Inteligência emocional e social, você tem?
Conceituando, inteligência emocional ou quociente emocional (QE), segundo Weisinger, é o uso inteligente das emoções, isso é, fazer com que suas emoções trabalhem ao seu favor. Em outras palavras, ela irá determinar o potencial do indivíduo de desenvolver o autodomínio, autoconhecimento e controle emocional.
Sendo assim, definido o conceito de inteligência emocional, pare o que está fazendo e vamos nos testar. A pergunta é:
VOCÊ É INTELIGENTE EMOCIONALMENTE?
Para isso vamos usar os critérios para descrever Inteligência emocional definidos por Goleman (2007):
- Identificar e compreender os próprios sentimentos;
- Aceitar as emoções como habilidades aprendidas;
- Estabelecer o controle quando as emoções se manifestam;
- Identificar o reflexo das emoções no comportamento e na motivação;
- Gerenciar as emoções a fim de influenciar positivamente a manifestação dos sentimentos com a aplicação de técnicas, análise e direcionamento sistemático;
- Adquirir a capacidade de identificar os sentimentos dos outros para atuar no desenvolvimento efetivo e eficaz de relacionamentos com pessoas e grupos.
E aí? Deu “check” em todas? Difícil né? E vale lembrar que não existe escalas completamente validadas para mensurar a inteligência emocional.
Mas acredito que agora você deve estar se perguntando, “mas pra que eu preciso disso?”, okay, vamos lá. Há estudos e artigos que comprovam a estreita relação entre a inteligência emocional e outros fenômenos, tais como:
- Liderança;
- Desempenho grupal e individual;
- Relações interpessoais e sociais;
- Profissional e institucional;
- Manipulação de mudanças de atitudes e avaliações de desempenho.
E quando se fala em liderança e gestão em desempenho não confunda com algo distante e inalcançável. Faça melhor que isso, adapte para sua realidade, entenda que como gestor, você não lidera algo ou alguém, mas lidera sua jornada em si, e é inteiramente o principal responsável pelo seu resultado e desempenho. Seja ele em pequenas ou grandes metas, afinal, o tamanho dos seus sonhos é você quem define.
Para que isso aconteça, saia do piloto automático e assuma o controle. Já dizia Roberto Shinyashiki, não saber o destino é o primeiro passo para ficar perdido.
Seguindo adiante, Gardner define habilidades que se categorizam em cinco domínios:
- Auto-consciência: capacidade de observar a si próprio
- Regular emoções e sentimentos: compreender as razões de um sentimento
- Auto-motivação: canalizar as emoções em direção a um objetivo
- Empatia: sensibilidade frente aos sentimentos dos outros
- Manipulação de relação interpessoais: competência e habilidade social.
Mas sejamos sinceros com nós mesmos, o ponto de interrogação sempre vai ser na seguinte pergunta, “o que eu posso fazer para melhorar meu QE?”. E o problema principal nisso tudo é que o ponto não é esse. É necessário sair da bolha e passar a pensar de forma diferente, então vamos mudar essa pergunta para: “o que eu posso fazer para desenvolver meu emocional de forma inteligente a ponto de ter controle sobre meus resultados em qualquer âmbito da minha vida?”
Primeiro é necessário entrar em conflito construtivo, e o que seria isso? Segundo Bacal (2004), os conflitos são construtivos quando:
- Melhoram a qualidade da decisão;
- Estimulam a criatividade e inovação;
- Encorajam interesses e a curiosidade entre membros de equipes;
- Fornecem meios pelos quais os problemas podem ser manifestados, diminuindo tensões;
- Fomentam um ambiente de autoavaliação e mudança
Agora sim, gerado o conflito entendemos a urgência de nossas ações e cautela pelos resultados. Para isso França e Rodrigues (1999) oferecem uma lista de intervenções que são capazes de gerenciar os níveis de QE, anota a receita de bolo:
- Técnicas de relaxamento
- Alimentação balanceada
- Exercício físico e regular
- Repouso, lazer e diversão
- Sono apropriado
- Autoconhecimento
- Estratégias de enfrentamento
- Administração do tempo livre
- Administração de conflitos
- Reestruturação organizacional
- Educação para saúde
- Planejamento econômico, social e de saúde
E aí? Difícil? Sei que é o que parece. Mas posso te tranquilizar? Pensar nas consequências dos comportamentos é a base para construirmos um futuro saudável alicerçado em um presente saudável, já dizia Cury (2010)
Diante disso, ta pronto pra voar? A liderança da sua trajetória ta nas suas mãos. E para finalizar parafraseando:
“Liderar é obter resultados extraordinários de pessoas comuns”. (Abraham Lincoln)
Autor: Daniel Freitas
REFERÊNCIAS:
SHINYASHIKI, Roberto. Pare de dar murro em ponta de faca: E seja você o maior. Edição (se houver). Gente editora. BRA. 2017.
BACAL, R: Organizational Conflict: The good, the bad, and the ugly. The Journal for Quality & Participation. EUA. 2004.
CURY, Augusto. Inteligência Multifocal: Análise da Construção dos Pensamentos e da Formação de Pensadores. São Paulo: Cultrix, 2006.
CURY, Augusto. O Código da Inteligência e a Excelência Emocional. Rio de Janeiro: Thomas Nelson, 2008.
FRANÇA, A. C. L; RODRIGUES, A. L. Stress e Trabalho: Guia básico com abordagem psicossomática: São Paulo: Atlas, 1997.
GOLEMAN, Daniel. Trabalhando com a Inteligência Emocional: Tradução do original: Working With Emotional Intelligence por M. H. C. Côrtes. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. 412 p.
GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que define o que é ser inteligente. Edição de 10º aniversário. Tradução do original: Emotional Intelligence: Why It Can Matter More Than IQ para o português por Marcos Santarrita. 10. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. 383 p.
WEISINGER, H: Inteligência emocional no trabalho: Rio de Janeiro: Objetiva, 1997.