Combate à hepatite na Atenção Primária à Saúde: entenda

Combate à hepatite na Atenção Primária à Saúde: entenda
Combate à hepatite na Atenção Primária à Saúde: entenda

As hepatites integram o segundo maior grupo de doenças infecciosas letais em todo o mundo. A prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento efetivo são fundamentais. Aqui, vamos falar sobre o combate à hepatite na Atenção Primária à Saúde.

O assunto é muito importante para profissionais e estudantes da área. É o seu caso?

Desde 2016, o Brasil faz parte de uma iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) chamada Estratégia Global para Eliminação das Hepatites Virais como Problema de Saúde Pública.

A proposta é reduzir o número de novas infecções em 80% e a taxa de mortalidade para 65% em relação às médias atuais ao ano.

Combate à hepatite na Atenção Primária à Saúde

Para início de conversa, é bom saber que a Atenção Primária à Saúde (APS), como o próprio nome diz, é o primeiro nível de atenção em saúde.  Ela inclui etapas como diagnóstico, tratamento, reabilitação e redução de danos para qualidade de vida do paciente.

No rol de doença está a hepatite viral em suas diversas manifestações que podem, em alguns casos, matar. O SUS oferece tratamento para todos os tipos de hepatites, com qualquer grau de lesão do fígado.

Sendo assim, o modelo da Atenção Primária à Saúde, criado com o objetivo de ser acessível a todos, reúne profissionais de saúde preparados para acolher o paciente com hepatite, seja qual for o tipo.  

A APS atua na resolução do caso e, sempre que possível, deve se pautar pela prevenção. Ou seja, o aconselhamento sobre a hepatite é algo que o profissional de saúde deve fazer.  

A melhor forma de evitar a doença é tomando os cuidados necessários, muitas vezes, a partir de condutas simples.

Como existem diferentes formas de contágio, é bom ficar alerta às diferentes formas de prevenção, que podem contribuir para evitar que o paciente fique doente e precise de um tratamento.

O que é a Atenção Primária à Saúde

A Atenção Primária à Saúde é considerada a porta de entrada do Sistema Único de Saúde e funciona de modo a organizar o fluxo dos serviços em saúde – indo dos simples aos complexos.

O objetivo é, portanto, promover uma atenção integral ao paciente, impactando positivamente a saúde coletiva.

Entre os princípios da APS estão: universalidade, acessibilidade, continuidade do cuidado, integralidade da atenção. Isso, sem dizer da responsabilização, da humanização e da equidade no atendimento.

Hepatite: desafio dos profissionais de Saúde

O fato de muitas pessoas terem a doença e não saberem é um desafio e tanto. A recomendação é que todos com 45 anos ou mais façam o teste, que é gratuito, em qualquer posto de saúde.

Em caso de resultado positivo, o paciente pode fazer o tratamento pelo SUS. Isso é fundamental.  Existe até uma campanha nacional, chamada Julho Amarelo, para chamar a atenção sobre o tema.

A campanha foi instituída no Brasil pela Lei nº 13.802/2019 e tem o objetivo de reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais.

O mais recente Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais, divulgado pela Secretaria de Vigilância em Saúde em 2020, mostra que na última década mais de 74 mil pessoas morreram em virtude da hepatite. Desse total, 76% por causa da hepatite C, que não conta com vacina.

A maior parte dos infectados no Brasil possui o tipo C. Depois, segue essea ordem: B, A e D. No entanto, é bom frisar que os tipos C e B representam um problema grave de saúde pública no Brasil e fora dele.

Dito isso, é papel da equipe de saúde acolher a população sexualmente ativa e abordar o tema. Entre as ações que podem ser tomadas, estão:

  • orientações sobre a importância do uso do preservativo para evitar contágios;
  • divulgar a testagem rápida para descartar ou não a doença. Muitos são infectados a nem sabem;
  • incentivar a vacinação contra a Hepatite B
  • promover um diálogo individualizado para o paciente, de forma escutá-lo e a orientá-lo de maneira efetiva.

O enfermeiro no combate à hepatite viral

O Ministério da Saúde emitiu a nota técnica Nº 369/2020, que orienta sobre a atuação do enfermeiro para a ampliação estratégica do acesso da população brasileira ao diagnóstico das hepatites B e C e encaminhamento de casos detectados para tratamento. 

O documento foi emitido em dezembro de 2020 e recomenda condutas que vão além do teste rápido e o conhecimento da cobertura vacinal. Entre elas, estão:

  • solicitação de exames complementares para investigação de hepatites;
  • obrigatoriedade da notificação compulsória;
  • monitoramento dos casos existentes;
  • articulação de ações junto a Rede de Apoio à Saúde (RAS) com foco na eliminação das hepatites virais até 2030.

Tipos e vacinas da Hepatite

Como vimos, está no contexto da Atenção Primária à Saúde o combate à hepatite viral. A doença se caracteriza por inflamações no fígado, que podem ser agudas ou crônicas. Elas se dividem em cinco tipos: A, B, C, D, E.

As mais comuns são as hepatites provocadas pelos vírus A, B e C. O tipo D existe com menor frequência e é mais comum na região Norte do País. O vírus da hepatite E é pouco presente no Brasil.

As hepatites podem ser assintomáticas e passar despercebidas ou apresentar sintomas gerais, como mal-estar, náuseas, cansaço físico e perda de apetite. E é aí que mora o perigo. Muitas vezes, o diagnóstico pode ser tardio.

Outros sintomas clássicos são fezes esbranquiçadas, urina escurecida e coloração amarelada (icterícia) da pele e dos olhos. Esse último chama mais atenção das pessoas e remete logo à hepatite.

É importante conhecer as formas de transmissão dessas doenças e agir preventivamente. Vacinas para as hepatites A e B já existem e cumprem um importante papel.  

Como pega Hepatite?

Isso varia. O tipo A, por exemplo, é contraído pela ingestão de água e alimentos contaminados ou transmitido por pessoa infectada. O vírus é excretado pelas fezes.

Os tipos B e C são adquiridos pelo contato com secreções e sangue de indivíduos contaminados. A hepatite B é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST). Portanto, as transmissões podem ser por meio de uso abusivo de álcool/drogas, fecal-oral ou sexual. 

O tipo A não provoca infecção crônica e se resolve em poucas semanas. No caso dos tipos B e C, a doença pode se prolongar e deixar o fígado continuamente inflamado, demandando cuidados para evitar cirrose ou câncer hepático.

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Por Sanar

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