A uroginecologia e obstetrícia são especialidades de atuação do fisioterapeuta, que exigem conhecimento teórico e muita competência clínica. Além de exigir do profissional a capacidade de transmitir confiança, permitindo ao paciente colaborar com a abordagem, através de detalhes íntimos e pessoais de sua vida.
Algumas singularidades diferem o corpo feminino do masculino. As mulheres possuem diferenças fundamentais, como a estrutura e a fisiologia, principalmente no que se refere aos hormônios e a capacidade de gestação e parto. Tais particularidades resultaram em uma abordagem voltada para Ciências da Saúde da Mulher.
A Fisioterapia sendo uma profissão que atua em todos os níveis da saúde, nas mais diversas complexidades, possui importante papel na abordagem ao corpo feminino, que parte da inicialmente chamada, fisioterapia uroginecológica.
Atualmente a fisioterapia não se restringe apenas ao estudo e tratamento das disfunções do sistema genital e urinário da mulher. A necessidade de uma abordagem mais ampla dentro das ciências que estudam o corpo feminino como um todo, fez surgir a Fisioterapia na Saúde da Mulher.
Nesta especialidade, a fisioterapia presta assistência da infância até a terceira idade, durante todo seu ciclo de vida da mulher.
Navegue pelo índice abaixo para saber mais detalhes sobre a Fisioterapia em Uroginecologia e Obstetrícia
- Breve histórico sobre a Fisioterapia em Uroginecologia e Obstetrícia;
- Como ser especialista em Fisioterapia em Uroginecologia e Obstetrícia;
- Como é a rotina de um especialista em Fisioterapia em Uroginecologia e Obstetrícia;
- Mercado de trabalho e áreas de atuação;
- Como se preparar para a Residência em Fisioterapia em Uroginecologia e Obstetrícia.
Breve histórico sobre a Fisioterapia em Uroginecologia e Obstetrícia
De acordo com estudiosos, o médico ginecologista, Arnold Kegel realizou a primeira publicação voltada para a Fisioterapia Uroginecológica, na Califórnia, em 1948.
Através de suas pesquisas desenvolveu um dispositivo de biofeedback de pressão perineal, chamado de perineômetro e o primeiro tratamento conservador para os músculos do assoalho pélvico. Os exercícios desenvolvidos e publicados pelo médico, ficaram conhecidos como “Exercícios de Kegel”.
No Brasil, houve uma expansão da fisioterapia uroginecológica na década de 80, com ampliação para as demais particularidades e exigências femininas. Momento em que a assistência à saúde da mulher passou a abranger:
- Uroginecologia
- Coloproctologia
- Obstetrícia
- Disfunções sexuais femininas
- Disfunções pélvicas
- Mastologia
Em 06 de novembro de 2009, através da Resolução n° 372, a Fisioterapia na Saúde da Mulher foi reconhecida pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFFITO, que a regulamentou por meio da Resolução n° 401, em 18 de agosto de 2011.
Atualmente várias terminologias são utilizadas para designar a assistência em Fisioterapia Uroginecológica e Obstetrícia. Nesse contexto a terminologia Fisioterapia Pélvica é utilizada por profissionais que atuam na prestação de assistência nas disfunções pélvicas femininas, masculinas e infantis.
Os avanços tecnológicos potencializam a evolução da atuação na Fisioterapia Uroginecológica e Obstetrícia, possibilitando uma abordagem cada vez mais eficiente e acurada, com equipamentos adequados para avaliação, diagnóstico e tratamento.
Como ser especialista em Fisioterapia em Uroginecologia e Obstetrícia
Para ser um especialista, o profissional precisa estar comprometido e decidido a atuar na área. As opções são diversas e de escolha do profissional, como os cursos de pós-graduação (lato sensu e stricto sensu) e as residências.
Para realizar uma escolha assertiva, é importante conhecer bem as possibilidades de aprimoramento profissional.
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Como é a rotina de um especialista em Fisioterapia Uroginecológica e Obstetrícia
Com alto nível de evidenciação científica e grau de recomendação, a rotina de um especialista em Fisioterapia Uroginecológica e Obstetrícia está voltada para atuação ampla. O fisioterapeuta atua não só no tratamento e reabilitação, mas também na prevenção.
No seu dia a dia, lidam com situações como as disfunções dos músculos do assoalho pélvico, disfunções sexuais, incontinência urinária e fecal, constipação, retenção urinária, preparação para gestação e o parto humanizado.
Não podemos esquecer que na rotina do fisioterapeuta, independente da área escolhida para atuação, é preciso se manter as atualizações, estudos e pesquisa. Um profissional de excelência, além de uma base de conhecimento sólida, segue constante na busca por informações de qualidade, durante toda carreira.
Mercado de trabalho e áreas de atuação
O profissional que atua na área tem um leque de possibilidades. Pode exercer como os de chefia, gestão, coordenação, consultoria supervisão, responsabilidade técnica, direção, perícia e outros.
Já vimos que a Fisioterapia Uroginecológica e Obstetrícia tem uma grande abrangência, fato que justifica a diversidade de locais de atuação. Veja alguns a seguir:
- Hospitais
- Clínicas
- Consultórios
- Filantrópicos
- Unidades ou núcleos de saúde
- Domicílio e Home Care
- Instituições públicas, privadas e militares.
As possibilidades salariais variam de acordo com a especialização profissional e o local de atuação. O COFFITO dispõe do Referencial Nacional de Procedimentos Fisioterapêuticos, onde os valores mínimos para os procedimentos estão expressos em reais.
Alguns dos valores sugeridos são de R$ 94,50 para consulta fisioterapêutica, R$ 252,00 para atendimento fisioterapêutico da disfunção do sistema genital, reprodutor e excretor (urinário/proctológico). Lembrando que o valor cobrado pode variar de acordo com profissional e local de trabalho.
UM DOS SEGREDOS PARA LIDAR COM A CONCORRÊNCIA DO MERCADO DE TRABALHO É NUNCA PARA DE ESTUDAR
Como se preparar para a Residência em Fisioterapia Uroginecológica e Obstetrícia
O primeiro passo para a preparação é ter certeza de que você quer seguir esta área. Para isso, pesquise bem suas possibilidades e encontre o caminho que mais se encaixa com o seu perfil e com suas necessidades. Leia conteúdos, converse com colegas que já atuam na área e pense bem em como e onde você se vê trabalhando nos próximos anos.
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Depois que você tiver certeza do caminho que quer seguir, é importante estabelecer também uma rotina de estudos para se preparar para o processo seletivo e para gerir seu tempo durante o processo de qualificação. Temos alguns materiais que podem ajudar você:
- Aprenda como planejar seus estudos e montar um cronograma perfeito!
- Saiba como organizar seu tempo para fazer um curso de atualização
- Qual o momento certo para investir em curso de atualização?
Referências
Sousa, D. S., & Santana, L. S. Diversidade de gênero no atendimento fisioterápico em ginecologia e obstetrícia: um tabu a ser quebrado. Caderno De Graduação – Ciências Biológicas e da Saúde – UNIT – Sergipe, 6(1), 57. 2020.
Associação Brasileira de Fisioterapia em Saúde da Mulher (ABRAFISM). Recomendações da ABRAFISM sobre Fisioterapia em uroginecologia e coloproctologia em tempos de COVID-19. Ribeirão Preto, 2020.
Peruzzi, J; Batista, P. A. Fisioterapia nas disfunções do assoalho pélvico e na sexualidade durante o período gestacional. Fisioterapia Brasil, [S.l.], v. 19, n. 2, p. 177 – 182. 2018.