Coisas que a faculdade não te ensina sobre a vida fora dela | Colunista

1-Apenas boas notas não te farão um bom profissional

Mas isso não quer dizer que você pode se desleixar nos estudos hein?! Embora seja extremamente necessário estudar bastante, apenas suas notas não farão de você um excelente profissional, mas não se preocupe! Pois você como um bom colecionador de boas notas, não terá dificuldades em alçar vôo na jornada rumo à excelência, acrescentando apenas uma coisa na sua bagagem: prática.

E não é em laboratório não viu?! Ainda na graduação é possível adquirir experiência realizando estágios, voluntariados e até mesmo intercâmbios. Procure saber também se sua faculdade oferece algum tipo de programa de extensão prático, eles são uma excelente opção para quem ainda está nos primeiros semestres, já que para realizar estágios e afins é exigido estar cursando os semestres finais.

Atendendo pacientes reais é possível observar situações que dificilmente seriam simuladas em sala de aula, e tudo isso proporciona o desenvolvimento de capacidades como:

  • Empatia;

  • Proatividade;

  • Capacidade de agir em situações de emergência;

  • Raciocínio clínico rápido e eficiente;

  • Melhora da comunicação;

  • E muito mais!

Além disso tudo é uma ótima oportunidade de desenvolver seu network, e quem sabe arrumar aquele primeiro emprego quando terminar a faculdade?! 

2- É possível exercer sua profissão fora do país

Já pensou em morar fora do país? Sabia que sua graduação pode ser seu ingresso para adentrar as portas de outra nação? Isso mesmo, seu diploma pode ser validado em diversos países que facilitam a entrada de alguns profissionais de saúde devido à carência destes em seu território.

No Brasil não há emprego para mim.png (61 KB)

As principais escolhas de quem se aventura fora das fronteiras brasileiras são Portugal, devido à vantagem do idioma, Canadá, Inglaterra, que apesar da entrada e validação de documentos ser bastante burocrática, oferece remuneração que faz o processo valer a pena. A Austrália, apesar de ser mais distante, também está no ranking das mais eleitas por profissionais de saúde. Claro que esses não são os únicos, e provavelmente a pandemia de COVID-19 pode trazer mais alguns países para essa lista.

O primeiro passo para você que pensa em trabalhar em outro país é adquirir proficiência na língua materna do local, conhecer os processos burocráticos para entrar no país e buscar agências que te encaminham para o mercado de trabalho também são providências importantes. 

Além disso, é necessário pesquisar como é o processo de cuidado de saúde, quais são as tecnologias, como funcionam as legislações referentes à saúde e ética profissional, e não menos importante, conhecer a cultura e os costumes da população. É impossível não se chocar em algum momento com algum costume local, mas é importante se preparar para evitar ao máximo esses constrangimentos.

3- Você não deve parar de estudar nunca

Sua carreira, e acima de tudo, seus pacientes dependem disso, até porque você já deve ter percebido que não sairá pronto da faculdade, talvez isso soe até um pouco filosófico, mas é importante entender que nunca estaremos prontos totalmente, não existe uma versão final, e entendendo que somos seres inacabados estaremos sempre buscando melhorar e assim vamos acrescentando a cada dia um tijolinho nessa nossa grande construção, que é ser um profissional de sucesso.

Quem nunca pensou, depois da correria do final do curso, com TCC, estágios e matérias finais que não queria mais saber desse sofrimento de estudar horrores nunca mais na vida? Lamento informar, mas isso não deve acabar tão cedo, devendo permanecer enquanto essa for sua profissão.

Mas não desanime, isso não é de todo ruim, porque a partir do momento que se termina sua graduação você pode começar sua tão sonhada especialização, e agora sim estudar apenas aquilo que gosta (pelo menos na maior parte do tempo).

Profissionais que se atualizam e estão sempre buscando melhorar seu atendimento, oferecem melhores resultados e são reconhecidos por isso. A consequência disso é que são melhores remunerados e assim podem investir ainda mais na própria capacitação, percebe que é um ciclo?

4-Nem todo paciente poderá se beneficiar dos seus atendimentos

Não se frustre, isso não significa que você é um profissional ruim, apenas que algumas situações estão além da nossa capacidade como seres humanos, por mais que pareça às vezes, não fazemos milagres.

Então como agir em situações onde já fizemos de tudo, e o paciente não progride? 

