Tudo sobre teleatendimento da fisioterapia | Colunista

Olá, pessoal! Tudo tranquilo? Estive pensando o quanto a pandemia mudou nossa relação com o mundo, e dentro dessas mudanças, a forma como os atendimentos fisioterapêuticos são realizados precisou se modificar e se adaptar para dar assistência a todos.

O COFFITO visando prosseguir com o atendimento de Fisioterapia à população e assegurar o bem-estar do profissional, autorizou, por meio da Resolução nº 516, publicada no Diário Oficial da União no dia 23 de março de 2020, os serviços de Teleconsulta, Teleconsultoria e Telemonitoramento.

Certo, você já entendeu que é uma prática legal e que está regulamentada, mas… Como atender sem tocar no paciente? Hoje eu te conto de forma simples e prática como funciona o teleatendimento de fisioterapia.

Como é realizado? O teleatendimento é realizado através de plataformas online (como Zoom, Google Meet, Lifesize, WhatsApp, etc), é importante que tanto o fisioterapeuta quanto o paciente possuam uma conexão estável e um aparelho eletrônico com câmera (celular, laptop, tablet…) para o momento do atendimento.

  • Os pacientes podem ser antigos ou novos, tendo em vista que é importante checar a capacidade cognitiva dos mesmos. Caso seja necessário, é interessante solicitar a presença de um familiar ou cuidador para estar próximo ao paciente durante o atendimento para ajudá-lo.
  • Atenção! Solicite que seu paciente aceite e assine um termo de consentimento, para garantir a segurança de ambas as partes, bem como o sigilo profissional.

E a avaliação fisioterapêutica? Bom, nesse caso o fisioterapeuta precisa coletar todos os dados possíveis do paciente (anamnese), conversar bastante sobre os desejos do paciente e verificar os sinais vitais – essa parte pode conter ajuda de um familiar ou cuidador se o paciente não conseguir sozinho. 

  • Além disso, é possível aplicar escalas para verificar dor, qualidade de vida, riscos de quedas, mobilidade, entre outros.
  • Fotografar ou gravar vídeos dos movimentos do paciente para analisar e comparar no futuro com novas avaliações.

É necessário realizar chamadas de vídeos todo dia? Não! Os teleatendimentos podem ser feitos de duas formas:

  • Síncrono: quando há interação em tempo real;
  • Assíncrono: quando há envio de materiais através de plataformas digitais – como vídeo, orientações de exercícios, imagens.

Quais os maiores cuidados que o fisioterapeuta precisa tomar no teleatendimento?  

a) Atenção com as roupas! O ideal é utilizar roupas fechadas e o jaleco em todos os atendimentos síncronos e nas gravações ou fotos para enviar aos pacientes;

b) Tudo está sendo observado. Ainda que seja combinado que não pode gravar o atendimento, não há como saber se o paciente vai seguir a regra, então seja cuidadoso com o que vai dizer e como vai direcionar o atendimento para não ter problemas futuros por má interpretação;

c) Organização é palavra chave e o tempo é precioso! Se organize antes do atendimento, saiba o que vai realizar com o paciente, não atrase para entrar de forma síncrona e lembre-se de estabelecer horários para não prolongar tanto além do combinado;

d) Facilite a comunicação, perceba a necessidade de quem está do outro lado. De nada adianta falar “difícil” se seu paciente não consegue te entender, então adapte seu atendimento de acordo com quem está escutando.

e) Seja criativo! Parece óbvio, mas é preciso reforçar que na casa do paciente quase sempre não há equipamentos e aparelhos que são utilizados normalmente em uma clínica.

  • Então pense nos exercícios e orientações levando em conta o espaço que o paciente tem para realizar, e objetos que ele já possua em casa – às vezes um cabo de vassoura ou 2kg de alimentos se tornam nossos melhores amigos.

Como motivar? Sabemos que um dos pilares para a continuidade de um tratamento fisioterapêutico é a motivação do paciente, por isso é importante se manter em contato ainda que não seja o dia do atendimento síncrono. 

  • Uma das melhores formas é passar um feedback no final de cada encontro online;
  • Também é interessante enviar um material digital ao menos 2x por semana para que ele se motive em realizar as atividades de forma assíncrona;
  • Não seja repetitivo, ninguém gosta de fazer todo dia a mesma coisa. Pense em atividades diversas para o atendimento ficar fluído;
  • Reavaliar o paciente de forma mensal e/ou sempre que necessário para que ele possa acompanhar sua evolução.

Quais as vantagens dessa modalidade de atendimento? 

  • A principal delas é a otimização do tempo, tanto do paciente quanto do fisioterapeuta, uma vez que não há deslocamento – consequentemente, menos gastos;
  • Pacientes mais debilitados ficam menos expostos a agentes externos de contaminação;
  • A relação humanizada prevalece ainda que a distância, ou seja, há formação de laços durante o atendimento;
  • O paciente não fica sem assistência e quando preferir realizar o atendimento presencial estará melhor condicionado;
  • Redução de custos para os fisioterapeutas – principalmente de gasolina, água, manutenções e desgaste de equipamentos;
  • De forma online é possível atender e realizar atividades de qualquer lugar do mundo, o que possibilita maior adesão da população;
  • Maior segurança no período de pandemia por não ter contato físico com outras pessoas.

De uma forma geral, é relativamente tranquilo aderir ao teleatendimento. Sem falar que muitas pessoas se beneficiam dessa modalidade de atendimento por não precisar se deslocar de casa e facilita também o primeiro contato de pacientes com a fisioterapia, bem como a continuidade de atendimentos. Apesar de todas as vantagens que falei hoje, é importante ressaltar que nada substitui as mãos de um fisioterapeuta. Então, o teleatendimento vem para facilitar o contato, mas sempre que possível é ideal encontrar de forma presencial. Espero que tenham gostado do post! Até mais!

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Referências

SARTI, Thiago Dias et al. Qual o papel da Atenção Primária à Saúde diante da pandemia provocada pela COVID-19?. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília. v. 29, n. 2, e2020166, maio 2020.   

Dorsey, E. R., & Topol, E. J. (2020). Telemedicine 2020 and the next decade. The Lancet, 395(10227), 859. 

CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL – COFFITO. Disponível em: https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=15828.

Por Sanar

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