‘Quem te ensinou a sonhar?’ é um famoso trecho da música ‘ninguém me ensinou’, single da banda ‘LAGUM’, que cantamos embaixo do chuveiro sem parar. Ok, disso já sabemos, mas essa mesma música pode trazer importantes reflexões sobre o tema de hoje. Vem comigo nesta leitura, futuros residentes?
Antes de tudo…
Bem-vindo (a) ao maravilhoso mundo da residência!
O que é essa tão falada residência multiprofissional?
Com o objetivo de especializar profissionais da área da saúde para atenção integrada e valorizando a perspectiva biopsicossocial e ampliando o conceito e a prática da integralidade, a residência multiprofissional se trata de um programa de cooperação intersetorial para favorecer a inserção de qualidade dos jovens profissionais da saúde no mercado de trabalho, particularmente em áreas prioritárias do Sistema Único de Saúde.
Temos como norteadores os princípios e diretrizes do SUS (Epa! Olha a famosa Lei 8.080 na área) orientando tais programas a partir de necessidades e realidades locais e regionais.
Descomplicando:
A residência multiprofissional é uma Pós-Graduação Lato Sensu tendo uma duração mínima de dois anos (2 anos). Com ênfase na prática o aluno irá se dedicar a 80%, da carga horária total, a estratégias educacionais práticas e teóricos práticas; e, 20%, sob forma de estratégias educacionais teórica.
Podemos perceber, logo de cara, como a prática é soberana nesses programas, né? Ah, como esquecer… Ao todo, serão 5.760 horas mínimas! Por isso, dedicação e empenho serão cobrados de você, ok?
Multiprofissional x Uniprofissional: Existe diferenças?
‘Residência Multiprofissional em Saúde’. Entenda a sua trajetória!
Foi com a promulgação da Lei nº 11.129 em 30 de junho de 2005 que se deu início ao processo de regulamentação da Residência Multiprofissional em Saúde no Brasil. Porém, você sabia, que o Ministério da Saúde (MS) vem apoiando residências multiprofissionais em saúde (RMS) desde 2002 por meio do projeto ReforSUS?
Desde então a história vem sendo escrita… Sendo queem 2003, com a criação da Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde (SGTES), se estabelece a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde mantida pela portaria de nº 198 de 13 de fevereiro de 2004.
Assim, se abre novos horizontes com financiamentos regulares aos programas e investimentos na sua potencialidade pedagógica e política.
Com a possibilidade de capacitar profissionais e contribuir com a mudança tecno assistencial do SUS a inserção desse profissional vem ganhando espaço à medida que os programas se democratizam e ganham popularidade entre os estudantes desde a graduação.
Quem coloca a cabeça no travesseiro e sonha com a tão desejada vaga levanta a mão!
Você sabia?
A Interdisciplinaridade está presente nestes programas que comentei com vocês, sabia? Conferindo um caráter inovador principalmente pela inclusão de catorzes categorias profissionais da saúde.
O documento ‘Residência Multiprofissional em Saúde: experiências, avanços e desafios’ reforça a interdisciplinaridade como uma formação coletiva que se insere no mesmo ‘campo’ de trabalho sem deixar de priorizar e respeitar os ‘núcleos’ específicos de saberes de cada profissão.
Conferia a foto que coloquei sobre quais são essas quatorze categoriais profissionais:
Tabela 1 – Catorze categorias profissionais da Saúde
Residência Uniprofissional. Conheça melhor!
A Residência Uniprofissional, por sua vez, será composta por apenas uma categoria profissional. Como pontos positivos temos a experiência que o residente terá em conhecer diferentes pontos de vistas dentro da equipe formada por profissionais daquela mesma área de saúde.
Quer um exemplo?
Tomemos como exemplo um programa de residência uniprofissional do Hospital Albert Einstein (HAE) para a Fisioterapia. Vamos lá…
Este programa, em suas especificações, entende da necessidade de suprir uma demanda de profissionais com uma visão abrangente e qualificada. Formando profissionais especializados em fisioterapia em diferentes áreas de concentração como: clínicas e cirúrgicas e terapia intensiva, “com olhar integral em todas as fases da vida do paciente, passando pelas unidades de neonatal, pediátrica e adultos.’
