Reabilitação Psicossocial: Residência, áreas de atuação, remuneração e mais!

A Reabilitação Social de pessoas que passaram por desafios em sua saúde mental é um processo focado na preparação dos pacientes para a retomada de autonomia diante da sua própria vida.

Resultado de lutas de movimentos sociais, a Reabilitação Social é parte da estrutura de atendimento da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e suas ações devem fortalecer, incluir e valorizar os direitos de pacientes e familiares.

As equipes de atuação nessa área de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) são formadas por profissionais de Enfermagem, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional.

A formação especializada no programa de Residência em Reabilitação Psicossocial tem duração de dois anos, em regime de dedicação exclusiva. Todos os residentes recebem bolsa-auxílio no valor de R$ 3.330,43.

Navegue pelo índice abaixo para saber mais detalhes da Residência em Reabilitação Psicossocial.

1. Breve histórico sobre Reabilitação Psicossocial;
2. Como funciona a Residência em Reabilitação Psicossocial;
3. Processo seletivo da Residência;
4. Onde fazer Residência em Reabilitação Psicossocial;
5. O que é esperado do especialista em Reabilitação Psicossocial?;
6. Como se preparar para a Residência em Reabilitação Psicossocial.


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1. Breve histórico sobre Reabilitação Psicossocial

A Reabilitação Psicossocial é um conceito inserido no movimento de Reforma Psiquiátrica no Brasil, no final dos anos 1970, que buscava romper o paradigma clínico da concepção de loucura e periculosidade do doente mental, bem como as violências submetidas aos pacientes mentais.

Nos anos 1990, inspirados pelo Projeto de Lei Paulo Delgado, os movimentos sociais aprovaram em vários estados as primeiras leis que determinavam a instituição de uma rede integrada de atenção à saúde mental para substituir os leitos psiquiátricos. Naquela década, o Brasil assinou a Declaração de Caracas e realizou a II Conferência Nacional de Saúde Mental, bem como passou a implementar as primeiras normas federais sobre serviços de atenção diária, baseadas nas experiências dos primeiros Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Núcleos de Atendimento Psicossociais (NAPS) e Hospitais-Dia.

Em 2001, a Lei Paulo Delgado foi sancionada no país, redirecionando a assistência em saúde mental, de modo a privilegiar a oferta de tratamento em serviços de base comunitária. Foi um novo impulso e novo ritmo para o processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil, que ganhou mais visibilidade após a III Conferência Nacional de Saúde Mental.

A Reabilitação Psicossocial é parte da estrutura de atendimento da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), cujos atendimentos são realizados nos CAPS, que prestam serviços de saúde de caráter aberto e comunitário.

A atuação é multiprofissional, sobre a ótica interdisciplinar e prioriza pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas.

As ações devem fortalecer, incluir e valorizar os direitos de pacientes e familiares, a partir da criação e do desenvolvimento de iniciativas que potencializem a autonomia do indivíduo.

O objetivo é promover a reabilitação e reinserção das pessoas com transtorno mental e necessidades decorrentes de substâncias psicoativas por meio do acesso ao trabalho, renda e moradia solidária. O foco é aumentar a funcionalidade social e a qualidade de vida do paciente, despertando nele a capacidade de autonomia.

As estratégias de Reabilitação Psicossocial são regulamentadas pela Portaria nº 132, de 26 de janeiro de 2012, que institui incentivo financeiro de custeio para o desenvolvimento do componente Reabilitação Psicossocial da Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde (SUS), e pelo Decreto nº 8.163, de 20 de dezembro de 2013, que institui o Programa Nacional de Apoio ao Associativismo e Cooperativismo Social (Pronacoop Social).

Essa política é responsável por planejar, coordenar, executar e monitorar ações voltadas ao desenvolvimento de cooperativas sociais e empreendimentos econômicos solidários sociais para pessoas em situação de desvantagem.

2. Como funciona a Residência em Reabilitação Psicossocial

A especialização em Reabilitação Psicossocial ocorre por meio do programa de Residência Multiprofissional. O curso funciona como uma especialização lato sensu, e tem como diferencial a educação em serviço.

Nesse caso, o residente aprende enquanto trabalha no dia a dia da função em unidades de saúde vinculadas ou conveniadas à instituição de ensino responsável pelo programa.

Devido a essa característica, é exigida dedicação exclusiva do profissional. A carga horária total do curso é 5.760 horas, sendo 60 horas de trabalho por semana, divididas em 80% de conteúdo prático e 20% de conteúdo teórico-prático. Todo o programa tem duração de dois anos.

As equipes de atendimento em Reabilitação Psicossocial são formadas por profissionais de Enfermagem, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional. Todos os residentes recebem bolsa-auxílio mensal no valor de R$ 3.330,43.

