Controle Pós-operatório do paciente

 

  As instruções devem ser dadas verbalmente e por escrito.

  • Controle do sangramento pós-operatório:

  A manobra inicial para conter o sangramento logo após a extração é a colocação de uma gaze úmida diretamente sobre o alvéolo vazio. A gaze deve ser úmida para que o sangue não coagule nela e desaloje o coágulo quando a gaze for removida. O paciente deve ser instruído a mordê-la por pelo menos 30 min e não a mastigar, prendendo-a sem ficar abrindo a boca.  Deve-se evitar conversar por no mínimo 3-4 horas. O paciente deve ser informado que é normal o alvéolo sangrar nas primeiras 24 horas. Se o sangramento for muito grande, instruir ao paciente a colocar uma gaze novamente no alvéolo à no período de 1 hora.

  Os pacientes que fumam devem ser orientados a não fumar nas primeiras 12 horas, ou, mas comumente, se precisarem fumar, devem tragar bem suavemente à a pressão criada pela sucção na boca pode provocar sangramento e deve ser desincentivada. O paciente não deve sugar líquidos com canudo, isso também cria pressão negativa. Ele deve ser aconselhado a não cuspir pelas primeiras 12 horas. O ato de cuspir produz pressão negativa e agitação mecânica no local da extração, o que pode prolongar o sangramento.

  Não se devem fazer exercícios vigorosos nas primeiras 12-24 boras após a extração, pois causam aumento da circulação que pode resultar em sangramento. Os pacientes também devem ser instruídos que, se ficarem preocupados com o sangramento, devem telefonar para obter orientações. Sangramentos prolongados, vermelho-brilhante ou grandes coágulos na boca indicam retorno do paciente ao consultório.

  • Equimose:

 É um sangramento subcutâneo e submucoso, que apresenta como uma contusão nos tecidos orais e na face. Sangue no tecido subcutâneo é conhecido como equimose. Isto é comumente visto em pacientes idosos devido à diminuição do tônus muscular e à fraca fixação intercelular. A equimose não é perigosa e não aumenta a dor ou infecção. Porem, deve-se avisar ao paciente.

  • Edema:

 A maioria das cirurgias resulta em uma quantidade de edema ou aumento de volume após a cirurgia. O aumento de volume geralmente alcança sua expressão máxima em 48-72 horas após o procedimento cirúrgico. E começa a diminuir entre o terceiro e o quarto dia, geralmente desaparecendo ao final da primeira semana. Um aumento de volume em progressão após o terceiro dia pode ser indicativo de infecção, e não de edema.

A aplicação de bolsas de gelo sobre a área pode ajudar a minimizar o aumento de volume e fazer com que o paciente se sinta mais confortável. A bolsa de gelo deve ser mantida sobre o local por 20 minutos e depois retirada por 20 minutos. As aplicações de gelo não devem ser feitas por mais de 24 horas. No segundo dia pós-operatório não se deve colocar nem gelo e nem compressa de água quente.

A partir do terceiro dia a aplicação de calor pode ajudar a reduzir o aumento de volume mais rápido à mas não colocar por longos períodos para evitar queimação de pele. Informar ao paciente que pode ter edema, e que não devem ficar preocupados ou teme-los.

  • Trismo:

    O trismo pode ser resultado de múltiplas injeções de anestésico local, especialmente se as injeções tiverem penetrado no músculo. O musculo mais comumente envolvido é o pterigoideo medial, que pode ser inadvertidamente penetrado pela agulha durante a anestesia do nervo alveolar inferior.  A extração cirúrgica de terceiros molares impactados na mandíbula frequentemente resulta em trismo à a resposta inflamatória ao procedimento cirúrgico é disseminada o bastante para envolver vários músculos da mastigação. Porem isso não é grave e nem impede do paciente de fazer as atividades normais.

