Crianças com microcefalia podem ter ganhos com terapia intensiva

Um ano após o surgimento dos primeiros casos e suspeitas de ligação entre o vírus Zika e a microcefalia, pesquisadores ainda caminham como quem “tateia pelo escuro” na hora de lidar com todas as possíveis causas da doença e tratamentos para essas crianças.

Tida como uma condição neurológica em que a cabeça e o cérebro da criança são significativamente menores do que os de outras da mesma idade e sexo, a microcefalia normalmente é diagnosticada no início da vida, e é resultado do não crescimento suficiente do cérebro durante a gestação ou após o nascimento.

Os pais ficam sem saber a quem recorrer por ajuda e, nesse sentido, o Centro Goiano de Reabilitação Neurofuncional (CGRN), referência no Protocolo PediaSuit, colabora no desenvolvimento dessas crianças, muito mais que as terapias comuns.

O PediaSuit consiste em uma modalidade terapêutica em que os pacientes são atendidos por terapia intensiva associada à órtese corporal PediaSuit, que favorece o alinhamento biomecânico, a propriocepção e a reorganização músculo-articular que otimizam o controle postural e a função global. “Para os pacientes com microcefalia antes dos 14 meses, podemos iniciar uma estimulação precoce para desenvolver o rolar, sentar, engatinhar.

Após essa idade, já podemos inserir a criança no método e começar a incentivar o ficar em pé (ortostatismo), o que favorece a formação dos ossos do quadril e evita luxações comuns nos pacientes com paralisia cerebral, por exemplo”, explica a fisioterapeuta e fundadora do CGRN, Silvana Vasconcelos.

Dependendo do quanto o cérebro tenha conseguido se desenvolver e de quais áreas tenham sido mais comprometidas, a criança pode apresentar problemas auditivos graves, deficiências visuais, convulsões e epilepsia, rigidez dos músculos, dificuldade de deglutição – dentre outros. “Muitas crianças morrem por pneumonias de repetição causadas pela aspiração de alimentos, quando não sabem fazer a deglutição desse alimento da forma correta. O protocolo combina tratamentos específicos com fonoaudiólogas, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e médica generalista, tudo para possibilitar o bem-estar do paciente”, afirma Silvana.

Muito utilizado em pacientes com paralisia cerebral, o protocolo PediaSuit apresenta muitos ganhos. A estimulação intensiva desses pacientes pode chegar a quatro horas diárias e, de acordo com Silvana, é essa frequência que ajuda a imprimir no cérebro da criança o que está sendo estimulado. “Para uma criança aprender a correr ou andar de bicicleta ela faz repetições diárias, brincando de seis a oito horas por dia.

E, por muitos anos, não foi justo com os pacientes neurológicos – que têm um déficit e precisam de mais treino para atender –, fazer sessões de 30 minutos duas vezes por semana. Eles não vão aprender. Por isso diziam muito que terapia neurológica não dá resultado, mas sem a terapia intensiva não dá mesmo. De acordo com a resposta ou necessidades do paciente, vamos ajustando o tempo, mas duas horas diárias, cinco dias na semana, é um bom começo”, finaliza ela.

Fonte: O Hoje

Por Sanar

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