O fisioterapeuta é um profissional da área da saúde que tem como função trabalhar na prevenção e reabilitação dos pacientes. Em relação à parte musculoesquelética do indivíduo, a fisioterapia é uma forma de realizar o diagnóstico cinético funcional e aplicar os recursos que sejam necessários, como exercícios, correntes elétricas, entre outros. Além disso, o fisioterapeuta trabalha no processo de reabilitação neurológica, respiratória e cardíaca.
Para conhecer mais sobre as áreas de atuação do fisioterapeuta acesse o texto “7 especialidades da fisioterapia que você provavelmente ainda não conhece” (encurtador.com.br/rtDY0) ou “História da fisioterapia: da antiguidade ao reconhecimento das especialidades” (encurtador.com.br/mzGP8).
Devido à atuação do fisioterapeuta na reabilitação dos indivíduos, a presença desse profissional na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é de suma importância para lidar com pacientes críticos. Dessa maneira é necessário compreender, a princípio, em que consiste a Terapia Intensiva.
A UTI é um local específico dentro dos hospitais que tem como objetivo atender pacientes que necessitam de monitoramento 24 horas por dia. Nesse local, é ofertado o suporte avançado à vida, o que torna necessário o uso de tecnologias aliadas a um atendimento multiprofissional.
Dessa forma, a equipe multiprofissional é formada por fisioterapeutas, enfermeiros, médicos, assistentes sociais, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, técnicos de enfermagem, farmacêuticos e nutricionistas. Além disso, pode ocorrer a participação também de dentistas e bioquímicos.
É necessário ressaltar, em soma, que nas UTIs pode haver três perfis de pacientes: aqueles que passam por uma cirurgia extensa, os acometidos por quadros graves e aqueles que se encontram em pós-operatório de cirurgias pequenas e possuem algum fator de risco associado, como hipertensão e diabetes, por exemplo.
Atuação fisioterapêutica nas UTIs
Para entender a atuação dos fisioterapeutas nas UTIs, é importante recapitular quando se deu o início do trabalho ofertado por esses trabalhadores nos hospitais brasileiros. Nos anos 70, ocorreu um grande reconhecimento da importância de ter atendimento fisioterapêutico nos hospitais, mas o maior destaque na época foi para especialidade de fisioterapia respiratória, a qual obteve, por conseguinte, um grande crescimento dentro dos hospitais na década de 80.
Entretanto, é válido ressaltar que foi somente em 2011 que o COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional) reconheceu a especialidade de Fisioterapia em Terapia Intensiva, através da Resolução nº 402/2011.
Essa Resolução estabeleceu que a função do fisioterapeuta que trabalha nas UTIs é a de realizar avalição fisioterapêutica, mobilizar pacientes críticos, promover treinamento muscular respiratório, fazer remoção de secreção, realizar técnicas de expansão pulmonar e também monitorar a ventilação mecânica invasiva e não invasiva.
A atuação da Fisioterapia Respiratória se assemelha com a especialidade de Terapia Intensiva, por isso vale observar em maiores detalhes o trabalho do profissional de fisioterapia na UTI, o que se exemplifica a seguir.
Em relação à reabilitação motora, o fisioterapeuta na UTI tem um desempenho fundamental, uma vez que o trabalho realizado auxiliará na estabilidade hemodinâmica e favorecerá o suporte ventilatório. Além disso, pode ocorrer de alguns pacientes terem quadros clínicos relacionados com complicações motoras, neurológicas, cardíacas, respiratórias e de pós-operatório. Esses indivíduos serão tratados também pelo fisioterapeuta, que precisará dominar as diversas áreas da fisioterapia.
Por outro lado, o fisioterapeuta, além de realizar seu trabalho para preservar a vida dos seus pacientes acometidos por complicações que os levaram até a UTI, será de extrema importância na reabilitação funcional.
Em relação ao sistema musculoesquelético, por exemplo, muitos indivíduos que ficam na unidade podem perder força muscular, o que demanda atuação do fisioterapeuta, que irá trabalhar para manter um tônus muscular adequado, melhorar a força e função física dos pacientes.
