O Papel do Enfermeiro no manejo da oxigenação por membrana extracorpórea | Colunista

A ECMO (Extracorporeal Membrane Oxygenation), sigla para Oxigenação Extracorpórea, é uma técnica de perfusão que faz a depuração extracorpórea do dióxido de carbono e a oxigenação do sangue, sem precisar usar o pulmão (HANEKE et al., 2015).

O dispositivo e a técnica ganharam notoriedade recentemente no Brasil, principalmente após o ator Paulo Gustavo ser submetido a terapia. Tal como ele, alguns pacientes acometidos pela COVID-19, também usufruíram do tratamento.

Os equipamentos exigem alta tecnologia para não comprometer o procedimento. E, essa tecnologia demanda constante atualizações dos profissionais envolvidos em seu manejo. O funcionamento do aparelho se dá a partir de tubos, da membrana de oxigenação artificial e da bomba propulsora. A bomba drena o sangue desoxigenado, a membrana faz a centrifugação, devolvendo o sangue oxigenado para o organismo (COSTA et al., 2015).

Apesar de não ser um tratamento recente, acontece que até hoje a literatura sobre o manejo de ECMO era limitada. Entretanto como o tratamento vem ganhando notoriedade, novos estudos têm surgido e apontado a importância do Enfermeiro no manejo da oxigenação extracorpórea. A equipe de enfermagem tem papel crucial na monitorização e no funcionamento da aparelhagem eletrônica do sistema.

Monitorização

O acompanhamento dos sinais vitais e condições hemodinâmicas durante o procedimento são indispensáveis, se atentando:

  • A observar a circulação periférica;
  • Condições neurológicas do paciente;
  • Assistência na troca de curativos;
  • Controle de medicações;
  • Suporte ventilatório;
  • Prevenção de infecções;
  • Glicemia capilar;
  • Diurese e perdas hemáticas;
  • Gasometria

Funcionamento da aparelhagem eletrônica 

Durante a prestação da assistência ao paciente critico, com quadros de insuficiência respiratória aguda, insuficiência cardíaca, trauma, infecção grave, ou pós-operatório, o Enfermeiro detém além da responsabilidade da monitorização, o encargo do funcionamento da aparelhagem eletrônica do sistema, verificando:

  • As condições do equipamento;
  • Evitar dobras nos tubos;
  • Atenção para alarmes;
  • Vazamentos; 
  • Débito do oxigenador;
  • Rotações do oxigenador;
  • Pressões no oxigenador;
  • Temperatura no circuito;
  • Índice de coagulação;
  • Gasometria do oxigenador.

Considerações Finais

Portanto, o Enfermeiro e a equipe que prestam cuidados ao paciente em terapia de ECMO, precisam ser peritos, dotados de conhecimentos teóricos, e habilidades técnicas.  É o profissional Enfermeiro e sua equipe, que se encontram na posição privilegiada, de vigiar, intervir e antecipar complicações relacionadas com a técnica e com a adaptação do paciente.

Para a execução com êxito da técnica, é necessário um bom relacionamento da equipe multiprofissional, e treinamento adequado dessas equipes, sendo a gestão e educação continuada, uma das principais funções que o Enfermeiro carrega consigo, a de educador em saúde.

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Referências:

Romano, T., Mendes, P., Park, M., & Costa, E. Suporte respiratório extracorpóreo em pacientes adultos. Jornal Brasileiro de Pneumologia [S.L.], v. 43, n. 1, p. 60-70, fev. 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jbpneu/v43n1/pt_1806-3713-jbpneu-43-01-00060.pdf. Acesso em 24 de maio de 2021.

HANEKE, F; SCHILDHAUER, Ta; STRAUCH, J; SWOL, J. Use of extracorporeal membrane oxygenation in an awake patient after a major trauma with an incidental finding of tuberculosis. Perfusion [S.L.], v. 31, n. 4, p. 347-348, 24 out. 2015. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Use+of+extracorporeal+membrane+oxygAcesso em: 24 de maio de 2021.

Costa, L., Hora, M., Araújo, E., & Pedreira, E. Cuidado de enfermagem a uma paciente em uso da ECMO. Revista Baiana de Enfermagem. v. 25, n. 2, p. 209-220, maio/ago. 2011. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/enfermagem/article/view/5325/4478. Acesso em: 24 de maio de 2021.

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