No ambiente de terapia intensiva é muito comum presenciarmos acometimento respiratório em que o paciente necessita de algum auxílio para manter a oxigenação e a perfusão adequadas.
Essa manutenção, por sua vez, difere de acordo com a clínica do paciente, a hipótese diagnóstica, os resultados de exames laboratoriais e suas peculiaridades como um todo, de modo que é indispensável o conhecimento abrangente acerca do assunto por parte de toda a equipe assistencial.
Neste artigo, você poderá conhecer e entender a aplicação dos diferentes tipos de terapias com oxigênio, reconhecendo em quais realidades cada uma pode ser aplicada.
Então, este artigo está dividido da seguinte forma:
- Conceitos importantes
- Insuficiência respiratória aguda
- Oxigenioterapia
- Ventilação mecânica
- Ventilação não-invasiva
CONCEITOS IMPORTANTES
- Volume corrente: Volume de ar inspirado e exalado a cada respiração.
- Capacidade vital: Volume máximo de ar expirado a partir do ponto de inspiração máxima.
- Capacidade pulmonar total: Volume de ar nos pulmões após uma inspiração máxima.
- Volume residual: Volume de ar que permanece nos pulmões após expiração máxima.
- Relação V/Q: Equilíbrio entre a ventilação e a perfusão – V/Q normal é 1:1 (ventilação compatibiliza com a perfusão)
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA
Deterioração súbita e com risco de vida da função da troca gasosa do pulmão que ocorre quando a troca de oxigênio por dióxido de carbono nos pulmões não consegue se compatibilizar com a velocidade de consumo de oxigênio e produção de dióxido de carbono pelas células do corpo.
Caracterizada como:
- PaO2 < 50mmHg (hipoxemia)
- PaCO2 > 50 mmHg (hipercapnia)
- pH arterial < 7,35 (acidose)
- Sintomas iniciais: Inquietação, fadiga, cefaleia, dispneia, “fome de ar”, taquicardia e pressão arterial aumentada
- Sintomas de agravamento: letargia, confusão, taquicardia, taquipneia, cianose central, sudorese, parada respiratória
- Sinais: angústia respiratória, utilização da musculatura acessória, sons respiratórios diminuídos
OXIGENIOTERAPIA
Administração de oxigênio em uma concentração superior àquela encontrada na atmosfera (ou seja, maior que 21%).
A oxigenioterapia subdivide-se em sistemas de baixo fluxo e alto fluxo:
- Baixo fluxo: contribui parcialmente para o gás inspirado que o paciente respira; representado pela cânula nasal, cateter orofaríngeo, máscara simples e máscaras de reinalação parcial e não-reinalação
- Alto fluxo: fornecem a quantidade total do ar inspirado; representado pela máscara de Venturi, máscaras de aerossol, tubos em T e tendas faciais
Outros métodos de administração de oxigênio também são muito utilizados:
- Intubação endotraqueal: envolve a passagem de um tubo endotraqueal através da boca ou do nariz para dentro da traqueia. A intubação fornece uma via aérea permeável quando o paciente está apresentando angústia respiratória que não responde a tratamentos mais simples. A intubação deve ser usada por não mais que três semanas, sendo que, nesse período, a traqueostomia deve ser considerada.
- Traqueostomia: procedimento cirúrgico em que é feita uma abertura para dentro da traqueia. Pode ser temporária ou permanente.
VENTILAÇÃO MECÂNICA
Um ventilador mecânico é um aparelho de respiração com pressão positiva ou negativa que podem manter a ventilação e a administração de oxigênio por um período prolongado.
Existem tipos de ventiladores:
- Ventiladores de pressão negativa (similar a respiração espontânea): exercem uma pressão na parte externa do tórax. Diminuir a pressão intratorácica durante a inspiração permite que o ar flua para dentro dos pulmões, preenchendo seu volume.
- Ventiladores de pressão positiva: insuflam os pulmões ao exercerem a pressão positiva na via aérea, forçando os alvéolos a se expandirem durante a inspiração. A expiração ocorre de maneira passiva.
- Ventiladores ciclados por pressão: termina a inspiração quando uma pressão preestabelecida foi atingida.
- Ventiladores ciclados por tempo: terminam ou controlam a inspiração depois de um tempo preestabelecido.
