Respeito, liberdade, dignidade, igualdade e integridade já são preceitos que orientam a carreira do psicólogo. Mas as mudanças pelas quais estamos passando, enquanto sociedade, exigem um item a mais nessa lista: integralidade.
Isso inclui engajamento sociopolítico, habilidade com as tecnologias que surgem e atuação antirracista. Para a psicóloga Fabiana Kubiak, referência em Psicologia na Sanar Saúde, os psicólogos devem se engajar com debates e dilemas que fazem parte do cotidiano de pacientes e profissionais.
“Cada vez mais, o profissional de Psicologia é convocado a auxiliar os colegas de equipe a desenvolverem uma postura mais humanizada, utilizando-se de técnicas da Psicologia para aumentar a qualidade da assistência à saúde. Seremos nós a conduzir a equipe para uma postura mais condizente com o princípio da integralidade”, observa.
As perspectivas apresentadas por Fabiana na entrevista abaixo orientam psicólogos formados e em formação para uma pergunta determinante agora: como será o profissional de Psicologia do futuro?
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Como será o profissional de Psicologia do futuro?
O profissional de Psicologia do futuro será um profissional engajado socialmente e conectado às tecnologias mais atuais. Saberá manter a ética e o compromisso social diante dos desafios da atualidade, lutando pela dignidade humana e garantindo um cuidado integral de saúde às pessoas sob seus cuidados.
Que papel esse profissional terá no sistema de saúde do futuro?
Cada vez mais, o profissional de Psicologia é convocado a auxiliar os colegas de equipe a desenvolverem uma postura mais humanizada, utilizando-se de técnicas da Psicologia para aumentar a qualidade da assistência à saúde. Seremos nós a conduzir a equipe para uma postura mais condizente com o princípio da integralidade.
O que deve ser feito no presente para que esse profissional do futuro seja alcançado?
Precisamos investir em uma formação mais voltada para os desafios atuais — como, por exemplo, atuação em campos novos, letramento racial e atuação antirracista, inclusão social, entre outros —, já interdisciplinar desde o início, e que possa engajar o psicólogo em formação nos debates e dilemas enfrentados na prática. Precisamos continuar a ser assertivos em nosso posicionamento político, de forma a garantir o espaço da Psicologia nos espaços públicos de deliberação popular.
Quais são os principais obstáculos que devemos enfrentar no caminho rumo a esse profissional do futuro?
O corporativismo dos campos de conhecimento, o movimento de retrocesso nos direitos sociais, a falta de incentivo na educação e a flexibilização da ética.
Como podemos nos preparar, em termos de educação, preparação e direcionamento de carreira, para os desafios que nos serão impostos nos próximos anos?
Investir na interdisciplinaridade é o caminho para a formação de profissionais de saúde preparados para a prática, e prontos para o cuidado integral.
O que podemos ter como aprendizado para o futuro desse momento terrível que vivemos, de pandemia?
O quanto o Sistema Único de Saúde é importante, e o quanto a saúde é um bem coletivo e não individual. Aprendemos, assim espero, que a gente tenha compreendido melhor que não adianta que eu esteja saudável, se outros na comunidade não estão, ou seja, que a responsabilidade é de todos.
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