Processo de Enfermagem: o que preciso saber? | Colunista

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Olá colegas! Tudo bem com vocês? Hoje irei discutir os principais tópicos do Processo de Enfermagem (PE) aplicado na prática. Seja para graduandos em Enfermagem, seja para enfermeiros o PE é o instrumento metodológico mais importante para a nossa prática profissional. Para uma melhor experiência, já podem preparar o cantinho dos lembretes nos livros da SANAR, certo?

Não temos como falar sobre o PE sem antes resgatar o contexto histórico das Teorias de Enfermagem. Compreende-se que as teorias possibilitam o relacionamento dos fatos e estabelecem as bases científicas necessárias para compreender a realidade e permitir a reflexão e julgamento clínico (NÓBREGA, 2009).

Desde Florence Nightingale no final do século XIX até a inserção da Teoria de Necessidades Básicas de Wanda Horta no Brasil na década de 70, as teorias possibilitaram o desenvolvimento de modelos conceituais, embasando assim a defesa legal na Lei do Exercício Profissional (NÓBREGA, 2009). Para Enfermagem, as Teorias tiveram grande importância e influência por influenciarem suas atribuições profissionais e fornecer referência para o cuidado até os dias atuais.

  • Vale lembrar para concursos: Resolução COFEN 358/2009: dispõe sobre a SAE e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem e dá outras providências”.

Segundo o COFEN (2009), compreende-se PE como um instrumento metodológico que orienta o cuidado profissional de Enfermagem e a documentação da prática profissional. Diferentemente da Sistematização da Assistência de Enfermagem, que se trata da organização do trabalho bem como o seu dimensionamento de
pessoal, instrumentos e métodos.

  • Lembre-se: o Processo de Enfermagem é diferente da Sistematização da Assistência de Enfermagem

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O PE propicia a estruturação do caminho a ser tomado na assistência de Enfermagem. Sendo ele, a essência e principal método para viabilizar o pensamento clínico no processo de tomada de decisão e melhor escolha de intervenção e monitoramento de seus resultados (SANTOS, 2016). O PE é constituído de 5 etapas (Figura 2): Investigação, Diagnósticos de Enfermagem, Planejamento, Implementação da Assistência e Avaliação. Segundo Santos (2016) espera-se que o enfermeiro em sua prática profissional desenvolva:

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Investigação
 

  • Através da Coleta de Dados de Enfermagem. Na prática, o enfermeiro irá coletar e registrar toda informação necessária para prevenir, detectar e/ou controlar problemas de saúde reais ou potenciais ao indivíduo;
     
  • Pode ser realizado através da anamnese com o paciente, com o familiar, exames realizados anteriormente e através do exame físico;

    É comum que em algumas Instituições de Saúde já tenham o seu modelo de Anamnese. Para quem está na graduação, analisar casos clínicos e direcionar dados coletados, separando por área, pode facilitar a estruturação do pensamento clínico. Como por exemplo: identificar na anamnese dados sobre a Queixa atual, Histórico Antecedente, Histórico Familiar, Hábitos de Vida, Medicações em uso regular e por assim em diante.

Diagnóstico de Enfermagem

 

  • Nessa etapa, o enfermeiro analisa os dados coletados, possibilitando o julgamento clínico e determinação do problema real, potencialidade/vulnerabilidade ou promoção para saúde com relações sociais, psíquicas e físicas. Possui extrema importância por subsidiar o Planejamento de Enfermagem.

    Para aprender a montar o Diagnóstico NANDA de Enfermagem basta acessar esse link

https://www.sanarsaude.com/portal/residencias/artigos-noticias/colunista-enfermagem-processo-de-ouro-simplificando-o-diagnostico-de-nanda

Planejamento

  • O enfermeiro em sua prática, após realizar o Diagnóstico de Enfermagem, irá planejar sua intervenção, bem como resultados esperados, baseado no estabelecimento de prioridades.

    Para esse planejamento, serão levados em consideração as necessidades afetadas e diagnóstico de problema real e potencialidades/vulnerabilidades. Fiquem atentxs!

Implementação da Assistência

  • Essa etapa retrata a ação realizada conforme planejamento bem como o seu registro e as respostas da clientela (pessoa, família ou coletividade) no prontuário.

Avaliação

  • Após uma investigação abrangente para avaliar se os resultados esperados foram alcançados ou se surgiram novos problemas. A partir desse levantamento, a enfermeira deve decidir se modifica, mantém ou encerra o plano de cuidados, ou ainda, se realiza investigação contínua até a alta da clientela.

Bom queridxs, esse foi o nosso artigo de hoje. Tratamos um pouco sobre como o enfermeiro aplica o PE em sua prática. Espero ter contribuído de alguma forma para o conhecimento de vocês. Fiquem à vontade para esclarecer dúvidas, contribuir com experiências e indicar aquele livro da SANAR que você mais gosta! Até a próxima!!

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REFERÊNCIAS

CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM – COFEN. Resolução nº 358. Dispõe sobre a Sistematização do Processo de Enfermagem e a implementação do processo. 2009. Disponível em: . Acesso em: 09/06/2020

NÓBREGA, M.M.L, Silva, K.L. Fundamentos do cuidar em enfermagem. Aben. 2008/2009. Acesso em: 10/06/2020

SANTOS, Ieda Maria Fonseca et al, (org.). Sistematização da Assistência de Enfermagem: um guia para a prática. Bahia: [s. n.], 2016. 39 p. Disponível em: . Acesso em: 10 jun. 2020.