Atenção ao paciente pediátrico: como o farmacêutico pode contribuir | Colunista

Olá, farmas, tudo bem? Hoje vamos aprender um pouco mais sobre um assunto de extrema importância: a farmácia clínica por meio da atenção farmacêutica ao paciente pediátrico. Sabemos que esses pacientes são especiais sob vários aspectos, e é sobre eles que iremos discutir hoje. Vamos lá?

Um pouco da história da farmácia clínica 

Sabe-se que os medicamentos são tecnologias de saúde capazes de propiciar a cura de doenças, bem como o tratamento, uso de forma paliativa e ainda para fins de diagnóstico. No entanto, sabemos também, que nem sempre esse uso se dá de forma racional e consciente, o que pode acarretar danos á saúde do paciente.

Diante disso, surge a necessidade de acompanhamento da farmacoterapia dos pacientes, uma vez que os fármacos podem causar eventos adversos que muitas vezes podem resultar em morte. Nesse contexto, surge na década de sessenta, nos Estados Unidos, a farmácia clínica, que trouxe a importante missão de reconectar o profissional farmacêutico no cenário da saúde, deixando-o mais próximo do paciente e, sendo assim, promovendo o uso seguro dos fármacos.

Partindo disso, a farmácia clínica assiste o paciente por meio de uma ferramenta conhecida por atenção farmacêutica. Você já deve ter ouvido falar sobre esse termo, não é mesmo?

Pois bem, a atenção farmacêutica é uma estratégia utilizada pelo farmacêutico clínico para promover, dentre outras coisas, o uso racional dos medicamentos, auxiliando em sua farmacoterapia, retirando dúvidas relacionadas ao uso correto dos medicamentos, minimizando ou até mesmo eliminando possíveis Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRM’s) e promovendo uma melhor qualidade de vida aos pacientes. 

Bom, já que conhecemos um pouco dessa área da farmácia, vamos aprender a respeito de seu impacto na saúde pediátrica. 

Entendendo as particularidades infantis

Nos últimos anos, o avanço da pesquisa clínica no âmbito médico não beneficiou o público pediátrico na mesma proporção dos adultos por diversas questões, sobretudo ética. Diante desse cenário, sabe-se que a população pediátrica torna-se mais vulnerável ao uso de substâncias químicas em relação aos adultos. Essa vulnerabilidade é explicada por algumas particularidades que esses pacientes possuem e que podem limitar o uso de fármacos nos mesmos. Vamos conhecer?

Alguns aspectos devem ser levados em consideração no momento da tomada de decisão do clínico quanto ao tratamento na área da pediatria, tais como: a ausência de formas farmacêuticas adaptadas à população pediátrica; a deficiência na realização de ensaios clínicos em crianças; os determinantes farmacocinéticos e farmacodinâmicos nas diferentes subpopulações pediátricas determinando posologias próprias; o aumento do risco de exposição a erros de medicação, resultando em consequências não desejáveis aos pacientes, podendo ser fatais em alguns casos.

Vale a pena salientar também que a seleção da dose e da forma farmacêutica a ser administrada em um recém-nascido, criança, adolescente, adulto e no idoso deve levar em consideração o desenvolvimento do organismo e como este se comportará diante de formulações farmacêuticas, visto que a biodisponibilidade destas é afetada por diversas vertentes relacionadas ao perfil do desenvolvimento humano.

Dessa forma, estes conceitos são primordiais na escolha correta da farmacoterapia e o farmacêutico clínico é um profissional extremamente capacitado para atuar em conjunto com a equipe multidisciplinar e promover, dessa forma, o uso seguro dos fármacos na pediatria. Mas como ele pode fazer isso?

É importante que o farmacêutico conheça o nome, a dose, a concentração, a frequência de administração e a necessidade dos medicamentos prescritos; evitar a automedicação nestes pacientes; retirar dúvidas a respeito dos medicamentos aos cuidadores, bem como orientá-los sobre a importância de manter os medicamentos fora do alcance das crianças; envolver a criança no processo do cuidado; entre outros aspectos. 

Aprendemos bastante coisa, não é mesmo? Sem dúvidas, o uso de medicamentos na população pediátrica requer um pouco mais de atenção e cuidado tendo em vista as suas particularidades que os tornam tão vulneráveis aos riscos desenvolvidos por estas substâncias.

Diante do exposto e dos riscos de eventos adversos relacionados aos medicamentos em pacientes pediátricos é de extrema importância a presença do profissional farmacêutico clínico na tomada de decisão clínica com a equipe multiprofissional de saúde, com a finalidade de evitar e/ou minimizar possíveis eventos adversos relacionados aos fármacos.

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REFERÊNCIAS

AFONSO, A. M. Farmácia Clínica em Pediatria. 2013. 102f, Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade doAlgarve, Faro, Portugal.

ANACLETO; T. A. et al. Uso seguro de medicamentos em paciente pediátricos. BOLETIM ISMP. v. 6, n. 4. Brasil, 2017. 

KIPPER, D J. Ética em pesquisa com crianças e adolescentes: à procura de normas e diretrizes virtuosas. Revista Bioética, [S.l.], v. 24, n.1, 37-48, 2016. 

MARTINS, A. A. O processo de cuidado farmacêutico em um hospital pediátrico de Brasília e sua contribuição para o uso racional de medicamentos. 2017. 62f, Dissertação (Mestrado em Ciências e Tecnologia em Saúde) Faculdade de Ceilândia, Universidade do Brasília, Brasília, Brasil.

MARTINS, T. S. S.; SILVINO, Z. R.; SILVA; L. R. Eventos adversos na terapia farmacológica pediátrica: revisão integrativa da literatura. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília, v. 64, n. 4, 745–750, 201

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