- Ventiladores ciclados por volume (mais comuns): Quando esse volume preestabelecido é fornecido para o paciente, o ventilador desliga e a expiração acontece de maneira passiva.
Além disso, existem as modalidades de assistência ventilatória:
- Ventilação controlada (CMV): Um volume de gás predeterminado é administrado para o paciente sob pressão positiva, enquanto o esforço respiratório espontâneo do paciente é “travado”.
- Ventilação assistido-controlado (AMV ou AC): Fornece o suporte ventilatório total ao liberar um volume corrente predeterminado em uma frequência respiratória predeterminada.
- Ventilação mandatória intermitente sincronizada (VMIS): Libera um volume corrente e um número de respirações por minuto predeterminadas. Entre as respirações liberadas pelo ventilador, o paciente pode respirar sem nenhuma assistência do ventilador.
- Ventilação por pressão de suporte (PSV): Todos os ciclos respiratórios são espontâneos, o paciente respira com seu próprio volume corrente e frequência respiratória.
- Pressão término-expiratória positiva (PEEP): No final da expiração, não se permite que a via aérea retorne a zero.
- Pressão positiva contínua na via aérea (CPAP): O paciente respira espontaneamente através do ventilador a uma pressão basal elevada durante todo o ciclo respiratório.
VENTILAÇÃO NÃO-INVASIVA (VNI)
Técnica de ventilação mecânica em que não é empregado qualquer tipo de prótese traqueal (tubo orotraqueal, nasotraqueal ou cânula de traqueostomia), sendo a interface entre o ventilador e o paciente feita através do uso de uma máscara.
- VNI com pressão negativa: Pouco utilizada na prática clínica.
- VNI com pressão positiva: O ar é administrado através de uma máscara acoplada ao nariz ou ao nariz e boca do paciente, conectada a um respirador que emite fluxo de ar que gera pressão positiva na via aérea do paciente. Pode ser aplicada de duas formas:
1. CPAP: Pressão positiva contínua em vias aéreas: o valor pré-determinado da pressão permanece constante durante todo ciclo respiratório e o trabalho respiratório é inteiramente realizado pelo paciente.
2. BiPAP: Ventilação em dois níveis de pressão – a pressão é maior durante a inspiração e diminui para um nível mais baixo durante a expiração.
Esse conteúdo sobre Patologias Respiratórias Tratadas em Terapia Intensiva você pode encontrar na íntegra no Capítulo 4 do nosso livro: Manuais Para Provas e Concursos em Enfermagem Vol. 2: Terapia Intensiva, Administração em Enfermagem, Controle de Infecção Hospitalar, Saúde do Idoso. Além desse tema, o manual ainda conta com muitos outros temas, abordando os principais assuntos recorrentes em provas de concursos e residências. O sumário completo é composto por:
- Capítulo 1: Assistência da Enfermagem na Monitorização Hemodinâmica
- Capítulo 2: Assistência de Enfermagem ao Paciente Neurológico
- Capítulo 3: Assistência de Enfermagem na Cardiologia
- Capítulo 4: Patologias Respiratórias Tratadas em Terapia Intensiva
- Capítulo 5: Controle de Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde
- Capítulo 6: Saúde do Idoso
- Capítulo 7: Administração e Gerência à Enfermagem
A coleção Manuais para Provas e Concursos em Enfermagem é o melhor e mais completo conjunto de obras voltadas para o estudo direcionado do enfermeiro para provas e concursos em enfermagem, nossa metodologia é a mais apropriada para você estudar de forma dinâmica e resolutiva, contando com os seguintes recursos:
- Teoria esquematizada de todos os assuntos;
- Questões comentadas alternativa por alternativa;
- Quadros, tabelas e esquemas didáticos;
- Destaque de palavras-chave;
- Questões categorizadas por grau de dificuldade.
Para que você possa ter o primeiro volume da nossa Coleção Manuais para Provas e Concursos em Enfermagem Vol. 2 – Terapia Intensiva, Administração em Enfermagem, Controle de Infecção Hospitalar, Saúde do Idoso, vamos de presentear com um cupom de desconto imperdível: MANUAL2ENF
Quero adquirir o Manual de Terapia Intensiva, Administração em Enfermagem, Controle de Infecção Hospitalar e Saúde do Idoso! |