A investigação foi aberta após o jornal Estado de S. Paulo ter questionado o MEC sobre uma suposta fraude na seleção da instituição que ofereceria o curso.
Segundo o jornal, teria sido realizada uma troca de pareceres, a fim de alterar a classificação das participantes da concorrência, para beneficiar a Sociedade Padrão de Educação Superior, que mantém as Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (FIPMoc). O jornal diz que a empresa tem como um dos sócios a Samos Participações, do ex-ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia.
Diante disso, o Ministério da Educação (MEC) determinou a suspensão da seleção da faculdade particular que deveria implantar um curso de medicina na cidade de Guanambi, sudoeste da Bahia.
Segundo o Ministério, o caso será apurado pela corregedoria e consultoria jurídica do MEC. Os resultados da investigação devem ser encaminhados à Controladoria Geral da União (CGU).
Em nota, a assessoria da FIPMoc, empresa denunciada, afirmou que foi habilitada de maneira legal na concorrência, com o cumprimento de todas as exigências do edital. Também diz que foi classificada em primeiro lugar porque ofereceu as melhores contrapartidas ao município e benefícios aos acadêmicos, pessoal docente e técnico administrativo, e, especialmente, pelo projeto de fornecimento de equipamentos, instalações de apoio e capacitação de profissionais da rede SUS.
A FIPMoc afirmou ainda que, no dia 29 de maio, teria recebido uma declaração assinada pelo Secretário de Educação Superior, Henrique Sartori de Almeida Prado, confirmando a classificação na seleção. Isso teria ocorrido antes da publicação da portaria que suspendeu o processo de seleção.