Já em relação ao tratamento respiratório dentro das UTIs o fisioterapeuta atua dando assistência nos casos de pacientes graves que necessitam do suporte ventilatório. Ou seja, esse profissional irá auxiliar na condução da ventilação mecânica, indo do preparo e ajuste do ventilador artificial até a intubação. Atuará, também, na evolução do caso do paciente para compreender quando será necessário a interrupção e desmame do suporte ventilatório.
Assim sendo, é de suma importância citar que esse profissional tem um papel fundamental no combate à pandemia de COVID-19, visto que uma parte significativa de pacientes são ventilados mecanicamente devido à insuficiência respiratória grave.
Para conhecer mais sobre esse assunto, sugere-se a leitura de “A atuação fisioterapêutica diante da insuficiência respiratória na COVID-19” (encurtador.com.br/frsCP).
A fisioterapia, como visto, tem mostrado a sua relevância na atuação com pacientes que se encontram em oxigenoterapia ou ventilação mecânica, situações nas quais é de extrema importância haver acompanhamento fisioterapêutico para que ocorra a monitorização adequada. É notório, portanto, que tanto a fisioterapia quanto sua atuação na área hospitalar têm crescido nos últimos anos, numa clara evolução da saúde no que se refere à reabilitação dos pacientes.
Matérias relacionadas:
- Descomplicando a imaginologia na prática clínica para estudantes de fisioterapia
- A importância da atribuição do fisioterapeuta na reabilitação da COVID-19
- O que é o pilates e quais seus benefícios
Referências
AMIB – Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Conheça as principais funções dos profissionais da terapia intensivista. s/d. Disponível em: https://www.amib.org.br/informacao/publico-geral/profissionais-uti/. Acesso em: 7 jun. 2021.
ANDRADE, Állef Diego Bonfim de et al. ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: uma revisão narrativa da literatura. Rev. Saberes, [S. l.], v. 11, p. 1-8, 2 out. 2019.
ASSOBRAFIR, Associação Brasileira De Fisioterapia Cardiorrespiratória E Fisioterapia Em Terapia Intensiva. Reconhecimento da especialidade Profissional Fisioterapia em Terapia Intensiva e Papel do Fisioterapeuta. [S. l.], 19 dez. 2017. Disponível em: https://assobrafir.com.br/reconhecimento-da-especialidade-profissional-fisioterapia-em-terapia-intensiva-e-papel-do-fisioterapeuta/. Acesso em: 29 maio 2021
CREFITO, 12. Fisioterapia. [S. l.], s/d. Disponível em: https://crefito12.org.br/fisioterapia/. Acesso em: 7 jun. 2021.
FURTADO, Marcos Vinícius da Conceição. Atuação da fisioterapia na UTI. Brazilian Journal of health Review, Curitib, v. 3, n. 6, p. 16335-16349, 16 nov. 2020.
GUIMARÃES, Fernando. Atuação do fisioterapeuta em unidades de terapia intensiva no contexto da pandemia de COVID-19. Fisioter. mov., Curitiba, v. 33, p. 1-3, 8 maio 2020.
INTENSICARE. O que é e como funciona uma Unidade de Terapia Intensiva?. [S. l.], 15 jan. 2019. Disponível em: https://blog.intensicare.com.br/o-que-e-e-como-funciona-uma-unidade-de-terapia-intensiva/. Acesso em: 29 maio 2021.
SCHUJMANN, Debora Stripari; ANNONI, Raquel. Papel da fisioterapia no atendimento a pacientes com Covid-19 em unidades de terapia intensiva. Fisioter. Pesqui., [S. l.], v. 27, n. 3, p. 218-219, 11 dez. 2021.
SILVA, Karina. Fisioterapia Intensiva: como é o trabalho na área?. [S. l.], 20 jun. 2018. Disponível em: https://www.iespe.com.br/blog/fisioterapia-intensiva/. Acesso em: 29 maio 2021