Vaginismo: vamos falar da Fisioterapia urogenital na dor gênito-pélvica?

O vaginismo está entre os transtornos sexuais dolorosos que mais acarretam impactos negativos na qualidade de vida das mulheres brasileiras. A fisioterapia uroginecológica possui indicação primária e importante papel dentro da abordagem multidisciplinar.

A disfunção sexual é definida pela contração involuntária da musculatura interna da vagina. A contração pode ser persistente ou recorrente (desencadeada por penetração vaginal) e a intensidade pode variar entre a tolerância de penetração e impossibilidade da mesma. 

Classificação do vaginismo

A variação de intensidade de contração está atrelada às formas de classificação do vaginismo, que podem ser:

Primária: Quando nunca houve penetração vaginal, seja ela parcial ou total, devido a contrações involuntárias da parede vaginal.

Secundária: Quando já ocorreu a penetração e a mulher passa a não conseguir mais.

Você conhece as principais causas do vaginismo?

Os fatores causais da disfunção são de cunho psicológico e orgânico, com impacto na saúde física e mental da mulher. Vejamos alguns, descritos a seguir:

  • Traumas sexuais

  • Medo de engravidar

  • Religião

  • Jornada de trabalho

  • Supervalorização da virgindade

  • Condicionamento negativo em relação ao sexo

  • Quimioterapia

  • Radioterapia

  • Cirurgia ginecológica 

  • Hormonioterapia

  • Tipo de parto

  • História prévia de disfunção

 

Avaliação fisioterapêutica no vaginismo

 A fisioterapia possui destaque no tratamento do vaginismo e para uma avaliação urogenital eficaz o profissional precisa dominar os conhecimentos acerca do assunto. 

A avaliação das disfunções sexuais deve contar como uma anamnese criteriosa, sendo importante constatar a queixa do paciente e a causa da disfunção. 

Pontos de destaque na avaliação do vaginismo

  • Função sexual

  • Postura física

  • Assoalho pélvico

O conhecimento sobre a estrutura das fibras dos músculos do assoalho pélvico (MAP) e toda a composição anatomofisiológica e a biomecânica, deve ser de propriedade do fisioterapeuta, para que a associação com outros fatores favoreça a eficácia na avaliação e acurácia no diagnóstico, prognóstico e tratamento. 

Recursos fisioterapêuticos utilizados no tratamento de vaginismo

Visando a melhora do quadro de vaginismo através da reestruturação fisiológica dos músculos do assoalho pélvico, a fisioterapia lança mão de diversos recursos como as orientações de autoconhecimento anatômico, termoterapia, relaxamento, terapia manual, eletroestimulação. Dando destaque para a dessensibilização gradual, cinesioterapia, biofeedback e dilatadores vaginais.

A fisioterapia uroginecológica possui eficácia demonstrada através diversos estudos, incluindo os relacionados às disfunções sexuais femininas. O ponto chave para alcançar tal eficácia está na especialização profissional e aprimoramento das capacidades.

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Referências

AMARAL, Priscila Pereira. Intervenção da fisioterapia uroginecológica no tratamento coadjuvante do vaginismo. Revista Visão Universitária, v.2, n.1, 2017.

TRONCON, Júlia Kefalás. Abordagem da dor gênito-pélvica/penetração. Revista Brasileira de Sexualidade Humana, v. 28, n. 2,p. 69-74 nov. 2018.

ALCÂNTRA, Ana Paula Costa; BASTOS, Camila Fernanda Pereira. Abordagem fisioterapêutica no tratamento do vaginismo. Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos, 2019.