Laser de baixa intensidade como uma ferramenta terapêutica na odontologia

Palavras-chave: Laserterapia Odontológica; Terapia a laser de baixa intensidade; Analgesia; Dor.

INTRODUÇÃO

O LASER é uma abreviação da expressão amplificação de Luz por Emissão Estimulada de Radiação, além de ser uma poderosa fonte de luz que tem inúmeras aplicações em todos os campos da ciência, incluindo nas áreas da saúde como a odontologia. Existem duas apresentações do laser, o de alta intensidade (High-Intensity Laser Therapy – HILT) na realização de cirurgias conservadoras, com redução de dor pós-operatório, ou o laser de baixa intensidade (Low-Level Laser Therapy – LLLT), com efeitos terapêuticos antinflamatórios, analgesia, cicatrização e biomodulação dos tecidos, ou seja, a célula trabalhará buscando um estado de normalização da região afetada (Assis, et al. 2019).

Buscando atingir tais efeitos citados e proporcionar um tratamento odontológico menos invasivo, várias especialidades odontológicas têm incorporado o laser de baixa intensidade, também chamado de laser terapêutico, na prática clínica como um adjuvante aos tratamentos convencionais.

O laser é uma tecnologia que se tornou uma alternativa viável a muitos procedimentos tradicionais da prática clínica por se tratar de um método pouco invasivo que representa uma grande possibilidade de tratamento dentro das mais variadas especialidades da odontologia, o laser mostra-se como um método seguro, não farmacológico, que utilizado em baixa intensidade, não produz calor e, é capaz de penetrar nos tecidos produzindo morte bacteriana, através de ondas eletromagnéticas, uma vez que, os fotorreceptores celulares absorvem a energia produzida. Em consequência, ocorre à resposta celular e assim, a homeostase é obtida. (Oliveira, et al. 2018).

Muitas vezes por desconhecer a interação do laser com os tecidos, bem como os seus benefícios, a exemplo da analgesia, e não saber manusear o aparelho do laser, muitos profissionais deixam de utilizá-lo.

METODOLOGIA

Foi realizada uma busca sistematizada de artigos científicos publicados sobre o estudo da terapia a laser de baixa intensidade com finalidade analgésica nas diversas especialidades clínicas odontológicas, por intermédio de levantamento de dados bibliográfico dos últimos cincos anos em banco de dados eletrônicos como PUBMED, Scielo, GOOGLE SCHOLAR e LILACS. Utilizando os descritores: Laserterapia Odontológica, Terapia a laser de baixa intensidade, Analgesia e Dor, na base de dados DeCS.

OBJETIVOS

Trazer informações sobre as indicações e as possibilidades de tratamento de terapia a laser de baixa intensidade (LLLT) nas diversas especialidades odontológicas, principalmente como ferramenta no controle da dor.

REVISÃO

A literatura atesta que a terapia a laser de baixa intensidade é um método menos invasivo e que apresenta efeitos terapêuticos ao interagir com o tecido humano, este tipo de laser tem a capacidade de causar diminuição da dor, além de possuir efeito anti-inflamatório e reparar tecidos lesados. Por esse motivo, há um aumento considerável de interesse pelos cirurgiões dentistas na área.

O laser de baixa intensidade exerce sua ação por meio da modulação de vários processos metabólicos através da absorção de energia pelos cromóforos. A partir desse fenômeno, há uma alteração da função mitocondrial, e consequentemente, da respiração celular, com aumento da produção de ATP, dessa forma, aumentando o metabolismo celular. Sendo assim, essas alterações resultam na elevação da atividade da bomba de sódio e potássio, tornando o neurônio hiperpolarizado, culminando na inibição do impulso que transmite a dor resultando em analgesia (Barbosa, et al. 2014).

A tendência da odontologia é a incorporação de métodos menos invasivos com o objetivo de minimizar a dor e o desconforto durante e após as intervenções odontológicas. Por isso, acredita-se que a laserterapia seja uma excelente opção de tratamento, já que proporciona conforto e efeitos benéficos para os tecidos, gerando maior confiança do paciente para com o dentista.

O laser é apontado como uma boa alternativa terapêutica, uma vez que apresenta capacidade de prevenção, tratamento, cicatrização e obtenção de analgesia em diversas patologias devido à sua capacidade de regenerar os tecidos, estimular fibroblastos e aumentar o metabolismo celular de forma não invasiva.

