Guia rápido sobre controle motor que todo fisioterapeuta deve saber! | Colunista

Olá pessoal, tudo bem? Hoje vou falar um pouco sobre controle motor x dor que todo Fisioterapeuta precisa saber e como podemos tratar a dor crônica através do movimento! Durante a avaliação fisioterapêutica os pontos de dor, frequência e intensidade serão investigados. Após isso, o tratamento traçado pelo profissional de fisioterapia visa acompanhar o paciente de forma qualificada e auxiliar na promoção da saúde, funcionalidade, redução de dor e melhoria da qualidade de vida. 

1. E o que precisamos saber sobre controle motor?

Controle motor é a relação entre Sistema Nervoso Central (SNC) e a coordenação de músculos e articulações a fim de planejar e executar os movimentos através de informações cognitivas e motoras.  

  • Faz parte da área de estudos da Aprendizagem Motora (AM) que por sua vez é entendida como um conjunto de processos cognitivos e motores que estão associados à experiência e à prática, que resultam em mudanças relativamente definitivas no comportamento motor. 

2. O que acontece nesse controle motor quando existe dor muscular?

a. Em repouso: Não modifica a atividade elétrica

b. Em contração isométrica: Os músculos profundos que deveriam estabilizar o movimento perdem sua eficiência, em contrapartida, os músculos superficiais tentam suprir essa necessidade – esses vão cansar, fatigar mais e de forma rápida, comprometendo a estabilização.

c. Em contrações dinâmicas: Os músculos agonistas vão estar hipoativados enquanto, os antagonistas vão estar mais hiperativados.

3. Como fica o controle motor de uma pessoa que sente dor?

a. Recrutamento dos músculos: A dor leva ao retardo do início da contração muscular, além de uma deficiência na ação dos músculos profundos e hiperatividade dos músculos superficiais. Esses músculos parecem perder a normal função antecipatória.

b. Atrofia: A hiperativação do antagonista pode ocasionar em uma atrofia da musculatura agonista, além de atrofiar determinados músculos por desuso devido à posição antálgica.

c. Propriocepção: A dor secundária e/ou dor generalizada a longo prazo pode levar a hipersensibilidade. Causando alterações no planejamento e execução do movimento, assim como na captação de informações e coordenação dos movimentos.

d. Movimentos artrocinemáticos: Dor na cápsula, no menisco, na cartilagem intra articular e/ou no ligamento pode causar dor na musculatura ao redor. Além do retardo do início da contração.

e. Outros: Padrões de movimentos espásticos e alteração da amplitude de movimento.

4. Qual o papel e efeito do movimento na dor?

O movimento leva a um aumento do macrófago tipo 2, sendo este responsável pela analgesia. A utilização de exercícios isométricos, ativos livres e contra resistidos, além do relaxamento de estruturas tensas ou contraturadas, são capazes de reduzir edemas e processos inflamatórios, melhorando as condições circulatórias e favorecendo o alívio da dor e minimizando a incapacidade funcional. 

  • Os movimentos aplicados sob critérios personalizados podem auxiliar a dessensibilização de áreas dolorosas por meio da estimulação exteroceptiva, contanto que adequadas à capacidade de cada indivíduo.

5. Os exercícios para melhora do controle motor têm influência na melhora da dor?

Sim, bastante! Uma vez que proporcionam uma melhora do controle motor e como consequência há uma melhora em componentes que afetam a dor, a exemplo: incoordenação, uso incorreto da musculatura, redução de ADM, ativação incorreta de mecanorreceptores, atraso de recrutamento e atrofias, todos esses são fatores que interferem diretamente na dor. 

  • Incluindo carga reduzida e melhor qualidade de movimento como resultado de uma melhor coordenação dos músculos do tronco; 

  • Essas mudanças no controle podem ser mediadas por mudanças plásticas no córtex motor.

6. Quais tipos de exercícios devemos e podemos utilizar em pacientes com dor crônica? 

Exercícios cardiovasculares, cognitivos e musculoesqueléticos. Todos esses vão liberar endorfina, ativar mecanorreceptores que vão estimular estímulos analgésicos explicados pela teoria das comportas e PAG, ativando fibras grossas e vão trazer uma sensação de prazer. A longo prazo os exercícios físicos causam efeitos anti-inflamatórios.

a. Exercícios cardiovasculares: como caminhada ou dança, visa aumentar o condicionamento cardiorrespiratório do indivíduo e colocá-lo para se movimentar, irá proporcionar liberação de substâncias analgésicas. 

b. Exercícios cognitivos: a exemplo da imagética para pacientes com muita dor que não conseguem realizar de forma prática o movimento. Assim, a própria imaginação acerca do movimento geraria benefícios, como redução da dor por liberação de endógenos. Pode ser associado ao exercício musculoesquelético, incentivando dupla-tarefa. 

c. Exercícios musculoesqueléticos: como a ativação da musculatura profunda para estabilização e para reduzir a utilização da musculatura superficial,  melhorar a coordenação desejada, treinar essas habilidades em tarefas estáticas e incorporá-los em tarefas dinâmicas e posições funcionais. Além disso, técnicas de alongamento e relaxamento seriam ideais, utilizando calor, crioterapia e eletrotermofototerapia.

Observe que todas essas competências são fisioterapêuticas e vão te ajudar a escolher com mais assertividade o tratamento ideal para seu paciente. Hoje em dia há uma infinidade de exercícios que podemos usar e enriquecer nosso repertório, quais vocês mais gostaram? Bom, vou terminando por aqui hoje! Espero que tenham gostado do post! Até mais!

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REFERÊNCIAS

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