Você sabia que muitas dores bucais podem ser sanadas sem o uso exclusivo de analgésico?

 

Este texto pretende abordar alguns usos específicos de determinados lasers a partir de certos casos clínicos, para que, dessa forma, o leitor ou a leitora tenha mais conhecimento a respeito desta ferramenta.

Neste sentido, é válido destacar que, além de promover a analgesia, o Laser, cujo significado será discutido ao longo do desenvolvimento, atua de forma anti-inflamatória e acelera o processo de cicatrização, contribuindo, assim, para o engrandecimento da área de laserterapia.

O laser é uma abreviação de “Light AplificationbyStimulatedEmissionofRadiation”, ou seja, é a amplificação da luz por emissão estimulada de radiação. A luz é composta por fótons que se propagam por ondas em meio a um campo elétrico. Os fótons de mesmo comprimento de onda propagam-se na mesma direção e vibram harmonicamente resultando nos efeitos de reflexão, transmissão, espalhamento e absorção dos feixes de luz. Existem dois tipos de lasers que podem ser utilizados nos procedimentos odontológicos: os de baixa potência e alta potência.

Tipos de laser

– Lasers de alta potência:
Esses lasers promovem o aumento da temperatura, com isso, existe a vantagem de descontaminação da superfície irradiada. Em decorrência do uso de cada equipamento, o laser pode ser usado em modo contínuo e pulsado, sendo que, no pulsado, há a possibilidade do resfriamento do tecido nos intervalos de tempo.
Segundo as recomendações do Laboratório Especial de Laser em Odontologia (LELO FO-USP), os casos indicados para o uso de laser de alta potência são: 

  • Condicionamento de esmalte e dentina; 
  • Redução microbiana (cavidade/intra-canal); 
  • Coadjuvante ao tratamento endodôntico convencional; 
  • Prevenção de cárie/Limpeza de sulcos e fissuras; 
  • Tratamento/Controle da Hipersensibilidade dentinária; 
  • Aumento de coroa clínica; 
  • Incisão e vaporização de tecidos;
  • Laser curetagem/auxiliar no tratamento periodontal convencional; 
  • Despigmentação melânica gengival; 
  • Cirurgias de tecido mole.

Laser Er:Cr; YSGG e Er:YAG
Comprimento de onda: 2780nm e 2940nm.
Atuação em preparos cavitários agindo na eliminação dos microrganismos que colonizam o sistema de canais radiculares.

Laser Nd: YAG
Comprimento de onda: 1064nm.
Atua principalmente na hipersensibilidade. 

Laser CO2
Comprimento de onda: 10600nm.
Utilizado em realização de cirurgia em tecidos moles intraorais. Em caso de incisões e homeostasia, é usual em forma de vaporização.

– Lasers de baixa potência:
Diferente dos lasers de alta potência, não possuem efeitos térmicos. Eles promovem a bioestimulação devido  a proliferação celular e estimulação da microcirculação local.
Segundo o trabalho realizado  no Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade do Vale do Paraíba (IP&D – UNIVAP), tem-se mostrado uma alternativa anti-inflamatória com efeitos semelhantes aos observados na terapia
com anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs), inibindo e/ou diminuindo a concentração de prostaglandina (PGE 2 ), ciclo oxigenase 2 (COX-2) e histamina. 
As recomendações do Laboratório Especial de Laser em Odontologia (LELO FO-USP), os casos indicados para o uso de laser de baixa potência são:

• Afta – úlcera aftosa recorrente
• Dor e disfunção de ATM
• Herpes simples labial recorrente
• Herpes Zoster
• Hipersensibilidade dentinária
• Mucosite Oral
• Nevralgia do trigêmio
• Paralisia facial
• Desordens musculares de cabeça e pescoço
• Parestesia
• Pericoronarite
• Pós-operatório cirúrgico
• Queilite angular
• Trismo

Vale ressaltar que é de extrema importância a utilização de protocolos já aprovados, além de analisar o uso dos lasers para cada caso específico a fim de obtermos eficácia e bons resultados utilizando a laserterapia como forma de tratamento.

Para mais informações, consulte as fontes:

1) CUNHA, SRB. et al. Princípios da Laserterapia na Odontologia. Disponível em: . Acesso em 01 mai. 2020.

2) Piva, JA. et al. Ação da Terapia com laser de baixa potência nas fases iniciais do reparo tecidual: princípios básicos. 2011, vol.85, n.5, p.8.

3) Jorge, AC. et al. Aplicação dos lasers de alta potência em odontologia. 2010, vol. 4, n.3, p.16.