Tem estudante que passa o curso inteirinho pensando na Residência. Alguns dizem que é mais difícil que o vestibular ou mais importante que a faculdade em si. Até quem não é da área já pode ter ouvido falar nessa etapa posterior à graduação, mas geralmente relacionando apenas à Medicina. Criadas em 2005, as Residências Multiprofissionais em Saúde ainda não são tão conhecidas, mas elas merecem todo holofote e atenção. Nesse artigo, vamos tentar responder as dúvidas mais frequentes sobre o tema, vem com a gente.
1. O que é Residência Multiprofissional?
2. Como funciona a seleção?
3. Quem pode ser um residente?
4. Qual a remuneração?
5.Como é a rotina durante a residência?
6. Onde se informar?
7. Qual é o papel da precepção durante o programa?
Afinal, o que é Residência Multiprofissional?
As residências multiprofissionais e em área profissional da saúde foram criadas em 2005, a partir da promulgação da Lei n° 11.129. Em termos técnicos, trata-se de um programa de cooperação intersetorial para favorecer a inserção qualificada dos jovens profissionais da saúde no mercado de trabalho, particularmente em áreas prioritárias do Sistema Único de Saúde. Os príncipios e diretrizes do SUS, inclusive, orientam as Residências, a partir de necessidades e realidades locais e regionais. Podemos dizer que a Residência Multiprofissional em Saúde é uma Pós-Graduação Lato Sensu como todo curso de especialização, só que voltada para a educação em serviço e destinada às categorias que integram a área de saúde.
Com duração mínima de dois anos, os programas têm ênfase na prática (por isso utiliza-se o termo educação em serviço). A carga horária prática é um diferencial e capacita o profissional de saúde para o exercício da sua função.
Os programas de Residência se submetem à Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde – CNRMS que é coordenada conjuntamente pelo Ministério da Saúde e do Ministério da Educação e tem como principais atribuições:
a) avaliar e acreditar os programas de Residência Multiprofissional em Saúde e Residência em Área Profissional da Saúde de acordo com os princípios e diretrizes do SUS e que atendam às necessidades sócioepidemiológicas da população brasileira;
b) credenciar os programas de Residência Multiprofissional em Saúde e Residência em Área Profissional da Saúde bem como as instituições habilitadas para oferecê-lo;
c) registrar certificados de Programas de Residência Multiprofissional em Saúde e Residência em Área Profissional da Saúde, de validade nacional, com especificação de categoria e ênfase do programa.
Segundo a Resolução CNRMS nº 5, de 7 de novembro de 2014, esses programas possuem 80% da carga horária total dedicadas a estratégias educacionais práticas e teórico-práticas e 20% sob forma de estratégias educacionais teóricas. Ao todo, são 5760 horas mínimas de puro aprendizado. Já dá para imaginar que será possível vivenciar muitas experiências na área em que você deseja se especializar.
Para os que querem ser residentes, cabe frisar que, neste ano, serão ofertadas vagas em Universidades e Hospitais de todo o Brasil. A temporada de Residências terá início em julho, quando os editais começam a ser lançados. Até lá, vale a pena saber exatamente do que se trata e como se estruturam as Residências Multiprofissionais.
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Como funciona a seleção para a Residência?
Para ingressar em uma residência multiprofissional, é preciso passar por um processo seletivo. A forma como será feita a seleção depende da instituição a qual ela está vinculada, variando muito de um local para outro.
Por isso, se você pensa em cursar este tipo de especialização, é fundamental que você faça uma pesquisa minuciosa das instituições que você tem interesse para conferir os detalhes dos processos seletivos e seus editais para garantir uma boa preparação.
Apesar de diferentes, as seleções têm um ponto em comum. Geralmente, é preciso se dedicar aos estudos para conseguir a tão desejada vaga.
Quem pode ser um residente?
De acordo com a Resolução CNS nº 287/1998, os programas de Residência Multiprofissional devem receber profissionais graduados nos seguintes cursos: Biomedicina, Ciências Biológicas, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional. Se certifique de que o seu diploma está validado por uma Instituição de Ensino Superior Brasileira e que você está registrado em seu respectivo Conselho Regional.
E não importa se você se formou este ano ou há décadas, é possível ingressar em uma Residência Multiprofissional em Saúde a qualquer momento de sua carreira. Isso porque o CNRMS não impõe uma idade limite ou um tempo máximo de atuação na área para que o profissional possa se candidatar a uma vaga. No entanto, as Instituições tem autonomia para estabelecer algumas regras. Como a Universidade Federal Fluminense que, em 2015, só aceitou inscrições de candidatos formados há, no máximo, três anos. Essas e outras particularidades deverão constar no edital de abertura do Programa, leia tudo com bastante atenção.
