Diastemas: entenda as causas e as possíveis formas de tratamento | Colunista

O termo diastema refere-se ao espaço entre os pontos de contato de dois ou mais  dentes adjacentes. Mesmo podendo acometer qualquer região dos arcos dentais, são  mais predominantes na posição anterossuperior do osso maxilar, por motivos relacionados à desproporção entre o tamanho da maxila e dos elementos dentais. 

E quais seriam os fatores causais? 

A etiologia é multifatorial. 

Defeitos dentários: microdontia ou hipodontia, que ocorre mais frequentemente na região anterior da maxila, assim como dentes supranumerários entre os incisivos centrais, sobretudo os mesiodens.

Deformidades periodontais: existência de doença periodontal e a inserção incorreta do freio labial superior – fator causal mais recorrente – podendo estar hipertrófico. 

Defeitos musculares: presença de macroglossia, onde uma força maior que o normal é exercida pela língua durante o relaxamento, ou até mesmo, no momento da fonação e deglutição.

Hábitos deletérios: a sucção de dedo ou uso de chupeta pode levar a uma desarmonia que compreende os músculos tanto internos quanto externos da cavidade oral, ocasionando o surgimento de um diastema. 

Diversos autores confirmam que a hereditariedade pode causar o diastema mediano superior anterior, que advém de uma herança autossômica dominante, por isso, deve-se investigar o histórico familiar.

O correto diagnóstico da origem do diastema é necessário, pois facilita o melhor plano de tratamento e leva ao sucesso do reestabelecimento bucal tanto funcional quanto estético.

E aí, vamos fechar? 

O tratamento deve ser minimamente invasivo na maioria dos casos e, normalmente, é feito com restaurações adesivas, já que a odontologia estética atual possui uma maior união entre a estrutura dentária e o material restaurado.

Existem diversas possibilidades reabilitadoras para a correção dos diastemas dentais. Vamos lá conhecê-las! 

  • Tratamento restaurador direto

Com o passar do tempo, as resinas compostas tiveram suas características ópticas, mecânicas e estéticas aprimoradas, sendo assim, é tida como a primeira escolha para o tratamento de diastemas na região anterior. Ademais, por sua capacidade de adesão aos substratos dentais, o protocolo clínico do preparo cavitário é bastante conservador.

O procedimento direto com resina composta tem como vantagens:

Baixo custo, rápido tempo de trabalho clínico, maior adesão, previsibilidade de resultados, procedimento minimamente invasivo, longevidade clínica e facilidade de reparo.

Mas, como tudo na vida tem seu lado positivo e negativo… Quais seriam as desvantagens?

Má higiene oral, acúmulo de biofilme, pacientes que possuam bruxismo e envolvimento de restaurações em áreas que necessitam de grande carga oclusal.

Além disso, pode ser feito um teste prévio que possibilita visualizar o resultado final do tratamento, permitindo analisar se a abordagem restauradora direta alcançará resultados desejados pelo paciente no fechamento do diastema. Muito interessante, não é mesmo?!

  • Tratamento ortodôntico

A principal indicação para o tratamento do diastema a partir do princípio da movimentação ortodôntica é para casos  de extensos diastemas múltiplos, em região anterior e posterior. Visto que é um processo mais longo e complexo requer, consequentemente, uma maior paciência pelo paciente.

  • Tratamento cirúrgico periodontal

O tratamento cirúrgico periodontal é sobretudo indicado quando a etiologia do diastema se trata da baixa inserção do freio labial ou, ainda, sua hipertrofia. Nesses casos, o profissional pode fazer a remoção cirúrgica do freio labial pelo uso da técnica chamada frenectomia labial, podendo, assim, resolver o problema do fechamento do espaço interdental. 

  • Tratamentos restaurador indireto

Atualmente, o uso de laminados cerâmicos vem ganhando mais espaço para a correção dos diastemas, o que pode ser explicado pela possibilidade de cementação adesiva, pois a peça consegue ter uma melhor propriedade mecânica, garantindo uma maior longevidade.

A indicação é feita para dentes anteriores com remanescente dentário suficiente para a elaboração do preparo e para dar suporte mecânico ao laminado. 

É um procedimento de custo elevado, demorado e mais complexo, pois dependendo do caso, a etapa indireta precisa de um maior tempo clínico.

Sendo assim, é importante conhecer os fatores que podem levar ao acometimento dos diastemas, pois estes influenciarão na abordagem a ser escolhida para reversão do quadro. Dentre as possibilidades terapêuticas para a correção dos diastemas dentais, a mais utilizada é pela técnica restauradora direta por apresentar vantagens significativas. No entanto, as outras formas de tratamento também possuem sua determinada relevância. 

Ademais, independente do tratamento escolhido é necessário a obtenção de resultados positivos nos aspectos: funcional, estético, social e psicológico. “O diastema possui um reflexo determinante na estética, interferindo muitas vezes no convívio social, principalmente em adultos”, comenta a profissional em dentística e endodontia Maria Regina Almeida de Menezes.

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Referências

DIAS, Brenno Anderson Santiago et al. Diastemas: etiologia, diagnóstico e possíveis formas de reabilitação. SALUSVITA, Bauru, v.39, n. 1, p. 129-140, 2020. Acesso em: 16 abril. 2021.

GUERRAL, Micaela Lorena Raposo Seixas et al. Fechamento de diastemas anteriores com resina composta direta: relato de caso. Faculdade de Odontologia de Lins/Unimep  jan-jun. 2017. Acesso em: 17 abril. 2021.