Desde 2020, preocupa a disseminação massiva e rápida da Covid-19. Atualmente, no entanto, uma variante chama mais atenção, bem como seu impacto no público pediátrico. Aqui, vamos falar sobre o efeito da variante Delta em crianças.
Em meio a tantos desdobramentos da pandemia, a diversidade genética do vírus acende o sinal vermelho. Até o momento, existem quatro variantes que preocupam, colocando todo o mundo em alerta.
Uma delas é a mais transmissível: a variante Delta, hoje a cepa dominante do vírus SARS-CoV-2 em todo o planeta. Atualmente, a Delta já é encontrada em mais de 132 países do globo, segundo informações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Mas, por que isso é especialmente preocupante quando pensamos nas nossas crianças?
Variante Delta em crianças
Em se tratando de Covid-19, tudo é muito recente, mas já é possível saber que crianças e adolescentes tiveram um curso mais leve da doença na maioria dos casos.
Com a chegada da variante Delta, o cenário está mudando. Pelo menos, isso é o que defende o órgão americano CDC (Centers for Disease Control and Prevention).
Os números nos Estados Unidos servem de base para esse entendimento. Lá, cerca de 1.800 crianças foram hospitalizadas com Covid-19 na primeira semana de agosto de 2021.
O número representa um aumento de 500% na taxa de hospitalizações de crianças com Covid-19, desde o início de julho deste ano.
Um estudo realizado no Canadá, por exemplo, sugere que crianças que testaram positivo para Covid-19 na onda Delta chegam a ter duas vezes mais chance de serem hospitalizadas, quando comparado com outras variantes.
Esses dados, claro, reforçam o fato de que crianças mais novas têm apresentado quadros clínicos mais graves da doença.
A realidade no Brasil, até o momento, é diferente. De acordo com o Presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Dr. Renato Kfouri, por aqui não há sinais de que seja necessário um alerta em relação à Delta em crianças.
Manifestação da variante Delta em crianças
Sintomas comuns durante a pandemia, febre e fadiga continuam a ocorrer em crianças a adolescentes.
Apesar disso, a variante Delta vem se manifestando de forma diferente nesse público. Até então, são percebidos sintomas de vias aéreas superiores, como congestão nasal, além de menor proeminência de perda do paladar e do olfato.
Nesse sentido, a recomendação é: crianças com sintomas consistentes e infecção no trato respiratório devem ser testadas para que seja possível descartar ou não a Covid-19.
Uma vez confirmada a doença, a criança precisa ficar em isolamento, mesmo que esteja assintomática.
A vacina protege
Seja aqui no Brasil ou em qualquer parte do mundo, uma coisa não muda: a importância da vacina. Com o surgimento de variantes, a exemplo da Delta, quem não se vacinar corre mais risco de se infectar.
No Canadá, considerando pessoas vacinadas, a efetividade contra hospitalização ou óbito para a variante Delta está sendo levantada.
Ela varia de acordo com o imunizante e traz efeitos já na primeira dose das vacinas AstraZeneca®, Pfizer® ou Moderna®, com 88%, 68% e 96% de eficácia, respectivamente, mesmo com a circulação das quatro VP.
Sobre o assunto, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) divulgaram nota conjunta frisando que esses resultados atestam a importância da vacina.
As entidades reforçam que evidências prévias demonstraram que a proteção da resposta induzida pelas vacinas se mantém alta para os desfechos graves, como internação hospitalar e morte.
Sendo assim, vale lembrar que medidas como uso de máscaras e a manutenção do distanciamento social ainda devem ser mantidos e estimulados, bem como a imunização completa de toda a população.
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