Brasil tem 11% da população sem nenhum dente

O Brasil tem 11% da sua população sem nenhum dente, o que corresponde a um montante de 16 milhões de pessoas. Entre as mulheres, essa porcentagem sobe para 13,3% e, entre os homens, cai para 8,4%. Das pessoas com 60 anos ou mais, 41,5% já perderam todos os dentes. E 22,8% dos brasileiros sem nenhuma instrução ou sem ensino fundamental concluído estão completamente desdentados Além disso, 23% dos brasileiros perderam 13 dentes ou mais, e 33% usam algum tipo de prótese dentária.

Os números constam da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada nesta terça-feira pelo IBGE, que, em convênio com o Ministério da Saúde visitou cerca de 80 mil domicílios, em 1.600 municípios de todo o país no segundo semestre de 2013.

A pesquisa também mostra que o atendimento odontológico no país acontece majoritariamente na rede privada. Entre os brasileiros com mais de 18 anos que buscaram atendimento de saúde bucal, 74,3% recorreram a consultórios particulares. As unidades básicas de saúde foram responsáveis por apenas 19,6%.

A consulta mostrou ainda que 55,6% do país não procurou um dentista no ano transcorrido antes da pesquisa, e que 53% dos brasileiros escovam os dentes pelo menos menos duas vezes ao dia além de usarem fio dental.

A questão da saúde bucal não englobou crianças e adolescentes. E, segundo levantamento da Turma do Bem, projeto odontológico que atende pessoas carentes no Brasil, cerca de 30 milhões de crianças nunca foram ao dentista.

O descaso com a limpeza dos dentes ficou evidente em vários indicadores do IBGE. Apesar de 89,1% terem dito que escovavam os dentes ao menos duas vezes ao dia, apenas 53% usavam escova, pasta e fio dental, e 46,8% trocavam a escova com menos de 3 meses.

O uso do fio dental é essencial, segundo dentistas que fazem comparações com a limpeza diária:

— Assim, como no banho é preciso lavar embaixo do braço e os pés, ao escovar os dentes é necessário fazer o uso do fio dental — alerta Mário Groisman, membro da Academia Brasileira de Odontologia e da Academia Americana de Periodontia. — Além disso, as pessoas precisam se consultar com dentistas como fazem com os cardiologistas. Deve ser algo preventivo.

Dos 89,1% que escovavam os dentes ao menos duas vezes ao dia (sem o fio dental), 79,7% eram de pessoas sem instrução e com o fundamental incompleto. Havia decréscimo no ato de escovar os dentes com o avançar da idade (73,4% das pessoas com 60 ou mais).

Dos indivíduos que usavam pasta, escova e fio dental, o percentual dos homens foi de 48,4% e entre as mulheres, 57,1%.

DOENÇA BUCAL LEVA A OUTRAS DOENÇAS

De acordo com Mário Groisman, a falta de saúde bucal pode levar a outros problemas sérios de saúde. E não apenas à doença periodontal, que é um conjunto de condições inflamatórias, de caráter crônico, e de origem bacteriana. Começa afetando o tecido gengival e pode levar, com o tempo, à perda dos tecidos de suporte dos dentes.

Ele explica que, a partir da boca, as bactérias podem se deslocar para o sistema circulatório. E, assim, contribuir para doenças em outros órgãos.

Alguns pesquisadores descobriram que as pessoas com doença periodontal têm chance maior de desenvolver doenças cardíacas. Isso porque o corpo trabalhará muito mais para anular as bactérias espalhadas pelo sistema circulatório.

Groisman chama a atenção ainda para as mulheres grávidas:

— Mulheres que esperam bebê precisam se consultar com um dentista para evitar esses processos inflamatórios. Isso porque existe uma relação direta entre a doença periodontal com o peso do bebê.

Estudos sobre tema apontaram que mulheres com doença periodontal tem três vezes mais chances de terem bebês prematuros.

Por Sanar

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