Você já passou pela Residência, mas anda paquerando outra área de atuação? Também não tem problema. Procure o Programa que mais lhe atrai e comece tudo de novo – conhecimento, qualificação e realização profisional são sempre bem vindos. O CNRMS só não permite que você tente se especializar mais uma vez na mesma área. Sem flashback, ok?
Qual a remuneração da Residência?
Agora que você já entendeu o que é, como acontece a seleção e quem pode se candidatar, vamos falar sobre remuneração. Pois quem já está com o pé no mercado de trabalho precisa pagar os boletos, não é?
Desde março de 2016, é assegurada uma bolsa para todos os profissionais de saúde residentes, em regime especial de treinamento em serviço de sessenta horas semanais, cujo valor bruto é de R$ 3.330,43. Por ser dedicação exclusiva, você já pode fazer o seu planejamento financeiro com esta remuneração por pelo menos dois anos.
A rotina do residente é aquilo que a gente vê nas séries do Netflix?
Para começo de conversa, esqueça um pouco a Netflix. O programa de Residência vai demandar de você dedicação exclusiva. Tá, tudo bem, pode assistir uma série ou outra, com moderação e responsabilidade. Só não pode desenvolver outra atividade profissional em paralelo ao treinamento em serviço. Durante dois anos, você irá dedicar 5.760 horas de sua vida às atividades teóricas e práticas.
Já deve ter ficado óbvio, mas vamos reforçar por via das dúvidas: no momento da inscrição em um Programa de Residência Multiprofissional em Saúde, você já deve ter dissolvido qualquer vínculo empregatício. Candidatos que trabalhem serão desclassificados, você não quer perder sua vaga por vacilo.
Onde se informar sobre Residências?
Com tantas opções de cursos de residência multiprofissional, se informar é uma tarefa de pesquisa. De um modo geral, há informações sobre esta modalidade de ensino no portal do Ministério da Educação, com comunicados, documentos e leis sobre o assunto. Buscamos também no blog trazer informação de qualidade para te ajudar no processo de escolha e também para te preparar para a seleção, além dos cursos preparatórios online e livros que oferecemos para várias profissões. Sem falar no nosso Mapa de Residência, onde você encontra todos os programas e editais das Residências Multiprofissionais em Saúde do Brasil por vagas, estado, instituição ou área de especialização.
Quando escolher qual área que deseja fazer a residência, busque informações nos sites das instituições de ensino a qual o curso de interesse está vinculado. É a melhor fonte para entender melhor o programa adotado e acessar documentos oficiais, como edital de seleção.
Ao buscar informações na internet e rede social, fique atento para a veracidade e validade das informações, combinado?
O papel da precepção na Residência Multiprofissional
No entendimento de Maria Alice Garcia – Profª. Drª. do Departamento de Medicina Social e Preventiva da PUC-Campinas – a aproximação ao cotidiano é o “que permite tornar a educação significativa. Através da vivência de situações, objetiva-se conjugar o processo indutivo de conhecimento ao processo dedutivo”, ou seja, correlacionar conhecimentos práticos e teóricos.
O trabalho em equipe proporcionado ao residente é também uma grande oportunidade de aprendizagem e aperfeiçoamento profissional. Nesse sentido, não se pode esquecer da figura do preceptor nas Residências Multiprofissionais.
Esse profissional tem como principal função ensinar a prática da área de saúde escolhida, por meio de instruções formais e com determinados objetivos e metas. Portanto, entre as suas características marcantes devem estar o conhecimento e a habilidade em desempenhar procedimentos clínicos.
Desse modo, o preceptor se preocupa principalmente com a competência clínica ou com os aspectos de ensino-aprendizagem do desenvolvimento profissional, favorecendo a aquisição de habilidades e competências pelos recém-graduados, em situações clínicas reais, no próprio ambiente de trabalho.
Enfim, não faltam razões para encarar com determinação o objetivo de ser um residente neste ano! E, para isso, é preciso focar na preparação para o processo seletivo, que é muito semelhante às seleções de concursos públicos e aborda temas específicos da área profissional elegida, como noções fundamentais sobre o Sistema Único de Saúde.
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Vamos iniciar a maratona de estudos agora mesmo? Afinal, um dos maiores erros cometidos é deixar para estudar perto de sair o edital. As vagas para residências são extremamente concorridas, então adiar a preparação só vai te prejudicar. Vamos começar a estudar desde já!