O que é?
Suporte especializado com objetivo de ampliar o campo de atuação e promover um cuidado colaborativo entre a equipe de referência da atenção primária (médico, enfermeiro, agente comunitário de saúde e técnico de enfermagem) e outros profissionais que não constituem a formação básica da equipe (psicólogo, psiquiatra, assistente social, ginecologista, nutricionista, fisioterapeuta…).
Para que serve?
Será a retaguarda especializada da assistência, ou seja, será um apoio para quando as demandas existentes extrapolarem os recursos de uma equipe de referência e precisar de um cuidado especializado para além dos que já são ofertados.
Quando a equipe de referência irá solicitar?
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Quando houver casos em que a equipe de referência sinta a necessidade de solicitar apoio para abordar e/ou conduzir (Esclarecer um diagnóstico específico ou construir um Projeto Terapêutico Singular);
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Casos que necessitarem intervenções psicossociais específicas da atenção primária (Pacientes com transtorno mental grave e que necessitará ser encaminhado para um Centro de Atenção Psicossocial – CAPS).
Algumas Ferramentas de trabalho:
Genograma:
Instrumento que tem como objetivo esquematizar o contexto psicossocial do paciente, identificando seu histórico familiar, suas redes de apoio, os pontos de conflito e padrões trans geracionais em relação ao diagnóstico clínico apresentado.
Como indicado na figura acima, no genograma irão constar as informações de cada membro da família, sua idade e ocupação. Assim como em uma árvore genealógica serão utilizados símbolos específicos para indicar o grau de parentesco, o gênero, casamentos, divórcios, morte, doença…
Ecomapa:
Instrumento utilizado para mapear as relações do indivíduo e os elementos da comunidade. Tem como objetivo identificar onde o indivíduo está incluído e como funciona a organização desse ambiente. É uma identificação dinâmica que visa destacar a presença ou ausência de recursos sociais, econômicos e culturais disponíveis.
Como indicado na figura acima, no ecomapa será ilustrado a relação de cada membro da família com os elementos da comunidade. Sendo assim, através de símbolos serão indicados os pontos de conflitos e as redes de apoio que possam existir tanto em relação aos membros da comunidade, como também nos estabelecimentos disponíveis.
Projeto Terapêutico Singular (PTS):
Conjunto de propostas terapêuticas articuladas que podem ser desenvolvidas para um indivíduo e/ou um coletivo. Em geral, são direcionados para casos mais específicos e graves. É construído através de uma discussão de caso de uma equipe multiprofissional com saberes interprofissionais.
Etapas:
– Definição de hipóteses diagnósticas;
– Definição de metas;
– Divisão de responsabilidades;
– Reavaliação.
Vale ressaltar que as ferramentas apresentadas aqui são apenas algumas dentre as várias possíveis dentro do Apoio Matricial. A condução do caso, a proposta de trabalho e as devidas ferramentas serão selecionadas caso a caso, em uma decisão conjunta entre equipe de referência, equipe de Apoio Matricial e indivíduo/família atendidos.
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Referências Bibliográficas
CHIAVERINI, D. H. et al. Guia prático de Matriciamento em saúde mental. Ministério da Saúde: Centro de Estudo e Pesquisa em Saúde Coletiva, Brasília, 2011.
MUNIZ, J. R.; EISENSTEIN, E. Genograma: informações sobre família na (in)formação médica. Rev. Bras. Educ. Med, Rio de Janeiro, v. 33, n. 1, p. 72-79, 2009. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022009000100010&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 20 Nov. 2020. https://doi.org/10.1590/S0100-55022009000100010.
SILVA, L.; GALERA, S. A. F.; MORENO, V. Encontrando-se em casa: uma proposta de atendimento domiciliar para família de idosos dependentes. Acta Paul Enferm, São Paulo, v. 20, n. 4, p. 397 – 403, 2007. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002007000400002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 20 Nov. 2020. https://doi.org/10.1590/S0103-21002007000400002.