Como tem sido o impacto da Covid-19 em residentes de saúde? Estudo identificou suas condições de saúde e de trabalho durante a pandemia. As mudanças na formação também foram abordadas.
É sobre isso que trata a pesquisa Condições de saúde e práticas de cuidado dos residentes em saúde no contexto da pandemia da Covid-19.
O levantamento foi realizado entre 28 de fevereiro e 30 de abril de 2021. No total, 791 residentes em saúde de todo o Brasil participaram.
A Pesquisa é do Observatório das Residências em Saúde do Instituto Aggeu Magalhães – Fiocruz – PE.
A seguir, a gente compartilha com você os dados mais relevantes!
Covid-19 e residentes de saúde: quem participou do estudo
Dezesseis categorias profissionais de residentes em saúde responderam a questionários online sobre o impacto da Covid-19. A maior parte dos residentes é da Enfermagem (23,77%). Já os psicólogos representaram 14,16% dos entrevistados.
Falando em dados, 79,27% dos residentes de saúde que participaram são mulheres cisgênero (79,27%). A faixa etária predominante em toda a pesquisa foi de 25 a 29 anos (53,61%).
Nesse contexto, residentes médicos representaram 8,22% dos entrevistados. Por sua vez, 80,91% dos participantes estavam vinculados aos programas de residência multiprofissional. Os outros 10,87%, a programas de residência uniprofissional.
Durante a pandemia, a maior parte da atuação presencial dos entrevistados foi em hospitais (42,86%). Em segundo lugar ficou a atenção primária à saúde (36,54%).
Em terceiro e quarto lugares, a Rede de Atenção Psicossocial (7,21%) e a Gestão da Atenção à Saúde (6,83%).
Impacto da Covid-19 em residentes de saúde
Com a pandemia do novo Coronavírus, a vida se transformou. Tudo mudou. Sem poder ficar em casa, boa parte dos profissionais de saúde teve que atuar na linha de frente, apesar das adversidades.
Sendo assim, são muitos os relatos de problemas de saúde e impactos na qualidade de vida. Mas, e o que dizer dos residentes?
Um dado impressionante é que 44,2% dos que responderam à pesquisa disseram ter sofrido alguma perda por Covid-19. Como é de se imaginar, a experiência do luto foi uma realidade próxima.
Dos residentes de saúde que participaram da pesquisa, 25,5% tiveram diagnóstico confirmado para a doença.
A seguir, dados revelam mais sobre sentimentos e condições específicas durante a pandemia:
- A perturbação do sono afetou 41,47% dos residentes entrevistados.
- Oscilações de humor também acometeram muitos dos participantes: 43,8%.
- A ansiedade passou a fazer parte da rotina de 61,06% dos respondentes.
- Por sua vez, 24,40% alteraram o consumo de medicamentos e de outras substâncias.
- 43,87% dos residentes de saúde que responderam aos questionários disseram ter se sentido improdutivos.
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A proteção contra o vírus
Medidas de segurança são fundamentais para frear a disseminação do vírus. Para quem trabalha com atendimento em saúde, essa atenção precisa ser redobrada.
Vale saber: como será que isso ocorreu no dia a dia dos residentes em diferentes partes do Brasil? A pesquisa do Observatório das Residências em Saúde do Instituto Aggeu Magalhães – Fiocruz – PE trouxe dados relevantes:
- 25,16% responderam que às vezes precisam adquirir/improvisar seus próprios Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como máscaras, luvas e jalecos descartáveis.
- 82,72% disseram ter se imunizado – completa ou parcialmente.
- 65,61% responderam que o Programa de Residência e os Serviços de Saúde onde atuavam promoveram ações educativas sobre proteção individual e práticas de cuidado contra o novo Coronavírus.
- 31,73% disseram o Programa de Residência e os Serviços de Saúde onde atuavam não promoveram ações educativas sobre proteção individual e práticas de cuidado contra o novo Coronavírus.
A formação dos residentes na pandemia
Com a imposição do isolamento social em virtude da pandemia do novo Coronavírus, muita coisa mudou. Os residentes também tiveram suas rotinas modificadas.
Nesse sentido, é importante falar da Portaria do MS Nº 580, de 27 de março de 2020. Ela dispõe sobre a Ação Estratégica O Brasil Conta Comigo – Residentes na área de Saúde.
Sobre ela, 79,2% dos residentes disseram que o recurso contribuiu em algum aspecto. Destaque para: compra de EPI, transporte e deslocamento para os serviços, auxílio dos custos e necessidades diárias e reconhecimento.
Também foram pela pesquisa da Fiocruz verificou que:
- 58,15% das atividades tiveram adaptações pontuais no formato remoto
- 19,60% responderam que a prática não mudou.
- 70,29% dos entrevistados contaram que as atividades de tutoria foram mantidas com as devidas medidas de segurança contra o vírus.
- 83% dos residentes avaliam que os programas de residência nos quais atuam contribuíram para o enfrentamento à pandemia
- 49,8% do total acreditam que houve inovações nos programas de residência
- 51,71% dos pesquisados disseram estar satisfeitos com sua capacidade de resposta às necessidades de saúde da população
- Na contramão, 32,11% sinalizaram que poderia ser melhor.
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