O que você pode fazer para combater a exploração sexual de crianças e adolescentes

 

A exploração sexual de crianças e adolescentes é uma realidade que afeta seriamente o Brasil. Dados do Disque 100, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, indicam que entre 1º de janeiro e 12 de maio de 2021 foram registradas mais de 6 mil denúncias de violência sexual contra esses públicos. Os números representam 17,5% das 35 mil denúncias de violência infantil nesse período.

Ainda de acordo com o ministério, estatísticas apontam que uma a cada três ou quatro meninas e um a cada seis a dez meninos serão vítimas de alguma forma de abuso sexual antes dos 18 anos. Além disso, a violência sexual contra crianças e adolescentes é a quarta maior causa de denúncia no Disque 100.

Uma realidade como essa, que se repete todos os anos e é subnotificada por falta de denúncias, deve deixar todos em alerta. Não à toa, o 18 de maio simboliza o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

A data faz alusão ao crime cometido contra a menina Araceli Cabrera Sánchez Crespo, em 18 de maio de 1973, no Espírito Santo. A menina de oito anos de idade foi sequestrada, drogada, espancada, estuprada e morta por membros de famílias tradicionais e influentes do estado. O simbolismo virou lei nos anos 2000, com a aprovação da Lei nº 9.970, de 18 de maio. 

Ao longo de todo o mês, o maio laranja, são realizadas ações que chamem a atenção para o assunto. 

O que você pode fazer para combater

O abuso sexual é compreendido pelo ato praticado usando criança ou adolescente para satisfazer um desejo sexual. Já a exploração sexual ocorre quando há relação de troca de favores, dinheiro ou presentes com relação à criança ou adolescente, e incentivo à prostituição, escravidão sexual, turismo sexual e pornografia infantil.

Quando é descoberto um caso de violência sexual contra crianças ou adolescentes, é comum duvidar do que está sendo revelado, principalmente se o acusado for alguém de confiança da família. Mas não é o adequado, pelo contrário.

Especialistas recomendam algumas iniciativas para lidar com o caso. Entre elas: incentivar a vítima a falar sobre o assunto, sem obrigá-la e tratando-a com compreensão; conversar de jeito simples e claro; e esclarecer que a culpa não é dele ou dela.

Apesar de ainda não haver diretrizes específicas nos Códigos de Ética das profissões da área de saúde que contemplem a violência sexual, os profissionais devem estar atentos ao comportamento de crianças e adolescentes e alertar a família sobre indícios de maus tratos. Alguns sinais são:

  • Mudança de comportamento ou reação com uma pessoa em específico;
  • Proximidade excessiva com alguém de mais idade do que ela;
  • Voltar a apresentar comportamentos infantis que já tinha abandonado, como fazer xixi na cama ou chupar dedo;
  • Alterações de hábito repentinas, principalmente na escola;
  • Traumatismos físicos, lesões, roxos, dores e inchaços nas regiões abdominais;
  • Gravidez na adolescência.

Em caso da vítima ser encaminhada para uma unidade de saúde, alguns cuidados são importantes. Por exemplo, os exames clínicos devem realizados com cuidado e de forma humanizada. Também é recomendado realizar o teste de gravidez e diagnóstico de infecções sexualmente transmissíveis. Ao lidar com a vítima, fundamental atentar para não incorrer em revitimização, ou seja, levá-la a reviver a violência ou situações que gerem sofrimento e exposição.

Independentemente do caso, a melhor forma de combater a exploração ainda é denunciar. Através das notificações, o Estado propõe iniciativas que protegerão as crianças e adolescentes de violências que atentem contra sua vida e saúde. 

As denúncias podem ser feitas no Conselho Tutelar da cidade ou das seguintes formas:

  • Telefone: Disque 100
  • Site: www.ouvidoria.mdh.gov.br
  • App: Direitos Humanos Brasil
  • WhatsApp: (61) 99656-5008
  • Telegrama: Direitoshumanosbrasilbot

Referências 

Ministério Público de Santa Catarina

Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos

Agência Brasil

Cartilha do MDH

Artigo publicado na revista Arquivos em Odontologia

Governo do Mato Grosso do Sul

 

Dê o próximo passo da sua carreira com a Sanar!
publicado
Categorizado como Carreiras

Por Sanar

Existimos para empoderar e dar superpoderes aos profissionais da Saúde. Atuamos de forma mais direcionada com 7 áreas da Saúde: odontologia, psicologia, enfermagem, farmácia, fisioterapia, nutrição e medicina veterinária. Queremos ser a Casa da Carreira do profissional da Saúde e acompanhá-lo ao longo de toda a sua jornada: desde a faculdade até o auge da sua maturidade profissional, oferecendo todo o suporte necessário para que possa ir mais longe e mais rápido em sua carreira. Nós acreditamos, e você?