3. Processo seletivo da Residência

As vagas para Residência em Reabilitação Psicossocial são abertas anualmente. Cada instituição é responsável pela elaboração e divulgação dos seus processos seletivos, que podem sofrer variações de acordo com o estabelecido em cada edital.

Mas, de modo geral, o processo de seleção costuma ser composto por pelo menos uma das etapas a seguir:

Prova objetiva

A prova objetiva está presente na grande maioria dos editais de Residência em Atenção Cardiovascular.

Costuma ser a primeira etapa do processo seletivo e possui caráter eliminatório e classificatório. Ou seja, se fizer pontuação menor àquela indicada no edital, o candidato é eliminado; e a pontuação feita na prova indicará a posição diante dos demais candidatos.

Essa prova é composta de questões objetivas relacionadas a conhecimentos gerais sobre o programa de residência e conhecimentos específicos à área de atuação.

Prova dissertativa

A prova dissertativa costuma se apresentar como a segunda etapa do processo seletivo para entrar em um programa de Residência em Atenção Cardiovascular.

Na maioria das vezes, tem caráter classificatório e apresenta uma situação problema ou um estudo de caso vinculado à área profissional do candidato.

Prova de títulos

A prova ou avaliação de títulos também está muito presente nos processos. Geralmente, é a última etapa das seleções de novos residentes.

Neste momento sãoa valiados histórico acadêmico, atividades extracurriculares, realização de pesquisas, publicações de artigos, entre outros itens que também costumam ser descritos no edital.

Cada atividade realizada corresponde à uma pontuação específica e a soma dos pontos de seu currículo será considerada na classificação final do processo seletivo.

Entrevista

A entrevista também é uma etapa possível no processo seletivo. Geralmente, ela ocorre no mesmo dia que a prova de títulos.

Nesse momento, o responsável pelo programa de residência da instituição fará perguntas gerais sobre comportamento, histórico profissional e vida do candidato, assim como testará questões mais específicas, diretamente relacionadas à área de atuação, como em uma prova oral.

Todas essas etapas e suas formas de avaliação e aplicação podem variar de acordo com cada instituição de ensino. Por isso, um dos primeiros passos da preparação para a Residência em Atenção Cardiovascular é estudar profundamente o edital da instituição em que pretende se inscrever e entender bem quais são as etapas e as competências cobradas.

O cronograma completo do processo, incluindo data das provas, do resultado final e do início do Programa (geralmente é início de Março), são divulgados no edital de abertura da Residência. No mesmo documento há informações sobre taxa de inscrição, quadro detalhado das vagas ofertadas, conteúdos cobrados nas avaliações, dentre outros.

4. Onde fazer Residência em Reabilitação Psicossocial

Agora que você já conhece um pouco mais sobre a Residência em Reabilitação Psicossocial, é importante que saiba onde pode se formar especialista na área. Os cursos são ofertados como programas de Atenção Psicossocial. Neste caso, podem ser feitos nas seguintes instituições:

  • Universidade Federal de São Paulo – SP;
  • Escola de Saúde Pública do Ceará – CE;
  • Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco – PE.

Por outro lado, a Reabilitação Psicossocial é também trabalhada nos programas de Residência em Saúde Mental. Neste link você pode conferir detalhes da residência, inclusive em quais instituições fazê-la.

5. O que é esperado do especialista em Reabilitação Psicossocial?

A Reabilitação Psicossocial parte do princípio do estímulo à autonomia do indivíduo que tenha passado por situações desafiadoras.

Sendo assim, o lado humano do profissional de saúde precisa ser acionado diariamente, o tempo inteiro. É uma competência que ultrapassa os saberes técnicos e se sobrepõe à individualidade de cada um. Mas há também outras expectativas:

  • Respeitar a dignidade e a independência do paciente;
  • Respeitar as diferenças e a diversidade social, sem discriminar ninguém;
  • Capacidade de incluir pessoas em desvantagem na sociedade;
  • Acolher e apoiar as famílias no processo de superação das dificuldades;
  • Buscar novas práticas de acolhimento e cuidado à saúde mental sustentadas em saberes técnico-científicos.

6. Como se preparar para a Residência em Reabilitação Psicossocial

O primeiro passo para a preparação é ter certeza de que área você quer seguir. Para isso, pesquise bem suas possibilidades e encontre o caminho que mais se encaixa com o seu perfil e com suas necessidades.

Leia conteúdos sobre, converse com colegas da área e pense bem em como e onde você se vê trabalhando nos próximos anos. Temos algumas matérias que podem te ajudar nessa escolha:

Depois que você tiver certeza do caminho que quer seguir, é preciso estudar bastante sobre a instituição e o programa de residência em que você irá se inscrever e elaborar um planejamento bem consistente de estudos.

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Por Sanar

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