Dor nas urgências endodônticas na rotina do cirurgião-dentista | Colunista

1. Particularidades do tecido pulpar

    O tecido pulpar está localizado dentro da cavidade pulpar e é composto por vasos, nervos, matriz extracelular, proteoglicanos e glicoproteínas. É muito sensível a estímulos físicos, químicos e até mesmo biológicos, sendo passível de inflamação diante desses tipos de agressões. As urgências de origem pulpar ou periapical pode gerar dores que vão do nível moderado ao severo”.

2. A dor nas Urgências odontológicas

     A dor é o principal sintoma das urgências endodônticas sendo que o alívio dessa é de fundamental importância para o bem-estar do paciente. O diagnóstico deve ser rápido para alívio da sintomatologia que chega em alguns casos a tirar as noites de sonos de alguns indivíduos. Então por isso, deve-se frisar a importância de um bom diagnóstico e da intervenção do cirurgião- dentista de forma rápida e precisa.

      As urgências endodônticas que têm relação com a dor para o paciente são: a pulpite irreversível, a periodontite apical aguda e o abcesso apical agudo.

     Existe uma dificuldade em realizar o diagnóstico diferencial entre as urgências que resultam em sintomatologia dolorosa e outras condições como patologias periapicais, que por sua vez, exigem condutas e tratamentos distintos.

     Os tratamentos diante de uma urgência endodôntica deve aliviar a dor, além de controlar qualquer processo inflamatório ou infeccioso que esteja acometendo o paciente naquele momento.

   A redução da ansiedade do paciente é de fundamental importância para que não interfira na intensidade da dor.

3. A importância da anamneses e exame clínico 

    A anamnese é o primeiro passo para um diagnóstico preciso. A história da doença atual, bem como a história da saúde geral são fundamentais para obter um diagnóstico adequado. Adicionalmente, a queixa principal é muito importante em todo esse contexto..

  Em uma urgência a origem da dor tem papel fundamental para que uma conduta coerente seja tomada por parte do profissional e o exame clínico é um fator importante para identificar as causas dessa sintomatologia dolorosa

Perguntas como:

 Há quanto tempo está com essa dor?”; 

“O dente dói-lhe quando come algo frio ou quente?”;

“Quando mastiga ou toca no dente, dói?’’

São perguntas de fundamental importância para o diagnóstico adequado.

3.1 Exame extra oral

   O exame extra oral deve verificar a existência de fístulas, tumefações, assimetrias, equimoses, abrasões ou cicatrizes na face e pescoço, frisando que podem ter alguma relação com acidentes traumáticos que podem afetar dentes e maxilares. O exame visual é importante para a verificação de edemas, mas alguns só são descobertos depois da palpação. O exame extra oral é de grande importância.

3.2 Exame Intra oral

   No exame intra-bucal é importante avaliar a estrutura dental remanescente como :cáries, erosões, abfrações, atrições e fraturas. Também deve ser verificado a altura da coroa clínica, inclinações e número de pilares para suporte de prótese Parcial fixa. 

4. Testes de sensibilidade Pulpar

   São importantes para o diagnóstico das doenças pulpares além do diagnóstico diferencial com outras patologias (cistos radiculares e tumores). Os testes de sensibilidade pulpar revelam a saúde do tecido pulpar e a resposta das fibras nervosa aos estímulos provocados.

 4.1 Testes Térmicos

    É um método de resposta pulpar ao calor ou frio. 

    Com relação ao frio se houver inflamação pulpar, a resposta poderá ser aumentada ou prolongada dependendo do grau da inflamação. O calor é aplicado aquecendo-se um pedaço de guta-percha e aplicando-se sobre a superfície vestibular do dente, provocando  uma resposta positiva quando a polpa está hipersensível ou inflamada.

5. Exames complementares

5.1 Exame Radiográfico

    Segundo Machado (2007) a radiografia apresenta um papel fundamental na endodontia devido a auxiliar no diagnóstico diferencial entre saúde e doença dos tecidos dentários e suas estruturas periapicais, permitindo identificar a quantidade, localização, direção e forma das raízes e condutos radiculares, bem como o comprimento aparente e real do dente, além de fornecer observações comparativas do pré e pós-operatório, contribuindo, preponderantemente, na determinação do sucesso e/ou fracasso terapêutico.

6. Estado da Polpa Dentária

6.1 Polpa Normal

    A polpa normal não apresenta nenhum sintoma espontâneo, responde a testes elétricos, térmicos, que não desenvolve desconforto. No exame radiográfico não possui nenhuma evidência de reabsorção, cárie ou exposição mecânica, não precisando de nenhum tipo de tratamento.

6.2 Polpa com sintomatologia

6.2.1 Pulpite Aguda Reversídel

    O estágio inicial de uma inflamação da polpa é a  Pulpite aguda reversível, onde  a polpa  está sobre a agressão de um  agente, mas ao ser removido a polpa volta ao normal. A Pupite Reversível é uma inflamação leve da polpa e a dor é desencadeada com estímulos frios, quentes e doces.

6.2.2 Pulpite Aguda Irreversível

    Os sintomas da Pulpite Aguda Irreversível são: dor aguda, espontânea, intensa e pulsátil, que quando desencadeada, pode demorar segundos ou até mesmo horas até o completo alívio, e as vezes, o uso de analgésicos potentes não suficientes para o controle da dor.  

   O estímulo do frio provoca dor prolongada e intensa, mesmo após a remoção do estímulo. Nestes casos, o tratamento endodôntico é indicado. A Pulpite Irreversível é um dos casos, onde a dor é uma queixa persistente por parte dos pacientes. 

7. Concluindo 

    A dor de origem pulpar, pode ser controlada a partir de medicamentos, junto com técnicas e tratamentos endodônticos. Um paciente que sofre de uma urgência endodôntica está sentindo dor e precisa da intervenção do cirurgião-dentista de forma precisa e imediata. Pode-se frisar a importância de o paciente seguir o plano de tratamento de forma adequada para que a queixa possa ser finalmente solucionada.

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8. Referências

https://secure.unisagrado.edu.br/static/biblioteca/salusvita/salusvita_v39_n1_2020/salusvita_v39_n1_2020_art_13.pdf

https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/5050/1/PPG_19837.pdf

https://www.unifacvest.edu.br/assets/uploads/files/arquivos/5cbfe-cassol,-h.-j.-s.-urgencias-odontologicas-associadas-a-dor-de-origem-pulpar-e-ou-periapical.-odontologia.-lages_-unifacvest,-2020-01_.pdf

https://wp.ufpel.edu.br/pecos/files/2010/01/01_pa_urgencias_odono_endo_060110.pdf

https://openrit.grupotiradentes.com/xmlui/bitstream/handle/set/1948/RADIOLOGIA%20APLICADA%20A%20ENDODONTIA%20%28UNIT-SE%29.pdf?sequence=1#:~:text=Segundo%20Machado%20(2007)%20a%20radiografia,condutos%20radiculares%2C%20bem%20como%20o