Caso Clínico da Liga Acadêmica de Anatomia Clínica
Paciente A.P.R.L., sexo feminino, 21 anos, dá entrada na Emergência, após sofrer um acidente durante uma partida de baseball, apresentando quadro clínico de anosmia (alteração do olfato) e rinorréia (escoamento abundante de fluido pelo nariz).
No exame físico, foi possível observar que a paciente possuía uma fratura no terço médio da face, causada pelo impacto de uma bola de baseball.
Após o exame físico, foi solicitado uma tomografia computadorizada, pois em pacientes vítimas de traumas severos, como o ocorrido, esses exames oferecem melhor visualização da linha de fratura, da orientação e do deslocamento de fragmentos, bem como de lesões em tecidos moles envolvendo o globo ocular, nervo óptico e musculatura extrínseca do olho.
A tomografia mostrou uma reconstrução 3D que confirma a fratura do osso etmoide.
DISCUSSÃO DE CASO CLÍNICO
Hipótese Diagnóstica: fratura do osso etmoide e lesão das estruturas associadas a ele.
O caso clínico em questão retrata um quadro clássico de fratura do osso etmoide e lesão das estruturas associadas a ele, com clínica, exame físico e de imagem compatível com a hipótese.
O quadro clínico clássico de fratura do osso etmoide, é formado por anosmia (alteração do olfato, que pode variar da perda parcial à total da capacidade sentir odores), rinorréia (escoamento abundante de fluido pelo nariz) e afundamento na porção acima do nariz, entre outros sintomas que podem estar associados dependendo da etiologia.
A explicação dos principais sintomas se deve a: no osso etmoide existe a lâmina cribriforme que contém os forames ou bulbos olfatórios que dão passagem a filetes do nervo olfatório (I) que podem ser lesados (anosmia), esses filetes nervosos (revestidos por meninge) e a crista etmoidal (que dá fixação à dura-máter), são revestidos por meninges e ao serem lesados podem fazer com que o líquor extravase para a cavidade nasal (rinorréia), via os forames olfatórios da lâmina cribriforme.
As principais causas de fratura do osso etmoide são: acidentes automobilísticos, acidentes de trabalho, acidentes em esportes e agressão física.
O tratamento para essa fratura está baseada em uma ciruriga. O planejamento cirúrgico é baseado na correção das assimetrias faciais e reabilitação funcional, de acordo com as classificações das fraturas . As fraturas podem ser, uni ou bilateral, isoladas sem envolvimento de outros ossos do terço médio da face ou combinadas. O uso apropriado de placas, miniplacas e microparafusos são de grande benefício por manterem estabilizados na posição, os segmentos ósseos reduzidos.