseminada nos Estados Unidos e na Europa e tem mostrado efetividade em quadros de ansiedade, transtorno bipolar, boderline, depressão e transtornos alimentares.

O principal objetivo da DBT é fazer com o que o paciente aprenda a reduzir seus comportamentos disfuncionais, que costumam variar a depender do humor, ao regular sua emotividade e seus impulsos.

E não é sem motivo que essas e outras abordagens estão sendo cada vez mais buscadas na Psicologia. A área como um todo vem se desenvolvendo e especializando ao longo dos anos.

Para avançar na profissão e se aprofundar no estudo desse campo tão rico de conhecimento, a pós-Graduação é um caminho bem procurado. Afinal, ela permite uma especialização que cada vez mais é demandada no mercado de trabalho.

Terapia Comportamental Dialética: saiba o que é

Conhecida como DBT, a Terapia Comportamental Dialética é recente. Ela foi desenvolvida na década de 1980 pela psicóloga Marsha Linehan.

O cerne dessa abordagem é a relação terapeuta – paciente, com intervenções mais integrativas.

Uma curiosidade é que a DBT foi desenvolvida para tratar pacientes diagnosticados com Transtorno de Personalidade Borderline, e atualmente é considerada uma intervenção de primeira linha para esses casos.

terapia comportamental dialética

É bom entender também que essa psicoterapia é um tipo de outra terapia muito conhecida: a Terapia Cognitivo-Comportamental, que se baseia em três preceitos:

  • A cognição afeta o comportamento.
  • Ela pode ser monitorada e alterada.
  • A alteração na cognição levará a mudança no comportamento. 

O tratamento, claro, é estruturado de acordo com o paciente e suas questões.

O profissional pode lançar mão, muitas vezes, de recursos como a atenção plena ou Mindfulness e a eficácia interpessoal, para promover o estar aqui e agora e a habilidade de lidar com o próximo.

Além disso, também pode-se usar recursos como a regulação emocional, melhorando a forma de lidar com as emoções, e a tolerância ao estresse, promovendo a resiliência.

As habilidades trabalhadas pela Terapia Comportamental Dialética  

A Terapia Comportamental Dialética busca desenvolver no paciente duas habilidades: aceitação e mudança.

Ou seja, é preciso que o paciente olhe para si, acolha suas vulnerabilidades e se aceite. A partir disso, vem a busca por mudar o que precisa ser transformado. Afinal, aceitar não é se acomodar.

Tudo isso é para que a pessoa atendida possa desenvolver meios para lidar de forma mais benéfica com seus sentimentos. Já que quem sofre com desregulação emocional pode apresentar questões como sentimento de vazio, falta do senso de si e pouco autoconhecimento. Esses pontos, claro, precisam ser trabalhados.

É o que veremos a seguir! Abaixo, vamos compartilhar os instrumentos terapêuticos utilizados para o desenvolvimento dessas habilidades. Confira!

Habilidades de Aceitação

Atenção Plena

Aqui, o paciente é chamado para sentir o aqui e o agora. Nesse processo, ele é convidado a olhar para si, se percebendo.

A auto-observação é importante para que seja acessado o que se passa ali, sem julgamentos. Isso é importante para que o indivíduo se aceite e se acolha.

É aquela velho ditado: o que temos é o agora. Essa prática é muito importante para combater ansiedade, depressão e outros quadros.

Tolerância ao mal-estar

O mal-estar sempre vai existir e é preciso saber lidar com ele.

É comum, no entanto, que pacientes com problemas de desregulação emocional tenham mais dificuldade em gerir sentimentos de angústia, decepção e por aí vai.

Eles tendem a fazer uso abusivo de álcool e outras drogas, bem como da autoagressão e das tentativas contra a própria vida.

Nesse sentido, a DBT busca fortalecer no paciente sua capacidade para suportar e gerenciar melhor o mal-estar e seus desdobramentos.

Quem tolera mais o mal-estar tende a atravessar de forma mais saudável os percalços da vida.

Habilidades de Mudança

Efetividade interpessoal

Aqui o foco é em relacionamentos interpessoais. É preciso identificar padrões que precisam ser mudados e promover essa mudança.

Pessoas com desregulação emocional tendem a ter posturas que prejudicam a si mesmo – seja não conseguindo se posicionar de forma a expressar seus sentimentos, seja vivendo em relacionamentos desrespeitosos.

Num contexto assim, sentimentos como ciúmes, inveja, raiva são bem presentes.

Trabalhar a partir da Efetividade interpessoal é uma forma de fazer com que o paciente tenha recursos para se posicionar frente ao outro.

A confiança em si é fundamental para que isso avance. A partir dessa construção, que não é do dia para a noite, o paciente passa a se sentir mais seguro para buscar o que faz bem a ele.

Regulação emocional

Aqui o é cerne de muitos problemas. A regulação emocional trata da forma como lidamos com nossos sentimentos.

Para isso, é preciso que o paciente seja estimulado a identificar e a reconhecer o que sente, o que nem sempre é tarefa fácil.

Conhecer seus padrões de respostas emocionais é parte importante dessa abordagem, para que se saiba onde atuar e de que forma. Faz parte do processo reduzir a vulnerabilidade do paciente no campo emocional.

Quando usar a Terapia Comportamental Dialética

Essa terapia já mostrou ser efetiva no tratamento de vários quadros. O profissional deve saber utililizá-la de forma adequada e entender qual a melhor hora para adotá-la.

A DBT é recomendada em casos de:

  • Transtorno do Humor Bipolar (THB);
  • ​Transtorno do Estresse Pós-traumático (TEPT);
  • Transtornos relacionados ao uso de substâncias;​
  • Casais com conflitos emocionais;
  • Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH);
  • Pacientes com pensamentos suicidas.

Como funciona a Terapia Comportamental Dialética

Para que essa abordagem consiga dar resultados é importante que o terapeuta aceite o paciente tal qual ele é.

Esse processo de aceitação, inclusive, também terá que ser feito pelo paciente, que precisará acolher a si mesmo. Mas, aceitar não é achar que está tudo bem.

Ou seja, é preciso reconhecer os pontos de mudança e trabalhar para que elas ocorram. Nesse sentido, é comum que o profissional tenha que ser firme e exigente em alguns momentos, sem intimidar o paciente.

É preciso benevolência e confiança. Sim, é um desafio e tanto. Mas, vale a pena!

Na hora de se comunicar, o terapeuta pode lançar mão de estilos de comunicação específicos, que podem ser misturados durante o atendimento:

  • Estilo de comunicação recíproca — Envolve receptividade, cordialidade e autenticidade por parte do terapeuta e o terapeuta pode fazer uma autorrevelação, sem tirar o foco do paciente, claro.
  • Estilo de comunicação irreverente — Tem o objetivo de chamar o paciente a partir de um sobressalto. É comum quando o processo está mais estagnado.

É bom saber também que quatro os tratamentos mais comuns: terapia individual; treinamento de habilidades de grupo; grupos de consulta com o psicológo e contato por telefone.

Pós Graduação em Psicologia

Como mencionamos no início do texto, uma área tão vasta e procurada quanto a Psicologia vem demandando cada vez mais profissionais especializados. Uma das formas de conseguir esse conhecimento, e também o reconhecimento técnico na área, é com a Pós-Graduação.

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Por Sanar

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