Quando iniciar a insulinoterapia

Essa costuma ser uma dor entre os estudantes de medicina. Quando usar a insulina? Qual a dose? Locais de aplicação e por aí vai. Mas antes de falarmos disso, é necessário que você lembre a fisiologia da produção deste hormônio tão importante na nossa vida. Lembrando da parte teórica, o livro do Sistema Endócrino e Reprodutor da série Medicina Resumida traz que: A insulina é uma pequena proteína formada por duas cadeias de aminoácidos que é responsável pelo metabolismo da glicose.

 

O objetivo do tratamento é manter o paciente o mais próximo possível da normoglicemia e com a melhor qualidade de vida possível. O esquema ideal é o que garante a manutenção  do objetivo clínico (especialmente crescimento e desenvolvimento) e metabólico desejado (avaliado através da Hb glicada) de maneira simples. Frequentemente os pacientes requerem como tratamento convencional duas injeções diárias, distribuindo a dose total em 2/3 antes do café da manhã e 1/3 antes do jantar, porém outros esquemas podem ser adotados. A reposição sub-ótima de insulina leva a anormalidade metabólicas de graves consequências (retardo do crescimento, puberdade atrasada, lesões microvasculares irreversíveis) com danos orgânicos de alto custo social e humano.

 

O uso da insulina para os diabéticos tipo I é de conhecimento quase universal, mas a grande dúvida que os estudantes apresentam é quando iniciar nos pacientes com DM tipo II. As Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018 afirmam que pacientes com manifestações graves: Glicemia de jejum > 300 mg/dl com perda significativa de peso, cetonúrias e complicações, deve-se iniciar a insulinoterapia. Algumas pessoas não entendem a aplicação insulina em DM tipo II, já que há resistência à insulina nas células. Inicialmente, por conta disso, há um hiperinsulinismo, sendo representada clinicamente pela acantose. Porém, a manutenção deste quadro, causa uma exaustão das células β pancreáticas, explicando parcialmente o déficit na secreção da insulina nestes pacientes, quando a doença já está avançada.

 

Os fatores que devem ser levados em conta para o ajuste da dose são: número de refeições, distribuição e conteúdo de carboidratos, exercício ou atividade física, estágio de desenvolvimento da puberdade, presença de infecções, resultados da automonitorização e níveis de hemoglobina glicada nos últimos 3 meses.

 

Sobre a aplicação, é importante lembrar que o frasco não deve ser agitado (role ele entre as mãos), introduza a agulha perpendicularmente à pele (não precisa aspirar antes de injetar), utilize seringas e agulhas próprias para insulina, com graduação adequada para a dose a ser utilizada de modo a evitar erros de dosagem (seringas menores, para doses menores- existem seringas de 30,50 e 100 unidades). Sobre o armazenamento: Deve ficar na temperatura entre +2ºC a +8ºC, devendo ser retirada da geladeira meia hora antes da aplicação. Não deve ser congelada. Eventualmente a ampola em uso pode permanecer à temperatura ambiente durantes vários dias (6 semanas).

 

Locais de aplicação: A absorção da insulina regular é mais rápida nas pregas do abdome, em volta do umbigo, enquanto que a insulina NPH, o local mais adequado são as coxas, nádegas e braços, onde a absorção é mais lenta. Quando houver atividade física, aplicar na parede abdominal ou na região glútea. Deve ser feito rodízio dos locais de aplicação para evitar lipodistrofia em geral hipertrófica, dificultando a absorção da insulina.

 

Efeitos colaterais: Anorexia, náuseas, vômitos e diarréia. Os efeitos podem diminuir após algum tempo de administração. Complicações: Hipoglicemia, lipodistrofia hipertrófica ou hipertrofia insulínica, edema insulínico e resistência insulínica.

 

TIPOS DE INSULINA

 

Ultrarrápida: São utilizados de maneira similar às insulinas regulares, tendo uma ação mais rápida e menos prolongada. Este tipo de insulina inicia sua ação em 0,25 a 0,5 horas, seu pico de ação é de 1 a 2 horas e a duração da ação é de 2 a 4 horas. Ex: Lispro e Aspart.

 

Ação rápida – R: Também conhecido como Regular, Cristalina ou Simples. Usada em casos de urgência (cetose ou acidose) ou incorporada em regimes distintos ou combinadas à insulina intermediária. A insulina regular inicia sua ação em 0,5 a 1 hora, seu pico de ação é de 1 a 3 horas e a duração da ação é de 6 a 8 horas.

 

Ação intermediária: A preparação disponível é a NPH estável, podendo ser utilizada concomitantemente com a Regular sem interferência em sua absorção. A insulina NPH inicia sua ação em 3 a 4 horas, seu pico de ação é de 4 a 8 horas e a duração da ação é de 16 a 18 horas. Dica: Essa insulina é de coloração leitosa e essa característica ajuda a diferenciá-la das outras.

 

Análogos da insulina de ação prolongada: Pode ser utilizada para cobrir necessidades basais em um regime de injeções múltiplas, como bolus de insulina antes de cada refeição. A insulina de ação prolongada inicia sua ação em 4 horas e a duração é de 24 horas. Ex: Ultralenta e Glargina

 

Existem também as combinações:

  • 70% NPH – 30% Regular

  • 50% NPH – 50% Regular

 

Na prática, conseguimos aprender mais a forma de usar e as combinações ideias. Com certeza, vocês vão se deparar com muitos pacientes com Diabetes Mellitus e saber o tratamento é essencial. Além disso, tem que saber a fisiologia, e para isso, o Livro da Série Medicina Resumida traz o que mais importa, de forma sucinta e com Mapas Mentais.

 

Compartilha com o colega que precisa relembrar essas informações ideias.

 

Até a próxima!

 

Por Sanar

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