De acordo com a ABO (Associação Brasileira de Odontologia) algumas das principais aplicações clínicas e cirúrgicas do laser na Odontologia são:

  • Tratamentos de lesões da mucosa oral;
  • Tratamento periodontal;
  • Dor Orofacial;
  • Hipersensibilidade dentinária;
  • Úlceras traumáticas;
  • Herpes;
  • Pericoronarites;
  • Parestesia e paralisia facial;
  • Nevralgia do trigêmeo;
  • Mucosite oral;
  • Pênfigo vulgar
  • Líquen plano oral
  • Síndrome da ardência bucal
  • Disfunção temporomandibular, entre outras diversas indicações.

O tratamento é rápido, seguro, indolor e não apresenta efeitos colaterais quando empregado corretamente, podendo ser usado na maioria das especialidades. Em contrapartida, deve-se ter o total domínio da técnica, aplicando-a de forma adequada para um excelente resultado, evitando-se injúrias celulares.

O laser de baixa intensidade possui uso em praticamente todas as especialidades odontológicas, Sabendo dos efeitos benéficos ao restabelecimento da saúde o laser pode ser considerado um auxiliar terapêutico indispensável aos consultórios odontológicos. Por esse motivo a aquisição de novos conhecimentos é essencial para evitar a utilização inadequada de novas terapias que produzam risco aos pacientes, interferindo assim, na qualidade de vida dos indivíduos. (Siqueira, et al. 2015).

CONCLUSÃO

A laserterapia de baixa intensidade possui amplas indicações na odontologia como uma modalidade de tratamento coadjuvante, não invasivo nas mais diversas especialidades odontológicas, sendo seguro e sem efeitos colaterais, dessa forma o laser de baixa intensidade pode apresentar efeitos clínicos favoráveis aos pacientes, sobretudo em virtude da analgesia proporcionada aos pacientes em tratamento odontológico, sendo de fundamental importância a aptidão do profissional ao usar essa tecnologia.

REFERÊNCIAS

1. SIQUEIRA, Maria Betânia Lins Dantas et al. A terapia com laser em especialidades odontológicas. 2015. Disponível em: https://www.medigraphic.com/pdfs/revcubest/esc- 2015/esc152c.pdf. Acesso em: 10 maio 2020.

2. ASSIS, Victória Kelly de Souza. APLICABILIDADE DA LASERTERAPIA NO CENÁRIO ODONTOLÓGICO: UMA TERAPÊUTICA EM ASCENSÃO – REVISÃO DE LITERATURA. 2019. Disponível em: http://pensaracademico.facig.edu.br/index.php/semiariocientifico/article/view/1279/123Acesso em: 10 maio 2020.

3. SILVA NETO, José Milton de Aquino e et al. Aplicação da laserterapia de baixa intensidade na odontologia: revisão integrativa. 2020. Disponível em: https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/2142/1231. Acesso em: 10 maio 2020.

4. ABO. Laser Aplicações na Odontologia. 2010. Disponível em: https://www.abo.org.br/uploads/files/2017/07/revista-abo-ed 104.pdf. Acesso em: 10 maio 2020.

5.  MANSOURIAN, Arash et al. Estudo comparativo da terapia a laser de baixo nível e estimulação elétrica transcutânea do nervo como adjuvante à terapia farmacêutica para a síndrome de disfunção miofascial da dor: um estudo clínico randomizado. 2019. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7181349/. Acesso em: 10 maio 2020.

6. ZANCA, Manoela Martins et al. LASERTERAPIA DE BAIXA INTENSIDADE: TRATAMENTO INOVADOR NA ODONTOLOGIA. Disponível em: https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/acaodonto/article/view/10478/6520. Acesso em: 10 maio 2020.

7. BARBOSA, Kevan Guilherme Nóbrega et al. PERFIL DOS ESTUDOS SOBRE A ANALGESIA COM O LASER DE BAIXA INTENSIDADE NA CLÍNICA ODONTOLÓGICA: REVISÃO SISTEMATIZADA DA LITERATURA. 2014. Disponível em: http://www.ruc.unimontes.br/index.php/unicientifica/article/view/315/293. Acesso em: 10 maio 2020.

8. OLIVEIRA, Fabiana Aparecida Mayrink de et al. Indicações e tratamentos da laserterapia de baixa intensidade na odontologia: uma revisão sistemática da literatura. 2018. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/13934/pdf. Acesso em: 10 maio 2020.