Descomplicando a imaginologia na prática clínica para estudantes de fisioterapia | Colunista

Ainda diferentemente de épocas passadas, contamos com uma gama muito rica de exames de imagem complementares, possuindo até mesmo de técnicas que contém ou não o uso de radiação e indo até além, com a possibilidade da construção visual tridimensional de estruturas por meio dessas técnicas. 

O processo de modernização da diversidade de técnicas tem impacto direto na prática clínica e na visão crítica de cada profissional em sua individualidade bem como a responsabilidade de uso para com o paciente. Já se foi o tempo, em que apenas médicos eram dotados da capacidade de requisitar exames e os interpretar, para assim formar um diagnóstico clínico bem fundamentado. 

Para a Fisioterapia essa importante ferramenta só pôde começar a ser requisitada através da Resolução nº 80/87 do COFFITO, e têm se tornado cada dia mais aliada na prática clínica em forma de assegurar não só a assertividade no diagnóstico funcional do paciente, como também, avaliar os quadros de evolução em diferentes áreas.

Contudo, nós como fisioterapeutas ao solicitarmos um exame devemos possuir uma gama de conhecimentos necessária para que o exame atenda aos nossos requisitos, visto que, há uma variedade muito grande de técnicas e de exames para que estruturas sejam melhor visualizadas, para isso se liga nas três principais dicas abaixo para não errar na solicitação dos exames de imagem:

Qual o método do seu exame

A primeira coisa de deve passar na cabeça do fisioterapeuta ao requisitar os exames, sem dúvida, é qual seria o método, mas não é algo tão simples, essa perguntinha pode te muito render algum tempo de raciocínio.

 O enfoque em questão se trata de qual seria a técnica mais adequada para visualização das estruturas, as quais são necessárias para obter o dimensionamento correto da lesão existente ou descartar essa possibilidade dentro do seu raciocínio clínico. Radiografias são ótimos meios para obter uma visão bidimensional da lesão, bem como, distúrbios ósseos e articulares, na tomografia temos uma visão melhor de partes moles bem como na utilização da Ressonância magnética, contudo, vale lembrar que a ressonância possui falhas ao dimensionar calcificações por exemplo, algo que a ultrassonografia rapidamente pode avaliar. 

Note como a imprecisão de um exame torna-se o ponto forte de outro, use isto ao seu favor.

Seja claro e se possível específico

Escolheu seu método? Ótimo! Agora deve ser específico quanto à o que exatamente você quer investigar, vale também colocar uma pequena nota sobre qual seria sua possível investigação. Tenha clareza na região, sabemos que em diferentes exames podemos adquirir uma visão até mais ampliada. Mas seria mesmo necessário? Por exemplo: Numa radiografia da perna, temos a possibilidade de visualizar além dos ossos da perna, as duas articulações que a delimitam, mas numa hipótese de que estraria sendo investigado apenas o joelho, essa seria uma forma inviável de solicitar o exame.

 Outro ponto a ser avaliado é a vista esperada, uma vista sanaria suas dúvidas? Ou seria melhor duas? Quem sabe, dependendo do local, uma terceira vista, não te ajudaria? O dimensionamento é você quem escolhe, mas vale lembrar que duas vistas servem como um trunfo a ser utilizado e é majoritariamente requisitado, pois o que pode ser visualizado em uma vista pode não ser tão bem visualizado em outra, escolha sabiamente.

Algo que poucos sabem, mas que, vale ser explorado é colocar a hipótese ou até mesmo o motivo na requisição, por exemplo: se é para rastreio ou para avaliar a melhora do quadro clínico deste paciente, isto pode auxiliar na resposta esperada do exame em seu laudo.

Exames servem para complementar 

Por último e não menos importante, na pratica clínica os exames nada mais são, que aliados na nossa investigação, embora tenham fatores a serem colocados em questionamento para a solicitação dos exames, o primordial sempre será o básico, nossa anamnese, nossos exames clínico-funcionais, nossa autonomia como profissionais dotados da capacidade de avaliar funcionalmente nossos pacientes. Para isso, os exames devem seguir a linha de raciocínio traçada pelo diagnóstico funcional e não o contrário.

 Afinal como fisioterapeutas temos o diferencial do diagnóstico funcional, e isto sempre deverá ser usado em nosso favor, sabendo agora dessas pequenas dicas, que tal sempre as colocarmos em prática na nossa rotina?

Te vejo em uma próxima oportunidade, querido leitor!

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Referências: 

  • Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Resolução n° 80/1987. Diário Oficial da União n°93,21 de maio de 1987; Seção I, p.7609.

  • DA SILVA, Thiago Santos; DE ALMEIDA, Igor Duarte. A radiologia na prática clínica do fisioterapeuta.

  • PAIVA, F., SILVA, J., NASCIMENTO, R., ALMEIDA, J., MORAES, K.. A IMPORTÂNCIA DOS EXAMES DE IMAGEM PARA A FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA: UM ARTIGO DE REVISÃO. REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO RECIFE, América do Norte, 4, jul. 2018.

  • JERONYMO, Lelia Paes; GARIBA, Munir Antonio. Especificidade e sensibilidade da radiografia digital da coluna lombar como ferramenta de auxílio ao diagnóstico da osteoporose. Fisioterapia em movimento, v. 25, n. 3, p. 607-615, 2012.

  • BARAÚNA JÚNIOR, Durval et al. Técnica de interligação extracapsular fêmoro-fabelo-tibial na ruptura do ligamento cruzado cranial em cães: achados clínicos e radiográficos. Ciência Rural, v. 37, n. 3, p. 769-776, 2007.