A homeopatia ganhou espaço na odontologia. E já é reconhecida como especialidade desde 2015. Para comprovar isso, o Conselho Federal de odontologia divulgou que são mais de 200 especialistas aqui no Brasil, pois, ela tem se mostrado muito eficaz em vários tratamentos bucais. A partir da anamnese, o atendimento já é diferenciado. O cirurgião-dentista homeopata pode gastar o dobro do tempo ou mais em uma consulta. Isso porque é preciso conhecer muito mais do que detalhes sobre a saúde oral. Então, esse profissional busca o conhecimento do indivíduo como um todo, inclusive sua personalidade.
A homeopatia (homoispathos, onde homóis = semelhante e pathos = sofrimento, doença.) não é fitoterapia, por mais que a homeopatia também seja baseada em produtos naturais, seus efeitos são bem diferentes. Em um primeiro momento, a principal diferença é a de que a fitoterapia não se utiliza da lei da semelhança, ou seja, não usa substâncias que causam os mesmos sintomas para ajudar o corpo a lidar com eles. Com isso, a homeopatia é um método de tratamento que consiste na administração de doses mínimas do medicamento ao doente para evitar a intoxicação e estimular a reação orgânica.
Criada no século 19, a ideia da homeopatia é tratar a pessoa como um todo e não apenas curar sintomas e doenças e sim a causa. Principalmente na área de estomatologia (que estuda patologias orais) a homeopatia tem trazido bons resultados. Um exemplo são os casos de aftas recorrentes. Normalmente, apenas os sintomas são tratados, com analgésicos, por exemplo. Com os remédios homeopáticos, o objetivo é tratar o paciente para equilibrar seu organismo, estimular seu sistema imunológico para que as aftas não voltem a aparecer. Mesmo nos procedimentos cirúrgicos, a homeopatia é utilizada na odontologia. Apesar de ser preciso usar as anestesias comuns, os remédios homeopáticos previnem hemorragias, desmaios e crise de pânico e atuam na aceleração de cicatrização de tecidos moles e duros, o que melhora o bem-estar do paciente de forma geral.
Cada vez mais o cirurgião-dentista está evoluindo para uma clínica terapêutica, aderindo a um melhor e mais amplo conhecimento do organismo em geral. O profissional procura observar o paciente de modo mais completo, em que os sinais e sintomas de ordem psíquica, geral ou local, são valorizados na busca do melhor medicamento, com recursos terapêuticos homeopáticos comprovados na Odontologia. (ELEUTÉRIO, 2011)
A boca, na maioria dos casos, é um dos primeiros locais onde se manifestam problemas de ordem emocional. Perdas afetivas, econômicas, fadiga, esgotamento, cansaço por situações não prazerosas que se repetem e a baixa estima, podem ocasionar o aparecimento de vários sintomas psicossomáticos, que podem se manifestar através de cáries repentinas, sangramento gengival, podendo levar à mobilidade dental, além de disfunções como apertamento, bruxismo e neuralgias faciais. (ELEUTÉRIO, 2011)
A auto-organização por meio de fluxos contínuos de matéria, energia e informação é a base biofísica da manutenção e renovação da vida. A vida orquestra continuamente seu próprio padrão dinâmico. Os sistemas sofrem mudanças internas e externas em suas dinâmicas; essas oscilações são pequenas em magnitude, porém quando próximas ao ponto crítico apresentam um alto poder de geração de novos padrões de funcionamento. Essas modificações sutis podem ser a base dinâmica para o surgimento das doenças ou do reequilíbrio pelo medicamento homeopático. (COSTA, 2016)
Diante disso, para os que sofrem de odontofobia (medo de ir ao dentista), doença que atinge de 15% a 20% da população, o tratamento homeopático também é recomendável. Por meio da anamnese homeopática, o profissional tenta identificar em que momento a ansiedade começa a se manifestar, que tipo de sentimento é desencadeado e como a pessoa lida com ele. Assim, com a homeopatia, pode-se medicar esses pacientes para equilibrar o organismo e quebrar essa cadeia de eventos que resultam no medo do dentista. Pois, segundo a escritora Ellen G. White “remédios mais simples podem ajudar a Natureza, sem deixar efeitos danosos após seu uso”.
Autor: Vitor Cavalcanti
Referências:
https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/acbs/article/view/12021/pdf
Unoesc & Ciência – ACBS Joaçaba, v. 7, n. 2, p. 137-144, jul./dez. 2016
http://publicacoes.unicid.edu.br/index.php/revistadaodontologia/article/view/383/278
Rev. Odontol. Univ. Cid. São Paulo 2011; 23(3): 238-44, set-dez
https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/saude-bucal/atualidades/veja-como-aliar-homeopatia-a-odontologia,5bd81347eff5c310VgnVCM3000009acceb0aRCRD.html