Diastema: “O distanciamento ” | Colunista

Em tempos de pandemia onde muito tem se falado sobre o distanciamento social, decidi aproveitar o tema para falar um pouco sobre os diastemas. 

Os Diastemas nada mais são que os espaços entre os dentes, ou seja, o distanciamento “não social” entre um elemento dentário e outro. Brincadeiras a parte, nem sempre esse distanciamento, é benéfico. 

O diastema pode ocorrer entre dentes posteriores, porém, é mais comum entre os anteriores, principalmente entre incisivos centrais. Está relacionado a diversas causas como, falta de algum elemento dentário na arcada, acúmulo de placa, doenças periodontais, hábito de chupar dedo ou chupeta enquanto criança, microdontia, dentes conóides e até mesmo anatomia do próprio paciente.

Nem sempre o diastema causará incômodo, entretanto, em dentes posteriores pode causar prejuízo à oclusão e provocar um desalinhamento dos elementos. Durante a deglutição, a ação das forças mastigatórias junto com restos de alimentos, pode levar a um quadro chamado de impactação alimentar nessas regiões (nos espaços).

A ausência do ponto de contato nas proximais dos elementos, favorece ao acúmulo de detritos, levando ao desenvolvimento de problemas na gengiva, cáries e mau-hálito.

O tratamento varia de acordo com a necessidade e quadro clínico de cada paciente. Depois de uma investigação minuciosa, com avaliação clínica e radiográfica, podemos apresentar ao paciente as possibilidades de tratamento. Durante o planejamento, o profissional pode optar por uma ou mais técnicas, conjugadas ou sequenciais, lembrando que, tudo depende da complexidade do quadro do paciente.

Tratamento Ortodôntico   

Consiste em movimentar os elementos dentários de forma que se posicionem de maneira apropriada na arcada, devolvendo ao paciente as funções relacionadas a oclusão, fonação, além da estética.


Imagem 1: Fechamento do diastema com auxílio do aparelho ortodôntico. Fonte: www.scielo.br/scielo

Tratamento Cirúrgico

  Consiste na retirada cirúrgica do freio labial superior, ou seja, frenectomia. O freio labial superior é uma estrutura formada por tecido conjuntivo que, se fixa a mucosa interna do lábio superior, passa entre os incisivos centrais e termina na face palatina (papila). Ele faz parte do processo de desenvolvimento das estruturas intermaxilares e dentárias.

Na infância ele é mais proeminente, porém tende a reduzir durante o desenvolvimento do indivíduo. O problema acontece quando esse freio não reduz e leva ao diastema dos incisivos centrais. Hoje existem diversas técnicas para realização da frenectomia, todas com o mesmo objetivo, a remoção do freio labial superior.

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Imagem 2: Freio labial superior e frenectomia. Fonte: ortodontiaegestao.com

Tratamento com Colocação de Facetas

  Consiste na colocação de facetas pré ou não fabricadas, para corrigir os espaços interdentários. Esse tratamento geralmente é indicado para pacientes que possuem múltiplos diastema em elementos anteriores. Além de devolver o ponto de contato nas proximais, também pode, do ponto de vista estético, ajustar a forma, o contorno e o tamanho dos dentes. 

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Imagem 3: Múltiplos Diastemas antes e a reestruturação dos dentes após a colocação das facetas. Fonte: dr.pedruzzi.com.br

Tratamento Resina Composta Direta

 Mais indicado para pequenas distâncias, onde o paciente não apresente grandes alterações morfológicas ou estruturais. Consiste em uma restauração direta com a utilização de resina composta.  Nessa opção de tratamento o mais importante é a seleção da cor da resina. Não adianta aplicar uma técnica restauradora impecável, se o profissional errar na hora da seleção da cor.

O objetivo funcional com certeza será alcançado, porém, a estética será insuficiente e o paciente certamente ficará insatisfeito. Caso o paciente apresente manchas nos dentes ou dentes com diferentes de colorações, recomenda-se que o profissional execute um clareamento previamente, a fim de uniformizar a cor, proporcionando assim, um melhor resultado.

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Imagem 4: Pequeno diastema entre os incisivos centrais e após a restauração. 
Fonte: revodonto.bvsalud.org

Tratamento com Resina Composta Indireta  

Esse tratamento conjuga as técnicas comentadas nos dois últimos tratamentos citados. Ele consiste em confeccionar um fragmento em resina composta, com auxílio de um modelo de gesso, que posteriormente é cimentado sobre os elementos dentários. Esse fragmento é confeccionado de forma personalizada para promover o fechamento do diastema.

É indicado para diastemas em dentes anteriores, onde o espaço entre os dentes seja significativo, de forma que, dificulte a restauração de forma direta. É importante atentar para a cor dos dentes, para escolha da cor da resina, e, principalmente respeitar as medidas da proporção áurea.

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Imagem 5: Fechamento do diastema com fragmento confecionado em modelo de gesso. Fonte: revistas.ung.br

Existe ainda a possibilidade de fechar o diastema com próteses fixas ou colocação de implantes, porém devemos levar em consideração a realidade de cada paciente, apresentar as opções, para que ele escolha o tratamento que melhor se encaixa na sua realidade financeira.

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Referências:

Artigos:

1- https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-54192004000300014

2- https://ortodontiaegestao.com/diastema-e-freio-labial-superior-17785bfff7f8

3- https://dr.pedruzzi.com.br/Project/fechamento-dos-diastemas-com-facetas/

4- http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-52762016000300016

5- http://revistas.ung.br/index.php/saúde/article/view/784/950

Livro:

  • Odontologia restauradora: fundamentos e técnicas, volume 1/ Luiz Narciso Baratieri… [et a.]. São Paulo: Santos, 2013.
  • Odontologia restauradora: fundamentos e técnicas, volume 2/ Luiz Narciso Baratieri, Sylvio Monterio Jr. São Paulo: Santos, 2013.
  • Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea / James R. Hupp … [et al.] ; tradução Maria
    Aparecida A. Cavalcante … [et al.]. – 6. ed. – Rio de Janeiro : Elsevier, 2015

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