Diferentes formas de tratar um só problema: diastemas

Palavras chaves: Diastemas, Tratamento integrador, Estética.

Estamos vivendo em um século em que as pessoas estão sendo influenciadas diariamente a seguir por determinação cultural um padrão de beleza, e a face adquiriu juntamente com o sorriso um papel de grande importância na composição da estética, onde temos os dentes anteriores como um dos protagonistas do padrão de beleza, sendo considerado pela sociedade antiestético dentes com alteração de forma, tamanho, cor e até mesmo a presença de diastemas, que é uma alteração que causa grande incomodo e desconforto estético nos pacientes.

Os diastemas são caracterizados por espaços, ou pode ser definido também como ausência de contato interproximal, entre dois ou mais dentes, sendo encontrado mais frequentemente entre os incisivos superiores, mas pode também ser observado em qualquer região da maxila ou mandíbula, sendo assim, os diastemas são considerados antiestético e
desagradável para a maioria dos pacientes e para a sociedade perfecionista que vivemos atualmente.

São classificados em pequenos quando apresenta-se o espaço menor que 2 mm, médio quando ele tem entre 2mm até 6 mm e grandes quando são maiores que 6 mm. E pode estar relacionado também ao fator racial, sendo encontrado mais frequentemente em pessoas negras.

É importante avaliar o tamanho dos diastemas, visto que a modalidade de tratamento a ser escolhida pode utilizar esse valor e a etiologia como um dos fatores de referência da melhor opção de tratamento.

A etiologia dos diastemas é complexa visto que envolve muitas causas, são elas:

  • Discrepância dento óssea positiva, que é caraterizada quando o tamanho da base óssea excede o perímetro da somatória mésio-distal dos dentes presentes nessa região, gerando assim, múltiplos diastemas na arcada e por isso pode apresentar um tratamento mais complexo, sendo necessário várias especialidades integradas;
  • Anomalias de forma e tamanho dentário;
  • Anomalias de posição, dentes supranumerários, cistos e tumores;
  • Agenesias dentais, pois na ausência do estímulo natural do incisivo dificilmente ocorrerá o fechamento espontâneo do diastema entre os incisivos.
  • Inserção palatina de freio labial superior e freio labial hipertrófico que pode causar o impedimento do contato interdental entre os incisivos;
  • Coalescência imperfeita da rafe palatina, que consiste em um defeito ósseo em forma de W ou V na região de linha média, impedindo assim o fechamento do diastema.
  • Decorrente do desenvolvimento dentário (fase do patinho feio), que é considerado um fator fisiológico e comum na dentição mista;
  • Hábito anormal de deglutição, que causara diastemas na região anterior devido a pressão exercida nos dentes anteriores ao deglutir, pressão essa que pode causar ao longo do tempo espaçamento dos dentes anteriores;
  • Inserção de palitos, roer unhas, canetas ou o uso de outros objetos entre os incisivos centrais, causando seu espaçamento;
  • Perda de dentes permanentes;
  • Desgaste fisiológico;
  • Doença periodontal;

Tratamento

Para tratar os diastemas primeiramente é necessário descobrir o agente etiológico, pois para o mesmo problema existe inúmeras possibilidades de tratamento isolados e tratamento integradores entre as especialidades.

Dentre as opções temos resinas compostas, tratamento ortodôntico, facetas, implantes, prótese fixa e cirurgias orais.

Resinas compostas

A utilização de resina composta é bastante comum por apresentar um baixo custo, ser um procedimento rápido, fácil de realizar reparos, mas com durabilidade média e é geralmente indicada quando o tamanho do diastema é consideravelmente pequeno, pois a utilização da mesma em diastemas grandes pode causar uma desproporção anatômica que gera insatisfação no paciente.

Facetas e Lentes de contato

Facetas e lentes de contato apresentam como vantagem a resistência e a durabilidade da mesma. Em situações em que o paciente apresente grandes diastemas e se recuse realizar o tratamento ortodôntico, apresente um dente fragilizado estruturalmente com muitas restaurações e requer um aspecto mais perfeito anatomicamente as facetas se torna uma
ótima opção de tratamento.

Tratamento ortodôntico

Outra opção de tratamento é o tratamento ortodôntico, que é indicado se utilizar em casos de espaços extensos e que pode ser utilizado de forma isolada ou como coadjuvante.

O tratamento ortodôntico pode ser utilizado associado, após a realização da cirurgia oral para remoção de cistos, tumores, dentes supranumerários, freio labial hipertrófico e discrepância óssea positiva associado com a dentística restauradora.

Implantes e prótese fixa

Os implantes ou prótese fixa são utilizados em situações onde existe a agenesia do elemento.
Em casos de hábitos bucais deletérios adquiridos da fala e deglutição será necessária uma reeducação do paciente com um fonoaudiólogo.

Quanto maior o número de dentes envolvidos em uma arcada por diastemas e maior o seu tamanho mais integrador será o tratamento, sendo necessário unir várias especialidades da odontologia para se obter um resultado estético e satisfatório.

Por fim, outro fator importante e decisivo para se levar em contar na escolha do tratamento é a expectativa do paciente, condições financeiras e disponibilidade do mesmo, visto que alguns procedimentos requerem múltiplas consultas de acompanhamento e apresenta um custo financeiro mais elevado.

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