O programa há de destacar o raciocínio clínico e a habilidade para atuar em equipe favorecendo a interrelação entre os setores do hospital.
Respira, foco e boa escolha!
Entendendo essas duas possibilidades é muito importante você pesquisar, anotar e refletir bastante antes de escolher aquela residência que pretende se candidatar!
E a fisioterapia?
Ufa! É muita informação, né? Eu sei. Tenho uma sugestão de leitura para você conhecer melhor as três principais áreas em programas de residência da fisioterapia, e sabe o melhor? É um texto quentinho que nós da Sanar escrevemos:
Residência em fisioterapia: conheça as três principais áreas
E não acabou!
Conheça o Guia Gratuito da Sanar!
Lá você terá um mapa da mina das residências e poderá conhecer programas que talvez não conhecesse ou passado pela cabeça.
Fique por dentro do Processo Seletivo:
A resposta é: Sim. É preciso passar por um processo seletivo e estou aqui para te ajudar nesta jornada que parece difícil, mas não é. Confia!
A primeira dica é: Seja curioso! Após definir quais residências você quer seguir, vá atrás do edital publicado pela banca organizadora. Anote e grife as informações mais importantes, combinado?
Um passo-a-passo para você não se perder:
Geralmente este processo seletivo será dividido em duas partes. Mas espere um pouco… cada edital costuma ter um processo seletivo diferente. Por isso: pesquise, pesquise e pesquise!
Geralmente temos programas divididos em duas fases, ok? A primeira fase poderá contar com uma prova que irá incluir questões objetivas e dissertativas. O conteúdo dessas provas geralmente aparece anexado lá no fim do edital (em um lugar chamado: anexo). Algumas dicas… Poderá cair sobre SUS, a sua área de formação e a área que você escolheu no momento da inscrição. Mas… pesquise muito bem e escute o time da Sanar ;).
Ah, quase esqueci!
Fique atento aos prazos e datas! Anote no seu caderno o momento que irá abrir as inscrições, documentos a serem levados no dia da prova e as demais orientações que irão constar no edital.
Podemos falar da segunda etapa?
A segunda etapa, por sua vez, poderá contar com uma análise curricular e uma prova prática de habilidades e competências. Nesta análise curricular atente-se, pois o recrutador poderá observar se você participou de Ligas Acadêmicas, Congressos e Simpósios.
Esteve-se presente na organização de eventos e feiras na faculdade, monitorias ou estágios extracurriculares na área de atuação. Na prova prática, por sua vez, o recrutador poderá observar sua capacidade de entendimento de alguma técnica ou a inteligente emocional diante de alguma situação.
Calma! Eu sei o que você está pensando… quanta coisa, né? Por isso é fundamental você montar um currículo que vá ao encontro do seu programa tão sonhado ao longo da graduação, além de ser um aluno curioso e decidir com calma qual programa pretende realizar. E sobre aquela banda LAGUM (lembra?) não tenha medo de errar, só medo de desistir… por isso, sonhe que a vaga é sua!
Agora é com você! Queremos que você se destaque e seja o próximo residente. Será uma alegria ajudar você nesta caminhada e mentalize “você é o que quiser, quem te ensinou a sonhar?”
Matérias relacionadas:
- A contribuição do fisioterapeuta na equipe multidisciplinar
- Atenção ao paciente pediátrico: como o farmacêutico pode contribuir
- Atribuições do fisioterapeuta no NASF
Bibliografia:
MS. Ministério da Saúde. Residência Multiprofissional em Saúde: experiências, avanços e desafios, 2006. Disponível em <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/residencia_multiprofissional.pdf>.
Acesso em: 21 de junho de 2021. ALBERT EINSTEIN INSTITUTO ISRAELITA DE ENSINO E PESQUISA. Residência Uniprofissional em Saúde. Página inicial. Disponível em: <https://ensino.einstein.br/residencia_uniprofissional_em_fisioterapia_p4171/p>. Acesso em: 21 de junho de 2021.
