Além da odontologia: 3 abordagens que podem contribuir para aliviar os sintomas do bruxismo | Colunista

Olá, concurseiro! O que você sabe sobre o bruxismo? Sabia que há meios além da odontologia que podem ajudar no tratamento desse hábito parafuncional? Vem comigo que eu te explico!

O bruxismo é um hábito parafuncional que pode ocorrer quando o indivíduo está consciente e/ou inconsciente (durante o sono). O bruxismo que ocorre durante o sono é conhecido como bruxismo excêntrico e é caracterizado pelo ato de ranger os dentes, já o bruxismo que ocorre quando o paciente está consciente é conhecido como bruxismo cêntrico tendo como característica principal o apertamento dos dentes. Se não tratado, essa parafunção pode causar desgastes dentários severos, danos oclusais e levar a uma disfunção temporomandibulares.

Os fatores causadores do bruxismo são um tanto desconhecidos, mas estudos ao decorrer dos anos apontaram para uma etiologia multifatorial envolvendo fatores locais como maloclusões, genéticos, psicológicos e nutricionais. O estresse e ansiedade têm sido constantemente associado ao rangimento/apertamento dos dentes, já apontando para a necessidade de uma abordagem multidisciplinar.

Os sintomas e sinais mais comuns encontrados são desgastes dentários, dor, músculos hipertrofiados e dificuldade de abrir a boca após atividade intensa de apertamento ou ranger dos dentes. Além disso, a falta de tratamento pode resultar em danos a ATM. Devido a isso, o diagnóstico precoce e o tratamento são imprescindíveis para evitar danos severos e irreversíveis.

Na odontologia, geralmente, o tratamento consiste na resolução ou remoção dos fatores oclusais que contribuem para a ocorrência dessa parafunção e a confecção de uma placa miorrelaxante para aliviar e diminuir o atrito entre os dentes antagonistas evitando assim o desgaste dental. No entanto, outros meios podem ser somados a abordagem odontológica para melhorar a qualidade de vida do paciente.

1. Psicoterapia

Como dito anteriormente, o bruxismo está associado ao estresse e ansiedade. Por isso, nada melhor do que um profissional que entende dos aspectos mentais do ser humano para contribuir no tratamento. Estudos apontaram que raiva, estresse, ansiedade e agressividade reprimida transformam-se no hábito de apertar e/ou ranger os dentes. Dessa forma, é essencial que o paciente seja encaminhado a um psicólogo para que essas questões sejam resolvidas.

2. Fisioterapia

O hábito de ranger ou apertar os dentes influencia diretamente na atividade muscular presente no sistema estomatognático. De forma que os músculos, principalmente os responsáveis pela mastigação, podem ficar hipertrofiados e descompensados em relação ao seu correspondente do lado oposto, em caso de músculos pares. O tratamento de fisioterapia pode contar com a utilização de laser de baixa potencia para controle da dor e exercícios para fortalecimento e alongamento da musculatura.

3. Prática de exercícios físicos

Além da psicoterapia, outra coisa que ajuda a diminuir o estresse e ansiedade é a prática de exercício físico. Estudos apontam que o hábito de se exercitar fisicamente leva à liberação de hormônios como endorfina e serotonina que promovem o bem-estar. Além disso, os exercícios físicos podem promover um aumento de auto-estima e efeitos antidepressivos e ansiolíticos. Dessa forma, o exercício físico é uma boa proposta para diminuir o estresse e ansiedade.

Resumindo…

O bruxismo tem como um dos principais fatores etiológicos o estresse e a ansiedade. Sendo assim, a psicoterapia e a prática de exercícios físicos de preferência do paciente contribuem na diminuição do estresse e ansiedade conferindo uma melhor qualidade de vida ao paciente. Além disso, o bruxismo influencia na musculatura facial e mastigatória. Dessa forma, a fisioterapia oferece meios necessários que promovem o controle da dor e fortalecimento e alongamento dos músculos envolvidos.

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