Método Roach – protocolo clínico | Colunista

Mesmo que haja outras formas de reabilitação oral, como as próteses convencionais parciais ou totais e próteses implantosuportadas, ainda se faz necessária a existencia das próteses parciais removíveis (PPR). São estruturas destinadas a reestabelecer as funções mastigatórias, estéticas e fonéticas de pacientes desdentados. Sendo assim, é importante que estudantes de odontologia e cirugiões dentistas saibam como reabilitar por meio do uso de PPRs.

Realizadas as primeiras etapas do protocolo clinico para reablitação com PPR (anamnese, exame clínico e radiográfico, moldagem anatômica), a próxima fase é o delineamento do modelo de estudo. Um procedimento de diagnóstico que objetiva colher informações sobre o formato e contorno dos dentes pilares e tecidos adjacentes (CARREIRO et.al, 2016). Dentre as ténicas que podem ser utilizadas destaca-se o método de Roach.

Conhecida também como técnica dos três pontos, o método de Roach, é simples e pode ser usado na maioria dos casos de edêtulos parciais. Fundamenta-se no princípio de marcar sobre o modelo três pontos, formando um plano entre si que visa uma trajetória de inserção perpendicular a trajetória de inserção. 

Um desses pontos deve ser traçado na região anterior do modelo e os outros dois na região posterior formando um triângulo. Essas marcações devem ser feitas conforme as subsequentes orientações:

No modelo do arco superior:

  • A marcação do primeiro ponto deve ser feita na linha média, entre os incisivos centrais, pela palatina (lugar onde os incisivos centrais inferiores fazem contado), sendo orientada pelo transpasse vertical entre os incisivos centrais superiores e os incisivos centrais inferiores;
  • Os pontos posteriores devem ser produzidos na crista marginal mesial dos dentes pilares distais (KAISER, 2010), um em cada hemiarco e sempre que possível, em posições simétricas. Ou seja, é muito importante trabalhar com o antagonista no método dos três pontos.

No modelo do arco inferior:

  • O ponto anterior deve ser traçado na linha mediana entre os incisivos centrais, na superfície incisal, ou seja, na região de contato com os antagonistas;
  • Os pontos posteriores serão localizados nas fossetas mesiais dos primeiros molares. 

Caso não seja possível seguir alguma destas referências, pelo fato de o elemento dentário estar ausente, aderir aos seguintes passos:

  • Estabelecer a relação maxilo-mandibular com o auxilio de um articulador semi-ajustável;
  • Criar um ponto virtual, materializado por um rolete de cera ou dente artificial, posicionado de forma que se alinhe com as curvas de Spee e Wilson. A impressão dos dentes antagonistas sobre a cera dará a localização do ponto. Na ausência também dos antagonista, o ponto terá uma curvatura elegida pelo profissional e orientada pelo dentes presentes.

Após a delimitação de todos os pontos, o modelo deve ser montado na platina do delineador e posicionado de modo que a ponta analisadora (o bastão de análise) tenha a mesma distância entre todos os três pontos. Garantindo, assim, que o plano oclusal seja mais ou menos paralelo a base do delineador. 

Seguidamente, 

  • Verificar a presença de áreas retentivas nos dentes pilares diretos (com o disco calibrador modificado);
  • Perceber o campo de ação global de cada dente pilar para posterior desenho do grampo de oposição;
  •  Examinar fatores de interposição que possivelmente causarão mudanças no eixo de inserção e remoção da futura prótese parcial removível. Essas interferências podem ser retenção da mucosa, óssea ou dental. 

Prosseguindo com as etapas em delineador:

  • Verificar e alterar fatores estéticos causados pela movimentação da platina (caso necessário);
  • Traçar um registro do trajeto de inserção/retirada do que no final será uma PPR;
  • Execultar a placa de transferência do eixo de inserção;
  • Confeccionar as matrizes de transferência de planos guia para serem realizados futuramente em boca;
  • Construir com a ponta “grafite” o equador protético dos dentes pilares;
  • Criar o desenho da PPR. 

Por fim, operar os nichos e planos guia na cavidade bucal do paciente, posicionar a placa de transferência do eixo de inserção/remoção no modelo de trabalho e enviar o conjunto para um laboratório de prótese dental para confecção da prótese parcial removível (KAISER, 2010).

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Referências Bibliográficas

CARREIRO, Adriana da Fonte Porto; CALDERON, Patrícia dos Santos; DUARTE, Antônio Ricardo Calazans; DE MEDEIROS, Annie Karoline Bezerra; TÔRRES, Ana Clara Soares Paiva; DE MELO, Laércio Almeida e DE FARIAS, Danielle Bezerra. Protocolo Clínico Para Confecção de Próteses Removíveis. Natal: EDUFRN – Editora da UFRN, 2016. Disponivel em: https://www.passeidireto.com/arquivo/68879625/livro-de-ppr. Acesso em: 28 de março de 2021.

KAISER, Frank. Prótese Parcial Removível. Passei Direto, 2010. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/64271881/livro-ppr-kaiser. Acesso em: 28 de março de 2021.

Por Sanar

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