Já imaginou você, fisioterapeutaacadêmico de fisioterapia, fazendo parte de uma equipe cirúrgica? SIM? Então arruma apostura, acomode-se um pouco e vamos juntos descobrir uma especialização pouco conhecida, mas que merece toda a nossa atenção e admiração.
‘A atividade chamada de circulação extracorpórea, é realizada por um profissional chamado de Perfusionista, com uma habilitação denominada Perfusão. Uma área exercida desde 1953, e que no Brasil apenas foi reconhecido o perfusionista como membro de uma equipe de cirurgia cardíaca em 2002.’
A técnica de circulação extracorpórea (CEC) ou perfusão, consiste na substituição temporária do coração e pulmão quando o paciente é submetido a intervenções cirúrgicas cardíacas. Ela é composta por uma máquina coração-pulmão, com duas unidades funcionais sendo a primeira, a bomba que impulsiona o sangue por diversas mangueiras e a outra, um oxigenador que remove o sangue pouco oxigenado e o substitui com sangue rico em oxigênio.
Em outras palavras, o funcionamento da máquina coração-pulmão ocorre de forma em que o sangue venoso é desviado do coração e dos pulmões ao chegar ao átrio direito do paciente, através de cânulas colocadas nas veias cavas superior e inferior. O sangue é encaminhado para um reservatório da máquina coração-pulmão, sendo transferido para o oxigenador que lhe fornece oxigênio, a seguir a máquina traz o sangue de volta para o sistema arterial e é distribuído para todos os órgãos.
Interessante, não é mesmo? Pois bem! é justamente o perfusionista que controla a máquina de CEC. Suas funções abordam: projetar, pesquisar e usar meios tecnológicos em circulação extracorpórea, lidar com utensílios de filtração e bombeamento do sangue, além disso, atua diretamente com as trocas gasosas, é responsável pela proteção miocárdica, meios de hipotermia, manipulação da coagulação, reutilização do sangue peri-operatório, hemoconcentração e hemofiltração.
Você deve tá aí se perguntando em como o fisioterapeuta se torna um perfusionista? Acertei?
A SBCEB (Sociedade Brasileira Circulação Extracorpórea), representante dos perfusionistas em atividade no Brasil, determina, através das Normas Brasileiras para o Exercício da Especialidade de Perfusionista em Circulação Extracorpórea que:
A perfusão somente pode ser exercida por profissionais com formação ao nível superior em Biomedicina, Biologia, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia e Medicina com curso de pós-graduação Lato Sensu especialmente designado para este fim, reconhecido pelo ministério da educação e cultura (MEC) eou, com curso de extensão através de Centros Formadores reconhecidos pela SBCEC e pela sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV) e, neste caso, obrigatoriamente, com aquisição do título de especialidade pela SBCEC.
É necessário que o fisioterapeuta realize a pós-graduação para ser perfusionista. Entretanto, vale ressaltar que o fisioterapeuta especialista em perfusão trabalhará somente como perfusionista, não podendo realizar funções do fisioterapeuta.
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REFERÊNCIAS:
CLARO, Bianca Isabelly Lima et al. Perfusão Extracorpórea (CEC). UNILUS Ensino e Pesquisa, v. 13, n. 30, p. 189, 2016.
PEREZ, Andressa Dayana Pino; KASHIWAKURA, Priscilla Hellen Martinez Blanco. O PERFUSIONISTA E AS COMPLICAÇÕES DA UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DE CIRCULAÇÃO EXTRACORPÓREA EM CIRURGIAS CARDÍACAS: REVISÃO DA LITERATURA. 2017.
SBCEC – Sociedade Brasileira de Circulação Extracorpórea – Perfusão no Brasil – Informe-se sobre Perfusão . https://sbcec.com.br/br/index.php/26-home/slider/17-informe-se-sobre-perfusao.html.