  • Dieta:

  Uma dieta líquida hipercalórica é a mais adequada nas primeiras 12-24 horas. Os líquidos podem ser sucos, leite ou água. Os alimentos nas primeiras 12 horas devem ser macios e frios. Alimentos frios e gelados ajudam a manter a área operada confortável.  Porem, se ele extraiu várias unidades, a dieta macie é recomendada por vários dias. Deve-se avisar ao paciente que retorne a uma dieta normal tão logo seja possível. Pacientes diabéticos devem ser estimulados a retornar o uso de insulina e de sua dieta normal tão logo seja possível à para esses pacientes, o cirurgião deve planejar a cirurgia somente em um lado da boca a cada tempo cirúrgico, não interferindo assim com a dieta normal.

  • Higiene oral:

   Os pacientes devem ser avisados que mantendo os dentes e aboca razoavelmente limpos, a cicatrização de suas feridas será mais rápida. Eles devem evitar escovar os dentes imediatamente adjacentes ao local da extração para prevenir um novo episódio de sangramento e evitar dor. Nos dias seguintes, o paciente deve iniciar suaves lavagens com água salina morna. O uso de fio dental deve ser feito no dente anterior e posterior ao local da cirurgia, assim que o paciente se sentir confortável para fazer. Se a higiene oral for comprometida por extrações em múltiplas áreas da boca, pode-se fazer a lavagem da boca com antibióticos tópicos, como a clorexidina.

  • Controle do desconforto e da dor pós-operatória:

   A dor que o paciente pode experimentar após um procedimento cirúrgico, como uma extração, é altamente variável e depende de grande parte do que o paciente tem em mente no pré-operatório. Mesmo o cirurgião acreditando que não é necessário receitar analgésico, ele deve receitar, para evitar o desconforto inicial quando o efeito do anestésico local desaparecer. Exemplo: dipirona de 500 mg, de 6/6 horas por 24 horas ou até 3 dias.

Diclofenaco sódico de 25 mg, de 8 em 8 horas, por 3 dias. O cirurgião deve também ter o cuidado de avisar ao paciente que o analgésico vai controlar a dor, e não eliminar toda a sensação de dolorimento. O pico do fenômeno da dor ocorre em torno de 12 horas após a extração e diminui rapidamente após esse período. A dor da extração geralmente não persiste por mais de 2 dias.

  A primeira dose da medicação deve ser feita antes que o efeito do anestésico local diminua. Para pacientes que irão se submeter a cirurgias mais extensas, pode-se usar uma dose pré-operatória de AINES. Se um anestésico local é usado e não há restrições para a ingestão pré-operatória de medicamentos, o cirurgião pode, por exemplo, considerar o uso de uma droga pré-operatória como rotina, exemplo: ibuprofeno de 600 mg. Os pacientes devem ser advertidos que a ingestão de muitos medicamentos resultará em sonolência e aumentará a chance de distúrbios gástricos. Analgésicos centrais também podem ser usados, exemplo: codeína, tylex.

  O método mais efetivo de controle de dor é estabelecer estreito relacionamento entre o paciente e o dentista. Um tempo específico deve ser gasto discutindo-se a questão do desconforto pós-operatório, com a clara demonstração de interesse do cirurgião.

  • Controle da infecção:

 Para controlar a infecção, deve-se seguir meticulosamente os princípios da cirurgia. Nenhuma medida deve se tomada em pacientes normais. Entretanto, alguns pacientes, principalmente os que possuem depressão da resposta imunológica, podem requerer antibióticos para prevenir a infecção. Os antibióticos devem ser administrados antes do início do procedimento cirúrgico. O uso adicional de antibiótico após a cirurgia normalmente não é necessário.

  • Consulta e acompanhamento pós-operatório:

  Todos os pacientes devem ter uma consulta de retorno, após uma semana normalmente é adequada. Nessa consulta que se pode remover as suturas. E os pacientes devem ser informados de que caso surja alguma duvida ou algum problema, ele pode ligar para antecipar a consulta. A dor pós-operatória que diminui no primeiro dia, mas começa a crescer no terceiro ou quarto dia, sem aumento de volume ou sem sinais de infecção, provavelmente é uma alveolite.

Por Sanar

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