Exaustão prolongada, insônia, estresse e diminuição do interesse no seu ambiente de trabalho (ou estudo). Estes são apenas alguns dos sintomas que se apresentam com a síndrome de Burnout.
Na Odontologia, o conhecimento dessa síndrome torna-se cada vez mais necessário. O cirurgião-dentista está exposto a diversos fatores que desencadeiam o desenvolvimento de Burnout, tais como: receber diariamente uma alta demanda de casos e com os mais variados níveis de exigência, aumentar suas horas clínicas no consultório a fim de aumentar seus rendimentos, ter vários empregos, ser constantemente cobrado por resultados melhores (por si e pelos pacientes), se isolar profissionalmente e, sobretudo por ter dificuldade na gestão de sua vida profissional.
Tais sintomas podem aparecer sozinhos ou em conjunto, por meio de dores físicas, mudanças comportamentais e aspectos psicológicos. As manifestações são identificadas através de um adoecimento fisiológico (enxaqueca, gastrite, tensão muscular, entre outros) ou até mesmo a partir de alterações no funcionamento do organismo (imunidade baixa, qualidade do sono), culminando em cansaço, irritabilidade com episódios de tristeza, necessidade de isolamento, perda de interesse no trabalho e desenvolvimento de compulsão alimentar ou excesso no consumo de álcool.
Como diferenciar Burnout e Estresse?
O estresse é o conjunto de sensações caracterizadas como sensação de aperto, ansiedade e cansaço. Mas todas essas sensações costumam passar com a subtração do fato ou acontecimento que o gerou: seja uma prova, um acontecimento ou um procedimento odontológico. O estresse tem um fim em um momento específico e Burnout não.
Por que o dentista é tão facilmente acometido pela síndrome?
Esse processo pode se iniciar desde a formação. Na faculdade, o objetivo está apenas em um conhecimento técnico e científico da Odontologia. Na pós graduação, isso perdura. Pouco se fala em aplicar esse conhecimento de forma que haja um equilíbrio entre ganhos financeiros, desenvolvimento pessoal (e profissional) e saúde. Em outras palavras: não nos é ensinado sobre gestão de carreira.
Muitas vezes, é exigido dos profissionais um somatório de funções e responsabilidades que podem ser delegadas a auxiliares, mas não são, como compras em dentais, comunicação com o protético, ligação para os pacientes. Isso acaba sobrecarregando os dentistas.
Como evitar a síndrome
Caso você se veja em algum desses casos que citei, recomendo procurar um profissional de saúde mental, seja psiquiatra ou psicólogo. A terapia pode trazer diversos benefícios para a sua saúde mental, ainda que você não seja diagnosticado com Burnout, pois pode funcionar como forma de prevenção.
Antes de chegar num cenário de exaustão que prejudique sua saúde e rendimento, a atenção aos hábitos é de extrema importância. Tenha um tempo livre e faça coisas que você gosta, de preferência que não estejam ligadas ou lembrem do trabalho.
Cuidar da alimentação também faz parte do processo de prevenção e tratamento. Manter a ingestão de nutrientes e vitaminas adequados auxilia a ter uma vida mais saudável e o torna mais disposto. Caso necessário, tenha o acompanhamento de um nutricionista.
Torne o dia a dia no consultório menos cansativo, delegando as funções que podem ser feitas por outros. Contato com o paciente, levantamento e organização do estoque, controle financeiro, compras em dentais podem ser feitos por auxiliares.
Aderir a pelo menos uma destas práticas vai ajudar a ter uma vida mais equilibrada e saudável. Evitando que a síndrome atrapalhe sua carreira.
A percepção e conhecimento podem ser excelentes recursos, em princípio, para que intervenções sejam realizadas, evitando quadros mais graves de adoecimento.
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Referências:
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