  • Reavalie o paciente, você pode ter deixado passar algo;

  • Converse com o paciente, pode ser que ele esteja passando por alguma situação emocional que piora o quadro dele;

  • Observe a partir daí se outros profissionais podem ajudá-lo;

  • Peça ajuda para colegas de profissão, eles podem te dar conselhos, indicações, ou até mesmo já terem experimentado uma situação parecida;

  • Não tenha receio de pedir exames (e saiba avaliá-los)

5-Trabalhar em equipe não é opcional

Embora trabalhos em grupo sejam comuns durante a graduação, eles não são suficientes para preparar os profissionais para o trabalho em equipe, já que na faculdade geralmente é possível escolher com quem trabalhar, selecionando aquelas pessoas que você tem mais afinidade, o que vamos conver, facilita em muito o trabalho já que ninguém irá discordar, evitando discussões relacionadas à diferentes pontos de vista. 

Mas diferentes pontos de vista podem ser excelentes para a prática clínica, já que observar um caso a partir de diferentes perspectivas evita que dados importantes passem despercebidos. Assim você terá que lidar frequentemente com opiniões que diferem da sua, o que pode ser muito positivo, pois irá te trazer grandes aprendizados se você estiver aberto a ouvir e entender o outro. Além de te preparar também para defender seus próprios pontos de vista.

  Trabalhar em equipe pode facilitar a formação do seu network, termo bastante utilizado atualmente para definir rede de contatos, aumentando suas chances de alcançar melhores oportunidades. Além disso, colabora para que você desenvolva habilidades interpessoais, ou soft skills, para usar o termo da moda, essas habilidades dizem respeito à inteligência emocional e são:

  • Empatia;

  • Comunicação eficiente;

  • Colaboração;

  • Equilíbrio emocional e capacidade de trabalhar sob pressão;

  • Fácil adaptação, entre outras.

6-Alcançar um cargo de liderança não te faz um líder

Talvez apenas um chefe. E você sabe a diferença? Ambos têm as mesmas funções, mas um líder certamente terá muito mais facilidade de alcançar aquilo que precisa da equipe. 

Um líder sabe se comunicar com seus subordinados, e comunicar não é apenas falar, como muitos associam, mas sim receber e transmitir ideias, estabelecendo um diálogo que o aproxima de sua equipe, motivando-os a acatar suas instruções. 

Além da comunicação, várias outras características diferem um líder de um chefe, sendo algumas delas:

  • Responsabilidade;

  • Capacidade de tomar boas decisões;

  • Age como exemplo;

  • Dá feedbacks à equipe regularmente;

  • É capaz de receber feedbacks sem se sentir ofendido;

  • Compartilha conhecimentos;

Nem preciso explicar aqui o que é chefe né?! 

Só pra constar, é aquela pessoa difícil, pra dizer o mínimo, que não trata a equipe com humanidade e sempre necessita usar de sua autoridade para que façam algo que solicita.

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O que talvez você não saiba é que você não precisa de um cargo de liderança para começar colocar em práticas suas atitudes de líder, quando se busca trabalhar em equipe de maneira harmônica, compartilhando conhecimentos, ouvindo ativamente seus colegas você se torna referência no grupo, atuando como mediador da equipe.

Que tal começar hoje a treinar essas habilidades? Pode ser no seu grupo de estágio, na sua equipe de trabalho, ou até mesmo em algum projeto da sua comunidade que você participa.

7-Artigos publicados não servem apenas para enfeitar o seu Lattes 

E artigo não é só TCC não viu? Participar de programas de iniciação científica te preparam não apenas para escrever artigos, mas também para ler, interpretar e conhecer a qualidade de diferentes estudos apenas passando os olhos. Chique né?

Hoje mais do que nunca se valorizam as Práticas Baseadas em Evidências (PBE) e para inseri-las nos seus atendimentos é necessário que você saiba:

  • Onde encontrar bons artigos;

  • Como interpretar esses estudos;

  • Como inserir esse conhecimento na sua prática.

Ter artigos publicados em periódicos pode fazer a diferença na sua classificação em processos seletivos e provas de concurso e principalmente, nas de residência. Que tal começar a transformar seus questionamentos em estudos científicos?

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REFERENCIAS 

Educa Mais Brasil, Como trabalhar no exterior como enfermeiro? Disponível em: <https://www.educamaisbrasil.com.br/cursos-e-escolas-tecnicas/tecnico-em-enfermagem/noticias/como-trabalhar-no-exterior-como-enfermeiro> Acesso em 09 abr 2021.

NaPrática.Org, O que são soft skills e como desenvolvê-las para crescer na carreira. Disponível em: <https://www.napratica.org.br/como-desenvolver-soft-skills/> Acesso em: 09 abr 2021.

RH Portal, Quais são as principais características de um bom líder? Disponível em: <https://www.rhportal.com.br/artigos-rh/caracteristicas-de-um-bom-lider/> Acesso em 09 abr 2021.